Em entrevista ao SportBuzz, Karen Jonz compartilhou experiências de sua carreira como skatista, da vida em meio à maternidade e de suas descobertas no mundo da música; confira
Ligia de Toledo Saicali Publicado em 23/01/2023, às 19h00
Karen Jonz abriu o jogo sobre o lançamento de sua nova música, “Coocoocrazy”, e as próprias descobertas no mundo musical. Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, a skatista ainda falou sobre sua trajetória no esporte, os futuros talentos do país, e o impacto da maternidade em todos os seus projetos pessoais e profissionais.
“É meu primeiro clipe [...]. Eu tô muito feliz com esse ‘feat’ porque a Cansei de Ser Sexy é uma banda que eu admiro muito. Eu queria ter sido dessa banda, porque parecia que elas estavam sempre se divertindo”, destacou Karen sobre o seu novo lançamento. “Assim, eu tô me divertindo muito fazendo esse tipo de música, tocando nos shows, no ensaios, então a galera pode esperar esse caminho, que vai ficar por um tempinho”.
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A atleta, que citou sua preferência desde cedo por vocais femininos, com Alanis Morissette sendo a principal inspiração, explicou como foi entrar em contato com a área. “Foi um momento pós-olimpíadas, em que eu tava decidida a não competir, então só isso já liberou uma agenda pra mim, um espaço de tempo que eu conseguia preencher com outras coisas”, disse. “Meu pai toca violão, minha mãe também é bastante musical, minha avó tocava piano e me incentivava muito a tocar".
Em relação ao início de sua trajetória no skate, por outro lado, Karen destacou que nem sempre foi fácil. “Eu sou de Santos, eu cresci na praia. Quando eu era criança, meus pais se mudaram pra Santo André, e a galera andava de skate por causa da pista de São Bernardo, que é pertinho”, relatou. “Eu comecei a querer andar de skate, e os meus pais não queriam que eu andasse, ou, pelo menos, ficavam me enrolando, não falavam diretamente, mas tentavam desconversar”.
A cantora e atleta completou: “E aí comecei a sentir muita vontade, comecei a fazer bolo de banana pra vender na escola, juntei um dinheiro e consegui comprar o meu primeiro skate”. Atualmente, Karen se vê em uma posição de privilégio diante da evolução do esporte no Brasil, principalmente na modalidade feminina.
Eu ando [de skate] há 21 anos e, dentro de um esporte que não tem muitos anos de vida, isso é muito. Eu me enxergo como uma pessoa que tava no meio das coisas. Eu não peguei o começo e não peguei o fim, eu tava no meio. Eu sei o que veio antes e eu consigo enxergar o que vem depois. E ainda tô aqui pra acompanhar. Então, eu acho que é uma posição muito privilegiada. Parece que eu tô no camarote das coisas”.
Diante de tantas realizações, a maternidade foi uma das mais marcantes na vida de Karen. “A gente vira do avesso, conhece coisas do nosso corpo que a gente nem imaginava que existia. Pra mim, foi muito difícil volta a andar depois de ter sido mãe, tava com o corpo muito fraco, demorei pra me recuperar do parto, e eu tinha uma expectativa de que ia ser muito rápido, muito fácil. Só que não foi”, revelou a tetracampeã mundial de skate vertical.
“Teria gostado até que alguém tivesse falado pra mim: ‘Ó, as pessoas são diferentes, as mulheres são diferentes, tem mulher que volta rápido e tem mulher que demora pra voltar’”. Apesar de sua versatilidade, Jonz pontuou que não pretende explorar mais áreas tão cedo e que está realizada com as suas concretizações atuais.
“Eu quero sempre continuar evoluindo, estar tranquila comigo mesma, com saúde pra continuar fazendo as coisas que eu gosto, tendo essa troca com o público, trazendo novidades”, afirmou. “Eu tô bem satisfeita com tudo que eu tenho feito e que tô fazendo no momento, focando na música, que é o que tem me trazido bastante contentamento e tranquilidade”.
