Com direito a chegada de Cuca e demissão de Fernando Lázaro, o Corinthians encontra um cenário explosivo para o jogo contra o Remo na Copa do Brasil
Lucas Miluzzi Publicado em 26/04/2023, às 07h00
Polêmica com Cuca e a queda de Fernando Lázaro foram as faíscas necessárias para que a crise no Corinthians explodisse dias antes de uma das principais decisões do clube em 2023. A Copa do Brasil é uma das grandes prioridades do alvinegro nesta temporada, mas o sonho de chegar à uma final pode ser adiado neste ano. O Timão perdeu o jogo de ida para o Remo, por 2 a 0, e vai precisar de uma vitória por mais de três gols para avançar no torneio.
Nesta quarta-feira, 26, às 21h30 (horário de Brasília), a Neo Química Arena será palco talvez da partida mais importante para o Corinthians em 2023. Ela pode definir uma retomada importante no alvinegro na temporada ou então colocar uma chama ainda mais quente numa crise que já explodiu nos bastidores e nas arquibancadas. Mas ela só se deve por conta de uma sequência de erros cometidos no início do ano.
Para o torcedor que viu o calendário do Corinthians na Copa do Brasil, com certeza achou que a partida contra o Remo não seria um problema, mas isso mudou na última semana. Para entender, é preciso voltar no dia 12 de março, quando o Timão acumulou uma eliminação vergonhosa para o Ituano, na Neo Química Arena, nas quartas de final do Paulistão.
A partir dali, a direção do clube alvinegro teve a chance de mudar o rumo da temporada. Com a queda no estadual, o Timão teria 24 dias até a estreia na Libertadores. Uma mudança no comando técnico, na época, já era cogitada, mas o presidente Duílio Monteiro Alves optou pela sequência de Lázaro. A equipe voltou e venceu por 3 a 0 o Liverpool-URU, rival mais fraco de seu grupo na Libertadores.
Uma semana depois, o time encarou o Remo fora de casa. A pressão começou a partir desta noite. O até então treinador optou por escalar uma equipe mista, e a resposta foi uma derrota por 2 a 0 com muitas críticas nas redes sociais. Foi neste momento que a crise no Timão começou a entrar em erupção e ela não foi amenizada nem mesmo com a vitória em cima do Cruzeiro, na estreia da equipe no Brasileirão.
Apesar do 2 a 1 na Neo Química Arena, a atuação foi abaixo das expectativas e um resultado positivo contra o Argentinos Juniors na última quarta-feira, 19, era fundamental. No entanto, num jogo sem qualquer tipo de identidade corintiana, a equipe foi derrotada por 1 a 0 em casa e a situação ficou insustentável para Fernando Lázaro.
Uma mudança no comando técnico foi inevitável. No dia seguinte, na quinta-feira, 20, o Corinthians tratou de anunciar um substituto e o nome escolhido foi Cuca. A contratação não agradou boa parte da torcida e a crise estourou de vez no clube alvinegro. A rejeição foi grande por conta do passado do técnico, que trabalhou no Palmeiras e foi condenado por violência sexual em 1987, na Suíça, quando ainda era jogador do Grêmio.
O último fator é predominante para boa parte dos torcedores e para diversos funcionários do clube. No domingo passado, 23 de abril, após a sua estreia como técnico do Corinthians, que resultou numa derrota de 3 a 1 para o Goiás, o elenco do futebol feminino divulgou uma nota oficial e se manifestou contra a contratação de Cuca.
E é com esse cenário que o Corinthians irá a campo nesta quarta-feira, 26, contra o Remo. A equipe precisará vencer os rivais por três gols de diferença, mas, além disso, deverá superar uma grande pressão contra o seu próprio treinador, que terá o seu primeiro contato com a torcida corintiana desde a sua chegada ao clube de Parque São Jorge.
