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Coronavírus / CORONAVÍRUS!

Zagueira ex-Santos conta sobre seu retorno à China: "Se soubesse que estava assim, juro que não teria vindo"

Camila Martins já havia desistido de viajar em janeiro por conta da doença

Izabella Macedo Publicado em 02/04/2020, às 16h27

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Zagueira ex-Santos conta como foi seu retorno à China e se choca - Fotos Públicas/Gov Cn
Zagueira ex-Santos conta como foi seu retorno à China e se choca - Fotos Públicas/Gov Cn

A zagueira Camila Martins, que brilhou pelo Santos na Libertadores de 2018, estava prestes a embarcar para a China no recesso de 2019. A jogadora havia acabado de firmar contrato com Shanghai Shenhua, mas desistiu nos minutos finais da viagem.

O medo de contrair o novo coronavírus, que fez 259 vítimas fatais no país ainda em janeiro, foi maior.

Porém, dois meses depois e com o objetivo de comprar uma casa própria para a família e ajudar a mãe, que é empregada doméstica e os sete irmãos, a atleta decidiu tentar novamente.

Quando saiu do aeroporto, no último dia 27 de março, após dois dias de viagem, Camila esperava encontrar a cidade totalmente normalizada e com tudo funcionando novamente. No entanto, não foi nada disso que aconteceu.

A zagueira teve que passar por horas de espera no aeroporto, fez exames do governo local e agora tem que ficar mais duas semanas de quarentena dentro das estruturas do clube como medida de prevenção caso tenha contraído o vírus no Brasil.

Ao site Globo Esporte, Camila contou o cenário que encontrou quando desembarcou na China.

"Passa um filme na cabeça. Dá vontade de largar tudo. Pensei que, para estar passando por essa situação, era melhor estar no Brasil. É difícil porque estou sozinha. Então, quis desistir. Não queria aceitar. Foi um transtorno que nunca passei na minha vida. Se eu soubesse que estava assim, esse processo todo, juro que não tinha vindo. Chorei muito", disse.

Quando pousou, Camila afirma que só teve o pequeno espaço entre as cadeiras do avião para esperar por quase três horas. Como procedimento, os funcionários vestiam máscaras e trajes descartáveis para retirar aos poucos os passageiros que chegavam.

A atleta se viu quase como em um beco sem saída, já que recebeu um formulário em que tinha que responder se esteve com alguém infectado ou como estava se cuidando, por exemplo, e para piorar, a zagueira não fala nada do idioma local.

"Entrei em desespero. Como que eu ia falar com alguém para pedir um telefone para falar com minha tradutora? Esbarrei com uma brasileira e pedi para ela me ajudar para preencher os papéis. Se fosse no Brasil, resolvia porque é na minha língua. Mas numa que você não conhece?", contou.

Quando finalmente deixou o avião, a pernambucana viu mais seis horas de espera pela frente. Camila foi submetida a um novo questionário e depois cruzou o aeroporto em direção a um carro de sete lugares, que tinha maior distância entre passageiro e motorista.

A equipe presente no veículo a deixaria em um quarto preparado pelo governo para abrigar estrangeiros que acabavam de chegar de outros países.

"Saí do aeroporto direto para esse quarto. Me deram algo para comer, aí enfiaram dois pauzinhos no meu nariz, acho que para tirar secreção, e foram embora. Depois, eles voltam com o resultado, para eu entregar no clube e fazer a quarentena. É uma sensação que, como nunca passamos, fico com uma aflição. É medo, angústia", falou.

Sua vida na China pode voltar ao "normal" no dia 12 de abril, quando poderá deixar o isolamento e até lá, Camila tenta encontrar forças em sua família e no seu propósito de ter voltado.

"Penso de onde vim e onde estou. Com toda a dificuldade, sei que posso dar o melhor para minha família estando aqui. Porque antes queria dar algo melhor, mas não podia. É o que me dá mais força, porque no Brasil nunca vou conseguir isso. Meu sonho ainda não foi concretizado, que é tirar minha mãe do trabalho. Meus irmãos moram todos em casa alugada. Penso em comprar algo para eles, nem que seja pequeno, mas que seja deles. Se eles estiverem bem, eu também estou", finalizou.


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