Estrela da Sérvia e do Ajax, Dusan Tadic destaca a inspiração do pai e do ídolo Zinedine Zidane como responsáveis por sua carreira no futebol
Gabriela Santos Publicado em 23/09/2022, às 14h00 - Atualizado às 14h01
“Meu pai, é daí que vem meu amor pelo jogo”. Esta é a declaração de Dusan Tadic, o atacante destaque da seleção da Sérvia e estrela do Ajax, da Holanda. O capitão do clube holandês ainda tem em Zinedine Zidane a imagem de ídolo do esporte para o jovem sonhador de Backa Topola, cidade localizada na província autônoma de Vojvodina.
Como parte da preparação para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, o SportBuzz conta a história de Dusan Tadic, o experiente jogador da Sérvia. Nascido no dia 20 de novembro de 1988, o atacante disputará o próximo Mundial de seleções com 34 anos.
Sua história com o futebol começou nas ruas de Backa Topola, ao norte da Sérvia, ao lado de tantas outras crianças apaixonadas pelo esporte. Em antiga carta escrita para o “NBC Sports”, Dusan relembra do dia em que ganhou seu primeiro par de chuteiras, da marca Adidas, dada por um dos amigos de seu pai.
Jovem sonhador, Tadic usava o par praticamente todos os dias, e seu amor pelo futebol cresceu ainda mais quando ganhou a primeira camisa. Com o pai e o tio torcendo para Partizan Belgrado e Estrela Vermelha de Belgrado, respectivamente, grandes rivais nacionais, o pequeno Dusan via a tentativa dos irmãos em recrutá-lo para a torcida.
No entanto, o uniforme que ganhou seu coração mesmo foi o da Copa do Mundo de 1998, da então Iugoslávia. A camisa amada pelo Dusan de 13 anos trazia nas costas o nome de Predrag Mijatovic. Naquele Mundial, disputado na França, o país fez uma campanha de 10ª colocação.
Na carta, Tadic também recorda dos momentos difíceis que o país enfrentou enquanto era um adolescente. Para ele, o sonho de jogar futebol deu uma esperança e era uma forma de fuga para as crianças diante do cenário histórico em que o país vivia sua desintegração.
“Foram tempos difíceis. Quando é assim, é importante que as crianças joguem futebol ou outro esporte porque você está em situações mais agradáveis e tem vibrações positivas ao seu redor. Estou muito feliz por ter crescido na Sérvia. Você pode ter momentos difíceis, bons, mas aprende muito. Sou incrivelmente orgulhoso de onde eu vim”.
Tadic coloca o pai como o principal responsável por seu amor ao jogo, mas o ídolo Zinedine Zidane tem um espaço especial em sua carreira no futebol. “Tentei aprender com ele. Ele fez tudo com perfeição. Tudo era fácil para Zidane. Eu adorava vê-lo. Ele era um gênio”, descreveu assim o ídolo francês.
Não apenas pela maneira como ele jogou, mas também gosto de sua personalidade, da calma que ele tem fora do campo e da maneira como ele se comporta. Depois de assisti-lo na TV, eu ia direto para a rua na Sérvia para tentar jogar como ele”, escreveu Tadic.
Com 14 anos, Tadic iniciou sua trajetória na base do Vojvodina, destacada por ele como a “melhor academia da Sérvia”. Dois anos depois estreou no time profissional, onde teve a oportunidade de disputar a Europa League. Na equipe sérvia, foram 126 jogos e 31 gols marcados. A pressão, segundo Dusan, foi fundamental para tornar o jogador que é hoje.
Ele se mudou para o futebol holandês em 2010, para defender a camisa do Football Club Groningen, onde jogou ao lado do jovem Virgil van Dijk em seu segundo ano. Em duas temporadas entrou em campo 76 vezes e balançou as redes em 14 oportunidades. Seu desempenho o levou para o Twente, também da Holanda, entre 2012 e 2014. Com 85 partidas e 32 tentos, foi contratado pelo inglês Southampton.
Com bom desempenho na Inglaterra, após 162 jogos e 24 gols, retornou ao futebol holandês em 2018 para fazer história. Agora com a camisa do Ajax, Dusan já soma incríveis 92 gols e 96 assistências em 204 partidas. Tadic é um garçom nato. Na carreira, ainda registrou: 17 passesdecisivos pelo Vojvodina; 32 pelo Groningen; 36 pelo Twente; e 35 pelo Southampton.
Uma das principais apostas no ataque da Sérvia para a Copa do Mundo, o atacante de 1,81 m tem 88 jogos e 18 gols pela seleção. Em 2022, ele irá disputar o segundo Mundial de sua carreira pelo time nacional.
