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Surfe / EXCLUSIVA!

Italo Ferreira avalia desafio de ser inspiração e desabafa contra críticas

Capa do SportBuzz, Italo Ferreira abriu o coração em entrevista exclusiva e fez um balanço dos primeiros passos no esporte até se tornar exemplo

Italo Ferreira estreia a capa digital do SportBuzz - GettyImages
Italo Ferreira estreia a capa digital do SportBuzz - GettyImages

Nesta terça-feira, 19, o SportBuzz estreia sua capa digital. E o primeiro personagem não poderia ser outro. Campeão olímpico e mundial, o surfista Italo Ferreira atingiu níveis impressionantes nas ondas, mas também se tornou referência fora delas. Nascido em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, o 'Brabo' é a estrela de setembro do SportBuzz!

Com o tema "inspirações", Italo Ferreira esteve em nosso estúdio e abriu o coração ao falar sobre o desafio de inspirar e ser exemplo. O campeão demonstrou saber da responsabilidade que tem e encarou a missão da mesma forma que 'dropa' as ondas: com coragem e intensidade. Ciente também da cobrança e da pressão, ele tirou onda com as críticas. Confira!

"Eu sempre falo que [ser inspiração] é o maior legado que fica de um atleta. O que ele mostra para as pessoas, não só o quanto você é dedicado no que faz. Como você inspira as pessoas, como as pessoas te olham, o quanto elas te respeitam. Está sendo incrível ter esse reconhecimento, não só no Brasil, mas no mundo inteiro", avaliou Italo Ferreira na entrevista exclusiva ao SportBuzz.

"Eu sempre fui muito intenso e algumas pessoas já se identificavam comigo quando entrei no circuito mundial. Quando fui campeão do mundo, realmente, acabei ganhando um destaque maior. Mas depois das Olimpíadas, eu tive uma visibilidade bem maior, atingi outro patamar e isso fez com que tudo se tornasse ainda mais legal", continuou o surfista.

Italo Ferreira posando para foto na redação do SportBuzz
Italo Ferreira é a estrela do mês de setembro no SportBuzz (Crédito: Guilherme Assumpção)

Com grande importância não só no surfe e com apenas 1,68m de altura, Italo Ferreira decidiu voar bem alto e colocar seu nome na história do esporte brasileiro. Com garra, foco e muito treino, o atleta saiu de cima de uma tampa de isopor para pisar no lugar mais alto do pódio na disputa das Olimpíadas de Tóquio.

Apaixonado pelo surfe desde os oito anos de idade, Italo sabia que precisava de muita força para superar os obstáculos da vida e chegar ao topo do esporte. No entanto, a palavra ‘desistir’ nunca fez parte do dia a dia do campeão olímpico e mundial. Por isso, o atleta alcançou tudo aquilo que almejava e demonstrou zero preocupação com o que falam dele.

Italo Ferreira em ação
Italo Ferreira tem 29 anos (Crédito: GettyImages)

Não ligo para o que falam de mim. Só eu sei o que eu vivo, só eu sei o que passei para estar na posição que estou hoje. Para ter o que eu tenho, para ajudar as pessoas. É muito fácil você estar do outro lado do celular e julgar e apontar o dedo. Mas você não sabe o que a pessoa passou para estar naquele momento".

Só ele sabe o que viveu e passou para chegar onde chegou. Mas nada foi feito sozinho. Inspiração para muitos, Italo Ferreira criou o próprio instituto e se inspirou em peças fundamentais da sua vida: o pai Luizinho, Dona Nininha e Seu Beto, que o ajudaram na infância. Mas o carinho pela avó supera tudo. Quem conta o motivo é o próprio campeão!

"Minha avó [Dona Mariquinha] foi uma pessoa muito importante na minha vida. Ela me ensinou muito. Tanto ela quanto meu avô. Eles acolheram a gente na casa onde hoje é o instituto. Foram pessoas que, quando a gente voltou da capital, meu pai e minha mãe sem emprego, sem moradia, em nenhum momento eles questionaram. Só abriram as portas e aí começamos a refazer nossa vida", relembrou.

Foi ali que tive meu primeiro contato com o surfe. Meu pai ia vender peixe e eu ficava esperando ele e surfando. Meu avô que me dava o dinheiro para eu comprar os DVD's de surfe na feira. De alguma forma, eles tiveram uma parcela importante em tudo o que vivi e conquistei até hoje".
Italo Ferreira passando parafina na prancha
Italo Ferreira está recuperado da lesão no joelho direito (Crédito: Marcelo Maragni / Red Bull)

Ao citar o instituto, Italo Ferreira colocou a criação do projeto como um dos feitos mais especiais da carreira. Localizada na casa onde cresceu com os avós e com os pais, a entidade tem como objetivo principal o esporte, a educação e a sustentabilidade. Questionado sobre a motivação para ter criado a fundação, o surfista lembrou da sua relação com Baía Formosa.

"Tive a ideia do instituto porque conseguiria abraçar mais pessoas e colocar todas num lugar só, até para ser mais fácil. Foi uma das maiores conquistas da minha carreira. A gente ajuda crianças, famílias, acaba trazendo vários projetos para a cidade. Isso é uma forma de ajudar a comunidade onde cresci e aprendi muito. Vivo lá ainda. Minha família está dentro do projeto e amam o que fazem lá", contou.

Mas ter o instituto com o seu nome também traz responsabilidades para Italo Ferreira. E ele sabe disso. "Eu tenho que ser o maior exemplo, cuido do Instituto Italo Ferreira, onde tem 120 crianças. Ou seja, sou um exemplo para eles. Tenho sempre que estar na linha para que eles possam seguir meu exemplo de vida e superação".

É o que mais prezo, pela minha imagem, pela forma como me comporto nos lugares, e isso acaba fazendo com que eu inspire tantas pessoas", finalizou.

CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA COM ITALO FERREIRA!

- Inspirações na vida pessoal

R:Meu pai. Sou bem parecido com ele, uma cara que trabalhou a vida inteira, nunca passou por cima de ninguém, sempre respeitou as pessoas. E têm duas pessoas que me ajudaram muito no início também. Seu Beto e Dona Nininha foram pessoas incríveis que me acolheram, que me deram amor sem estar olhando nada em troca.

- Inspirações no esporte

R:Quando eu entrei no esporte, tinham alguns caras que eu me inspirava. Mick Fanning, Kelly Slater... Assistia muitos vídeos de surfe. Hoje é ali no Youtube, aqueles vídeos editados (risos), mas antigamente eram aqueles vídeos de uma hora e meia de sessão. Como criança, ficava o dia inteiro assistindo e depois ia para a água surfar.

No Brasil, tinham alguns caras. O Fábio Gouveia que era ali do Nordeste, que já tinha um destaque também. O Adriano [de Souza] mais para frente, quando eu comecei a entrar nos campeonatos de acesso e depois na elite. E aí veio o Gabriel, que realmente começou a ganhar os campeonatos e a galera viu que era possível bater de frente com o resto do mundo. Hoje, somos uma potência e é uma geração vitoriosa, estamos quebrando recordes, fazendo história e sou muito grato por fazer parte disso.