Italo Ferreira atravessa uma fase complicada na WSL e foi um dos brasileiros que deixou a etapa de Surf Ranch irritado com a arbitragem
A polêmica entre os brasileiros e WSL após o Surf Ranch continua. Italo Ferreira abriu o jogo em relação a série de críticas que a organização sofreu em relação as notas que deu durante a etapa da Califórnia. O surfista concedeu entrevista para o "Globo Esporte" e não escondeu a sua insatisfação com as decisões que a entidade tem tomado em cada circuito do campeonato mundial.
De acordo com Italo Ferreira, ele não vai ser "conservador" e sempre lutará pela evolução do surfe mundial. O brasileiro deu a sua opinião em relação as notas que lhe renderam o segundo lugar no Surf Ranch. O surfista entendeu que o critério utilizado pela arbitragem não foi dos melhores. Além disso, ele avisou que cada lado está apenas interessado no individual e não no coletivo.
"Eu nunca vou ser um cara conservador. Vou fazer de tudo para que o esporte consiga evoluir. Não dá para voltar para os anos 90. Cada um está olhando para o seu e não para a evolução do esporte, para o que é melhor. E a piscina realmente foi um campeonato que me surpreendeu, pelas notas, pela base que escolheram de critério de julgamento. Se você tem um potencial, um talento, vai executar algo a mais do que aquele cara para ter uma nota maior. E na maioria das vezes você acaba sendo prejudicado porque não seguiu aquela outra linha, mas você performou um pouco acima", afirmou.
"Na piscina foi difícil de entender algumas coisas, porque as ondas eram do mesmo jeito, a distância era a mesma, o tubo era o mesmo para todos. E aí dependia de quem ficaria mais tempo no tubo, mais para o fundo. Em alguns momentos trazer manobras inovadoras em algumas partes de onda que eram difíceis. No final de tudo, fiquei um pouco abalado", começou a explicar. Italo Ferreira comemorou que ganhou aliados nesta luta contra a WSL e garantiu que o seu estilo de surfe não mudará.
"No dia que finalizou a bateria, fiquei feliz pelo que eu apresentei, o que entreguei naquela hora. Para mim foi o suficiente, para outras pessoas, não. E está ok. Daqui a cinco dias vou estar em El Salvador fazendo a mesma coisa, surfando, entregando meu máximo e buscando resultado. Eu acho que esse não é o momento para dar tanta força ou energia para uma coisa. Foi legal que tiveram depoimentos de alguns atletas, tanto do Gabriel quanto do Filipe e do Chumbinho", seguiu antes de completar com um forte recado para a WSL.
"Na maioria das vezes, acabamos sofrendo um pouco, mas acho que o outro lado para mim é que eu recebo isso de uma outra forma, mais motivacional, com um pouco mais de energia, para que eu possa ir à próxima (etapa) quebrar de verdade, mais ainda. Desde quando entrei no Circuito Mundial, em 2015, sempre falei que sempre tive que surfar o dobro para poder conseguir algo. Acho que para todos os outros caras também. A gente sempre tem de entregar um pouco mais", completou.