Treinador português comenta sobre enfraquecimento do elenco ao longo da temporada e culpa cobrança externa por saída de alguns jogadores do Palmeiras
Durante a entrevista coletiva depois da derrota para o Santos, em Barueri, o treinador português Abel Ferreira revelou que algumas ameaças e a pressão externa fizeram com que alguns jogadores do Palmeiras saíssem desde que chegou ao clube. Antes do clássico, torcedores protestaram contra a presidente Leila Pereira e membros da diretoria, principalmente o diretor de futebol Anderson Barros.
Nomes questionados pela torcida deixaram o clube recentemente, como o meio-campista Bruno Tabata e os atacantes Rafael Navarro e Gabriel Veron. Sem citar nenhum nome, Abel disparou contra a idolatria que vira ameaça quando os resultados são negativos. “Se vocês prestarem atenção de quando chegamos, como era o plantel e como é, se você olhar quantos saíram: Jorge, Danilo, Scarpa, Veron, Merentiel, Tabata, Navarro... Alguns saíram por não aguentar a pressão de jogar aqui e pediram para sair, porque estavam tendo a família ameaçada. Falaram comigo, e eu entendo isso. Quando o jogador fala que não quer jogar mais no clube, eu entendo. Pediram para sair e saíram”, comentou.
Além disso, o treinador falou sobre a falta de reposição das saídas mais duras, como Danilo e Gustavo Scarpa. “O clube foi claro, há dívidas que precisam ser pagas, não é por gastar mais. Há exemplos de clubes que se reforçaram e não ganharam. Honestamente, hoje estamos sendo vítimas de tudo que fizemos e da expectativa que criaram. E agora temos que aguentar a pressão. Não gosto da idolatria, porque quando ganhamos somos Deuses, e quando perdemos somos lixo. Não gosto desse oito ou oitenta. O futebol é muita emoção, mas quando o jogador pede para não ficar é difícil. Agora é aguentar as críticas e no final da temporada fazer os ajustes que temos que fazer”, disse Abel.
O português também comentou sobre o trabalho interno que vem fazendo para o planejamento da temporada de 2024. O Palmeiras deve ser mais agressivo no mercado, além de trabalhar para segurar os principais jogadores do elenco, que foram alvos durante a última janela. “Existe planejamento desde que eu cheguei. A temporada é sempre preparada durante o ano anterior. Sempre passo minhas necessidades para eles (dirigentes) e sei que tenho necessidades, mas o clube também tem suas necessidades, ninguém garante nada. Não posso mentir, quando olhamos para todos que saíram perdemos maturidade, peso”, afirmou.
