Jornalista argentino Edgardo Martolio avaliou a derrota da Argentina para a Arábia Saudita na estreia da Copa do Mundo 2022, no Catar
Edgardo Martoli Publicado em 22/11/2022, às 09h54 - Atualizado às 10h59
NÃO FOI SAMPAOLI... essa é a primeira reflexão. A segunda é que confundimos processo COM preparo, isso dito depois de ouvir de muita gente que a Argentina não chegou tão bem.
Hoje ficou demonstrado que o processo anterior foi bom, mas a preparação para o jogo não; nem fisicamente onde foi superado do início ao fim e taticamente, o que também expôs a falta de um plano B. E que a Argentina já vencia por 1 a 0 aos 10 minutos...
Por outro lado, tendo colocado Romero e Tagliafico que não estavam 100%, houve um erro arrogante por parte do treinador. Eles não estavam lá para jogar, embora Tagliafico tivesse um comportamento aceitável, Romero não. O fato de Scaloni ter colocado Julián Alvarez e Enzo Fernández como substituições, também mostra que NÃO HAVIA tanta equipe como se dizia. Esses dois chegaram ontem e hoje pareceram ser a salvação. Por fim, fica claro o que sempre tive para mim: se Di María NÃO funciona, a Argentina não funciona. Falam de Messi, Messi, Messi, mas quem marca gols é o Messi, não quem faz o time jogar. Ainda é cedo e nada poderia ser melhor para a Seleção do que esta derrota para voltar à humildade e, quem sabe, tentar o que Bilardo fez na Itália 90, que começou perdendo por 1 a 0 para Camarões e chegou à final. Claro que Goycoechea não está lá para defender pênaltis e o famoso Dibu está muito alargado, talvez o pior pecado de um arqueiro...
Perdi uma pergunta que tem a ver com o primeiro tempo: ninguém sabia como jogava a Arábia Saudita chutando fora de jogo? E se soubessem que não podiam treinar um pouco como contrariar em vez de estarem sempre numa posição impedida? Há muito verso no futebol, principalmente na Argentina que hoje, defensivamente, parecia preparada por Galtieri para defender as Malvinas...
Ah, e não diga que a ausência de Lo Celso é a responsável por esse papelão. Lo Celso é medíocre, Enzo Fernández o supera de longe e não é culpa dele que Scaloni não o tenha aproveitado desde o início. Chega de desculpas, é hora de trabalhar para não repetir a Rússia 2018.
