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Futebol / VEJA TUDO!

Palmeiras: Leila dá entrevista coletiva e fala de contratações, protestos e mais

Veja tudo o que a presidente Leila Pereira conversou com os jornalistas durante sua entrevista coletiva no Palmeiras; mandatária falou sobre contratações, protestos e muito mais

Leila Pereira - Getty Images
Leila Pereira - Getty Images

Na tarde desta quarta-feira, 11, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu uma entrevista coletiva no clube para alguns jornalistas. Falando de tudo um pouco sobre o que vem acontecendo dentro do Verdão, a mandatária começou afirmando que precisou de mais de 24 horas para se recuperar dos últimos baques do time nas competições nacionais e internacionais.

As primeiras perguntas para a presidente foram sobre um dos maiores problemas do clube atualmente: contratações. Incapaz de conseguir convencer jogadores ou diretorias a liberarem seus atletas, Leila afirmou que nada é feito sozinha, mas em conjunto. “É importante retroagirmos ao meu primeiro ano de mandato. Nós trouxemos cerca de 10 atletas. A presidente nunca contrata isoladamente, nós decidimos em conjunto. A presidente, a comissão técnica e nosso diretor de futebol. Sem a anuência desses três, ninguém entra e ninguém sai. Temos um planejamento a cada ano, em que o Abel se posiciona, sobre o que ele precisa, e essas solicitações vão para a nossa análise de mercado”, disse. “Ano passado contratamos, alguns não se adaptaram. É um investimento alto e você não tem a certeza de que ele vai performar, é muito subjetivo, alguns atletas não se adaptaram, tivemos que emprestá-los”, completou.

Já sobre 2023, as coisas mudaram no Palmeiras: “Em 2023, tivemos um pouco mais de cuidado, por responsabilidade financeira. Eu não vou sobrecarregar o Palmeiras financeiramente para dar satisfação a jornalistas, com todo respeito que tenho a vocês, alguns torcedores. Quem paga essa contratação é o clube e eu não posso sobrecarregar o clube acima do que é possível pagar. Eu penso o Palmeira a longo prazo. Quero que o Palmeiras continue sendo protagonista sempre”, disparou. “Nós temos dificuldades de trazer atletas para o Brasil, os atletas não querem vir, e os meus atletas querem sair do Brasil. Não vou contratar atleta aposentado em atividade. Se não é aquele atleta que vá suprir as necessidades do nosso treinador, eu prefiro não trazer, prefiro dar espaço a nossa base, que é a melhor do Brasil, prefiro priorizar as renovações. Tivemos propostas para que vários atletas saíssem e consegui que eles ficassem. Como? Melhorando as condições financeiras desses atletas. Minha prioridade sempre é manter os nossos atletas, que estão trabalhando há bastante tempo conosco, tem ligação com o Palmeiras”, completou.

“A grande parte dos nossos torcedores compreende. Claro que ficamos chateados quando fomos desclassificados, mas é impossível ganhar todos os anos. Sou presidente há quase dois anos, nós conquistamos cinco títulos. Não sei se outro presidente com tão pouco tempo conquistou tanto quanto a nossa gestão. Eu entendo que o torcedor fica chateado. Ninguém fica mais chateado que eu, chateada. Quando ganha, nunca é a presidente. Quando fui eleita presidente, eu tinha certeza absoluta dessa pressão, acho normal em um clube tão grande quanto o nosso”, afirmou Leila.

Além disso, a presidente do clube comentou que reforços escolhidos não quiseram jogar no Brasil: “No meio do ano tentamos sim, mas os atletas que foram escolhidos pela nossa comissão técnica não quiseram vir jogar no Brasil. É muito difícil morar aqui, a insegurança do nosso país, dos nossos clubes, causam verdadeira repulsa. O próprio Abel na última coletiva dele falou isso, que tivemos que liberar alguns atletas no meio do ano por causa disso. Eu entro nas negociações quando não está andando na velocidade que eu penso, eu mesmo ligo, falo com o atleta, falo com o empresário, e essa é a dificuldade que nós temos”, explicou. “Não estou querendo tirar a responsabilidade de cima de mim. Sou uma mulher que não tenho medo de absolutamente nada, porque tenho respeito pela verdade. Não tenho porque mentir, não tenho porque me esconder. Tenho essa dificuldade, de trazer atletas que joguem como quero. O Palmeiras não é lugar de aposentado. Não vou fazer isso. Não vou. Contratação é caro, então quero contratar jogadores que podem resolver”, completou.

Leila ainda aproveitou para falar sobre a pressão que sofre das torcidas organizadas do clube. “O Palmeiras tem planejamento sim, mas nosso planejamento é feito dentro da Academia de Futebol. Em hipótese nenhuma vamos planejar por pressão de torcida organizada. Eu respeito profundamente nossos 20 milhões de torcedores que não são só da vitória. O Palmeiras hoje é um clube modelo de administração. Olha o que nós temos aqui, essa Academia de Futebol, vários clubes vêm conhecer, olha essas revelações na base, olha os últimos anos o que nós somos hoje. Acho que isso enche de orgulho a grande maioria dos torcedores. Pode ter certeza de que pressão externa de torcida organizada não vai mudar uma vírgula do que pensamos sobre o nosso Palmeiras”, comentou.

Questionada sobre os atos de vandalismo nas lojas de sua empresa, Leila se mostrou inconformada. “É inadmissível. Pressão é normal, mas é inadmissível atos de vandalismo contra um parceiro que está há nove anos no Palmeiras só colaborando com o clube. Quando a Crefisa e a Fam chegaram no Palmeiras, em 2015, um ano anterior o Palmeiras estava quase rebaixado. Ninguém nos procurou, nos espontaneamente viemos oferecer. A Crefisa e a Fam já colocaram no Palmeiras ao longo desse tempo cerca de R$ 1 bilhão e R$ 200 milhões. Não é tocando tambor e jogando bomba que vou contratar jogadores. Esses atos de vandalismo contra uma patrocinadora que só colaborou com o Palmeiras. Na pandemia, enquanto a maioria dos patrocinadores cortaram os patrocínios, a Crefisa e a Fam em nenhum momento suspendeu os pagamentos para o Palmeiras. Por isso que o Palmeiras conseguiu manter o emprego dos nossos trabalhadores intacto”, afirmou a presidente.

“O torcedor organizado torce pela entidade deles, porque se torcesse, não atacaria uma empresa que só está para colaborar. Não vandalizaria muros do clube. Isso é conversa fiada. São dogmas do futebol, completamente errados, que precisam ser discutidos e rechaçados”, disse, completando que vai responsabilizar os torcedores criminalmente e no aspecto civil.

Porém, os atos contra sua pessoa e sua empresa não fazem Leila repensar o patrocínio ao Palmeiras. “Temos contrato e vamos honrar até o final. Vou ser candidata a reeleição no Palmeiras e se o associado tiver confiança no meu trabalho e eu for reeleita, terei o maior prazer de continuar patrocinando. Mas nós faremos uma BID, uma concorrência, porque se vier alguém pagamento acima do valor que vou me propor a pagar, desde que seja uma empresa idônea. O futebol não é matemático. Vejam clubes que tem um banco espetacular e não ganham nada. A crítica seria: Não contratou de forma correta. Mas tudo bem, estamos aqui para receber e responder críticas. O que não admito é atletas serem ameaçados ou a presidente ser ameaçada. Isso é surreal. Desvaloriza o grande produto que é o futebol brasileiro. Isso não é normal. Não adianta vir SAF ou Liga, que vai ficar do mesmo jeito que está. Tem que combater essa violência que dirigentes e atletas vivem. Não estou tirando a minha responsabilidade. Não decido sozinha, mas a decisão final sempre é minha. O pessoal costuma dizer que me acho dona do Palmeiras e não. No dia que acabar meu mandato, eu pego minha bolsa e saio daqui. O Palmeiras não é de ninguém, é de nossos milhões de torcedores. A grande diferença é que só estou para ajudar o Palmeiras, não esses torcedores organizados, que é muito importante separar, quando reclamo é dos organizados”, explicou.

Além disso, sobre o conflito de interesses e sobre seu avião, Leila foi enfática: “Esse avião é meu. Não usei recursos do Palmeiras. O dinheiro é meu, eu comprei o avião. Eu ando em avião particular, um Falcon, e nossos atletas viajavam em avião fretado e o avião fretado além de ser caríssimo, você fica à disposição da companhia aérea e isso me incomodava muito. A presidente viajava a hora que quer e os atletas ficavam nesse problema com a malha aérea. Eu resolvi comprar o avião, com meu dinheiro, para que meus atletas pudessem viajar a hora que quiserem”, afirmou. “Só em economia neste período, foram R$ 3 milhões. Onde há conflito de interesse quando eu que ponho o dinheiro? A outra questão é de que eu uso a marca Palmeiras para divulgar minha empresa. Se eu oferecesse avião gratuitamente para qualquer clube do Brasil, falar: olha, clube A, tome meu avião' . Posso dizer que você está usando meu avião? É óbvio que iriam aceitar. Se eu deixar esse avião parado quando o Palmeiras não joga, sabe o que acontece? Nada. Eu posso pegar o avião e chamar vocês para passear”, completou.

“A grande emoção (em anos anteriores ao patrocínio da Crefisa no Palmeiras) era quando não caía. Hoje as pessoas ficam estressadas porque de quatro Libertadores, ganhamos duas e em duas saímos na semifinal. Isso é ridículo”, disparou a presidente do clube.

Já sobre os problemas enfrentados com o avião, quando o time precisou mudar a logística. “Os nossos atletas voltaram no avião da Gol e quem pagou fui eu, não foi o Palmeiras. O Palmeiras nunca teve um centavo de prejuízo comigo. Eu poderia muito bem pegar esse dinheiro e investir em outros veículos, mas escolhi colaborar com nosso clube”, comentou. “Essas pessoas que ficam criticando de forma totalmente irresponsável a nossa gestão, que prioriza sempre o que é profissional, correto e transparente. Por que? Querem ver o caos e voltar ao que era antes. E voltar ao que era antes é de quando a emoção era saber se vai cair ou não. Acho que um dos grandes méritos da minha gestão foi dar continuidade ao trabalho do Maurício e melhorando. Eu tenho muito orgulho disso e tenho certeza que ele também”, disparou.

Questionada sobre a dívida com a WTorre e o rompimento com a Samsung, que cobrou valores do clube na Justiça, Leila disse: “Sobre a WTorre, infelizmente eu não posso dar muitos detalhes, pois se encontra em sigilo. O que eu posso dizer é que não se resolveu e eles continuam não pagando absolutamente nada. Já sobre a Samsung, isso que me dói que em um clube de futebol o gestor tinha que ser responsabilizado por atos de sua gestão e isso não acontece. Por isso que a maioria dos clubes estão em situações catastróficas. Esse caso da Samsung está beirando os R$ 50 milhões, perdemos em primeira, em segunda instância, porque o contrato foi rescindido antes do tempo, mas vamos tentar pelo menos diminuir esse valor nos tribunais superiores. Continua a briga jurídica, mas estamos tentando um acordo”, explicou.

Além disso, foi perguntada se algum patrocínio novo pode pintar no Palmeiras para 2024: “Até hoje não chegou nada. Estou sempre aberta a propostas, mas o que desejo é que finalize o nosso contrato de patrocínio em dezembro de 2024 e só então que vamos abrir para novas empresas que queiram patrocinar o Palmeiras”, comentou.

Sobre as negociações de uma possível renovação de Abel Ferreira no comando do Palmeiras, Leila foi enfática. “Eu não tenho dúvida nenhuma [sobre renovação]. Abel tem contrato conosco até dezembro de 2024, conversei com ele sim que é um desejo muito grande que tenho que ele fique comigo até o final do segundo mandato, se eu for reeleita. Ele não fala que sim e nem que não, mas eu vejo que o Abel está muito feliz aqui no Palmeiras”, comentou. “Não dúvida que ele também fica chateado, que alguns tem a memória muito curta. Abel é o maior treinador da história do Palmeiras, mas ele não tem obrigação de vencer todos os campeonatos. Eu volto a falar da violência. Se chega nos atletas, na presidente, claro que ele tem receio que chegue nele”, completou a presidente.

“Só assim no caos é que saem os fantasmas e nós não podemos deixar. O Palmeiras chegou a um nível de excelência, que temos que coibir esse tipo de gente. São pessoas que pensam como um futebol do passado, que não cabe mais. As pessoas relutam em descolar dessa imagem. "É pela força, pelo medo, que vamos impor." Não vai”, disse Leila. Criticando as organizadas novamente, a presidente disparou e muito: “Essas torcidas organizadas não construíram nada. Eles são caso de polícia. Essas pessoas são o grande câncer do futebol brasileiro”.

Ao ser questionada sobre as críticas direcionadas ao diretor de futebol Anderson Barros, a presidente defendeu o funcionário: “Ele no Palmeiras conquistou somente nove títulos, sendo duas Libertadores. É responsável direto pela contratação do maior treinador de futebol do São Paulo. Do São Paulo não, do Palmeiras. Não tenho dúvidas que é um profissional que qualquer clube gostaria de tê-lo. É uma pessoa equilibrada, correta, respeitosa, que eu tenho profundo orgulho de ter ao meu lado. Enquanto eu estiver aqui, o Anderson Barros será meu grande parceiro”, afirmou.

Já ao ser pedida uma avaliação pessoal da temporada do Palmeiras e sobre qual seria a dificuldade do clube em dificuldade em contratar jogadores que estão no Brasil, Leila foi sincera. “Eu quando renovei o contrato do Abel, eu falei com ele que queria pelo menos um título por ano. Fui modesta. Ano passado tivemos três. Esse ano nós tivemos dois. Nós trabalhamos para ganhar todos os campeonatos. Infelizmente não conseguimos na Copa do Brasil e na Libertadores, por detalhes. Acho que foi boa. Gostaria que tivesse sido melhor, que nós sempre lutamos para conquistar o maior número de títulos possível sabendo que difícil. Estamos na luta do Brasileiro, complicado, mas estamos na luta. A gente luta sempre para conquistar o maior número possível”, opinou. “Eu tenho muita restrição para jogadores que estão se aposentado e querem se aposentar no Palmeiras. Não é nossa mentalidade, não quero. Não quero uma performance de um ano, eu quero continuidade. Aqui no Brasil, alguns jogadores que tivemos possibilidade, não vou citar nomes, teve um que eu tive a possibilidade de trazer. Eu não trouxe porque achei o valor alto, não achei que valesse. Mas eu ouço as pessoas eu observo. Não tenho convicções. Eu mudo de ideia. Não tem problema nenhum. Não tenho compromisso com erro. Eu não quis porque achei caro e hoje acho que acertei. Eu me arrependeria se tivesse comprado”, completou.

Um dos jornalistas presente perguntou sobre o possível aumento do valor do patrocínio aumentasse, usando o Corinthians e sua camisa, que agora é a mais valiosa do Brasil, como exemplo, mas Leila criticou profundamente: “O jornalista tem que ser responsável, porque são formadores de opinião. Não posso dizer que a camisa de um clube é R$ 123 milhões, você viu o contrato? Você não viu. Então como pode falar que a camisa de um clube vale R$ 123 milhões porque falaram? Tem que ser responsável, tem que ter a certeza de que vale. Me prove que essa camisa do Corinthians estão pagando R$ 123 milhões. Me mostrem o papel que eu pago R$ 123 milhões. Quero que comprove que essas empresas pagam R$ 123 milhões por ano”, detonou.

Por fim, Leila foi questionada sobre as críticas da oposição dentro do próprio Palmeiras. “Eles queriam saber sobre conflito de interesse. Quando o conselheiro é bem intencionado, não tenho problema nenhum, não tenho problema com críticas. Sou política também. Essas pessoas não são da oposição, eles querem destruir a minha gestão. Foram essas pessoas que trouxeram a Black Star lá atrás. Antes desse questionamento vir para mim, estava na imprensa, então não vou dar atenção a pessoas que não querem contribuir. Não é oposição. Eles são da destruição. Não sou uma pessoa vingativa de forma nenhuma. Não sou palhaça. Esses ingressos para conselheiros são uma liberalidade para presidente, oferece para quem quer, e para essas pessoas que querem destruir nossa gestão, não é que não tem ingresso, é que eles não tem nada. Eu não uso nada do Palmeiras. O Palmeiras nunca pagou camarote para mim, nunca pagou nada para mim. É tudo às minhas custas. Não há questão de conflito de interesse. Elas querem destruir a nossa gestão e eu não vou deixar”, finalizou a presidente.