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Futebol / ESPECIAL

Ramadã nas ligas europeias: quando a religião e o esporte se encontram

O Ramadã é um dos pilares do Islã, marcado por jejum e orações ao longo de um mês; entenda como a prática é recebida no futebol do Velho Continente

Mohamed Salah, jogador muçulmano que defende o Liverpool - Getty Images
Mohamed Salah, jogador muçulmano que defende o Liverpool - Getty Images

O Ramadã, um dos quatro pilares do Islã, teve início no último domingo, 10. Ao longo de aproximadamente um mês, muçulmanos de todo o mundo intensificam as suas orações e jejuam entre o nascer o pôr do sol. A prática de caridade também é ressaltada para pessoas que seguem a religião.

Previsto no nono mês do calendário lunar islâmico, o Ramadã interfere diretamente na rotina de jogadores de futebol. Grandes nomes como Salah (Liverpool), Gundogan (Manchester City), Benzema e Kanté (ambos do Al Ittihad) se alinham às tradições muçulmanas, o que demanda flexibilidade por parte de suas respectivas ligas.

Entre os principais campeonatos na Europa, a Premier League é a mais aberta. Em mais de uma vez, o Campeonato Inglês permitiu a paralisação de partidas para que o jejum fosse quebrado; o que geralmente é feito com a ingestão de uma tâmara e um copo d’água. Segundo o site “FourFourTwo”, alguns atletas começam a reduzir a sua alimentação antes do Ramadã, a fim de obter uma adaptação mais rápida.

Mohammed Elneny, do Arsenal, explicou que a interferência da prática é positiva para os jogadores: “Todo jogador de futebol, quando treina, precisa beber. Depois do treino, comemos comida. O Ramadã não te dá isso, mas te dá outra coisa: a paz de que Deus ficará feliz com você e o respeito que você vai receber do povo”.

A Bundesliga, por outro lado, havia autorizado a paralisação de uma partida (entre Augsburg e Mainz 05) em prol do mês religioso pela primeira vez em 2022. Na ocasião, com o aval do árbitro, o goleiro Zentner ofereceu uma garrafa d’água e outros suplementos líquidos para Niakhaté. O registro do momento solidário viralizou nas redes sociais.

Apesar da maior aceitação no universo esportivo, atletas muçulmanos ainda não se livraram por completo da intolerância religiosa. Na contramão, a Federação Francesa de Futebol já havia desaprovado a interrupção temporária de confrontos disputados durante o Ramadã e reforçou o seu posicionamento para a atual temporada.

O presidente da Comissão Federal de Árbitros (CFA) do futebol francês, Eric Borghini, declarou ao jornal “Le Parisien” que o protocolo vigente segue o mesmo: “Se soubemos que isso está acontecendo (pausas nos jogos), daremos um alerta”. Neste ano, o Ramadã perdura até o dia 9 de abril, em uma terça-feira.