O lateral-direito ainda declarou que a crise política do clube causou o rebaixamento do Cruzeiro
Damaris Andrade Publicado em 10/04/2020, às 15h40
O ano de 2019 não foi o melhor para o torcedor cruzeirense. Além de ver diversas crises políticas e financeiras no clube, viu também o time ser rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Desde dezembro de 2019, o Cruzeiro tem feito reformulações para manter jogadores e continuar com o clube vivo. A maior alteração feita foi na folha salarial, passando de 15 milhões de reais para 3 milhões.
Em entrevista ao canal Fox Sports, Edilson, lateral-direito do Cruzeiro, comentou sobre sua permanência no clube, e que, para isso, precisou diminuir seu salário.
“Eu, particularmente, reduzi meu salário em 70% para poder ficar. A grande maioria que ficou do ano passado para cá também reduziu bastante o salário, em torno de 70% a 80%”, disse Edilson.
“Então, a gente há vinha ajudando antes. Tudo no que a gente puder ajudar para que o Cruzeiro caminhe normalmente, como nós já fizemos antes, a gente vai tentar se reunir para poder fazer. Essa é a nossa forma de pensar por aqui”, continuou.
O rebaixamento do Cruzeiro foi uma surpresa para muitos, principalmente para os torcedores. No Brasileirão de 2019, a Raposa venceu apenas sete partidas durante todo o campeonato. Mas, para Edilson, o principal motivo da queda do time veio de fora dos gramados.
“Todo mundo viu o noticiário. Desde maio o Cruzeiro só vinha com notícia ruim fora de campo. Dentro dele, nossa equipe era uma das melhores do Brasil. Tínhamos perdido um jogo só na Libertadores, e o time estava voando. É tentar explicar o inexplicável. A gente olhava para o lado e sabia que só tinha jogador de altíssimo nível, mas acabou acontecendo isso”, afirmou.
“Eu credito muito essa queda à crise política que o clube viveu. Sem sobra de dúvidas isso atrapalha muito. A gente sempre tenta filtrar, falar que não nos afeta, mas nos afetou sim. A saída do Mano Menezes era um dos nossos líderes, que comandava nosso vestiário, isso também pesou”, continuou Edilson.
Mano Menezes foi o primeiro de quatro técnicos que o Cruzeiro teve no ano de 2019. Após a saída de Mano, Rogério Ceni, Abel Braga e Adílson Batista treinaram a Raposa, este último permanecendo até março de 2020, quando foi demitido e Enderson Moreira assumiu o comando cruzeirense.
Rogério Ceni chegou ao Cruzeiro depois de uma excelente campanha no Fortaleza, e, após a remissão dele, rumores começaram a surgir sobre o motivo. Um dos exemplos foi um possível desentendimento entre Ceni e os jogadores. Entretanto, Edilson nega que a equipe tenha feito complô para derrubar o treinador.
“O Rogério, para mim, é um ídolo. É um cara que eu tenho um respeito muito grande pelo o que ele fez no futebol, mas tem coisas que eu não concordo que ele tenha feito”, afirmou Edilson.
“Assim como, de repente, tem coisa que ele não concorda que eu tenha feito naquele momento. Mas é vida que segue. O respeito por um ídolo vai ser sempre gigante. Não tinha panelinha, nosso grupo era unido, não tinha briga e ninguém queria derrubar treinador algum”, concluiu.
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