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Skate / EXCLUSIVO!

Leticia Bufoni sobre ser exemplo no skate: "Não imaginava que seria uma referência"

Pioneira na modalidade, Leticia Bufoni carrega a missão de ajudar e ser exemplo para os novos talentos, além de ser referência dentro do esporte brasileiro

Guilherme Assumpção Publicado em 11/01/2023, às 12h00

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Leticia Bufoni é o principal nome da história do skate feminino brasileiro - Reprodução / Instagram
Leticia Bufoni é o principal nome da história do skate feminino brasileiro - Reprodução / Instagram

De pioneira para exemplo! Assim foi a trajetória de Leticia Bufoni. Uma das primeiras skatistas brasileiras a se arriscar mundo afora e construir carreira, ela jamais imaginava que seria um espelho para que mais meninas buscassem a modalidade. Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, Leticia relembrou o início da carreira e as maiores dificuldades que enfrentou.

"Eu não imaginava que seria uma referência". É assim que ela inicia a avaliação sobre seu papel e importância para o skate feminino. Hoje com 29 anos, Leticia Bufoni carrega a missão de ajudar e ser exemplo para os novos talentos da modalidade. Além dos títulos já conquistados, a atleta tem o maior troféu possível: ser referência dentro do esporte brasileiro.

Na entrevista ao SportBuzz, Leticia Bufoni abriu o coração ao relembrar as primeiras manobras e contou as dificuldades que enfrentou por não ter apoio. Além dos comentários e críticas sobre seu estilo, ela detalhou como mudou a visão que as pessoas tinham dela. Para fechar, a skatista ainda avaliou o que pode melhorar para que a modalidade cresça cada vez mais. Confira abaixo!

Leticia Bufoni dá início na série de reportagens do SportBuzz. A partir desta quarta-feira, 11, o portal traz entrevistas exclusivas com nomes importantes do skate feminino para avaliar a fase vivida por elas e o que ainda pode ser melhorado na modalidade. Acompanhe e conheça a série do SB: "O skate feminino e a inspiração por novos talentos".

Leticia Bufoni durante visita na F1
Leticia Bufoni segue se arriscando no skate mundo afora (Crédito: GettyImages)

P: Qual é o principal desafio que você encarou no início da carreira e como teve que se virar para ignorar as dificuldades?

R: O principal desafio no início foi não ter muito apoio, era um esporte dominado pelo meninos e eu era a única menina na rua querendo andar. E depois quando fui morar fora, pra andar de skate também não foi fácil, não sabia falar inglês e tava longe da minha família. E eu me virei enfrentando tudo isso, não tinha como ignorar, mas sim como enfrentar o desafio, então comecei a aprender a falar inglês, treinava muito, comecei a correr campeonatos maiores, até que as coisas começaram a acontecer naturalmente.

A minha vontade de andar de skate era muito grande, então eu não desisti e não aceitava que falassem que eu não podia andar, ou que o skate não era pra mim, eu simplesmente insisti naquilo que eu queria.

P: Como você enxerga sua trajetória sendo um exemplo para que novas meninas pudessem construir suas histórias no skate? Imaginou em algum momento que seria um espelho?

R:Eu não imaginava que seria uma referência para as mulheres e meninas, eu já fui muito criticada por todos porque eu tinha um estilo diferente do comum, eu sempre gostei de andar de skate vestindo calça legging que me deixa mais confortável pra eu fazer os movimentos das manobras. Não era todo mundo que entendia, então pensavam que eu queria, por exemplo, ficar mostrando o meu corpo.

R:Mas o legal dessa história é que conforme eu fui evoluindo na carreira, ganhando os campeonatos, naturalmente as pessoas começaram a me acompanhar, a querer pintar o cabelo de rosa, usar roupas parecidas, a mandar mensagens me perguntando como eu consegui me tornar profissional. Hoje eu fico muito feliz de ver tantas meninas nas pistas, como a Rayssa e a Sky, que são medalhistas olímpicas.

P: Como é viver esse momento tão especial do skate feminino ao lado de tantos talentos?

R:É incrível ver o nível e a proporção que o skate feminino atingiu ao longo desses anos. Desde que eu comecei até as Olimpíadas, nós percebemos a diferença que esse evento fez para o nosso cenário, tanto em visibilidade, quanto em incentivos, patrocínios e o próprio crescimento da comunidade do skate.

P: O que ainda precisa ser melhorado para que o skate feminino cresça cada vez mais?

R:O apoio ainda pode melhorar de forma geral. Se comparar com a popularidade de outros esportes, o skate ainda está se desenvolvendo. O skate é um esporte, um estilo de vida, é arte, cultura, uma ferramenta que pode ser explorada de várias formas, então quanto mais pessoas olharem dessa forma, mais o esporte, principalmente o feminino, vai evoluir ainda mais.