Após confundir atleta com gandula, Rodrigo Bocardi é acusado de racismo
Jornalista do Bom Dia São Paulo foi muito criticado nas redes sociais e rebateu; confira!
Mariana Millan Publicado em 07/02/2020, às 11h21
Na manhã desta sexta-feira, 7, o jornalista Rodrigo Bocardi causou um polêmica ao comentar uma reportagem no Bom Dia São Paulo, da Globo.
Em um link ao vivo na rua, o repórter Tiago Scheuer estava entrevistando um rapaz que iria pegar o trem da linha 3 vermelha. Ao ver que o moço usava uma camisa do Clube Pinheiros, Rodrigo perguntou: "Scheuer, o Leonel vai pegar bolinha de tênis lá no Pinheiros?".
Mas acontece que o jovem era atleta do clube e jogava no time polo aquático.
Ao perceber seu engano, Bocardi se justificou: "Aí sim, eu estava achando que era um dos meus parceiros ali que me ajudam nas partidas. Manda os parabéns para ele".
Nas redes sociais, o jornalista foi acusado de racismo, já que o entrevistado era negro.
Leonel, um rapaz negro cede entrevista pro Bom dia São Paulo.
Bocardi: “o Leonel vai pegar bolinha lá no Pinheiros?
- E eu tava achando que eram meus parceiros que pegam bolinha quando jogo tênis”
O racismo estrutural é tão comum q em uma entrevista para o #bdsp um atleta negro do clube pinheiros é questionado pelo @rodrigobocardi se ele “recolhe bolinhas” em quadra de tênis. Pretos em espaço de rico sempre cumpre papel de subserviência?
"Muito triste a acusação de preconceito. Eu pratico tênis no Clube Pinheiros. Os jogadores de tênis não usam uniformes, mas os pegadores/rebatedores, sim: uma camiseta igual a do Leonel, com quem tive o prazer de conversar hoje. Ao vê-lo com a camiseta que vejo sempre, todos os dias, pegadores/rebatedores de todas as cores de pele, pensei que fosse um deles. Não frequento outras áreas do clube onde outros esportes são praticados. E não sabia que a camiseta era parecida. Se soubesse, teria perguntado em qual área ou esporte trabalhava ou treinava", explicou ele.
"Nunca escondi minha origem humilde. Comecei a vida como garoto pobre, contínuo, andando mais de duas horas de ônibus todos os dias para ir e voltar do trabalho e escola. Alguém como eu não pode ter preconceito. Eu não tenho, nunca tive, nunca terei. E condeno atitude assim todos os dias. Mas se ofendi pessoas que não conhecem esses meus argumentos e a minha história, peço desculpas. Não o chamei de pegador pela cor da pele ou pela presença num trem. Chamei-o por ver que vestia o uniforme que eu sempre vejo os pegadores usarem. Peço desculpas a todos e em especial ao Leonel", concluiu.