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Copa do Mundo / ESPECIAL

Robert Lewandowski: o artilheiro polonês que dominou o mundo

Estrela do futebol mundial, Robert Lewandowski superou a morte do pai e contou com o apoio de Jürgen Klopp para se destacar na Alemanha

Gabriela Santos Publicado em 12/09/2022, às 18h30

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Robert Lewandowski, a estrela do futebol polonês e mundial - GettyImages - SportBuzz
Robert Lewandowski, a estrela do futebol polonês e mundial - GettyImages - SportBuzz

Do jovem talentoso de Varsóvia aos principais clubes do mundo. Esta é a trajetória de Robert Lewandowski, estrela da seleção polonesa e que já assumiu o posto de principal jogador do Barcelona. Mas a época mais vitoriosa e evidente da carreira veio na passagem pelo gigante alemão Bayern de Munique.

Como preparação para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, o SportBuzz conta a história de Robert Lewandowski, o artilheiro polonês que dominou o mundo no futebol europeu. Sua trajetória, no entanto, foi marcada pela morte de seu pai, Krzysztof, quando tinha apenas 16 anos.

Lewa nasceu na cidade de Varsóvia, na Polônia, no dia 21 de outubro de 1988. Iniciou sua carreira ainda adolescente, em 1997, no MKS Varsovia Warsaw. Sete anos depois, se transferiu para o Delta Warsaw, time da quarta divisão de seu país natal, onde jogou pela equipe principal.

Foi contratado pelo Znicz Pruszków em 2006, que estava na terceira divisão. Lewa marcou 15 gols em 30 partidas, se tornou o artilheiro do campeonato e ajudou a equipe a subir para a segundona. Na nova temporada pela equipe também foi o principal goleador, com 21 gols em 32 jogos; ele foi eleito revelação polonesa do ano em 2008.

Em junho de 2008 passou a disputar a primeira divisão no Lech Poznań. Lewandowski continuou seu “vício” por gols, marcando 20 no seu ano de estreia e autor do tento mais bonito da temporada. O atacante ficou por mais um ano no clube polonês, onde foi campeão nacional e artilheiro do campeonato, com 18 gols.

Com 41 tentos e 20 assistências em 82 jogos pelo Lech na conta, Lewa chegou ao futebol alemão com 21 anos, depois de ser negociado pelo Borussia Dortmund por quatro temporadas, em junho de 2010. Foi reserva de Lucas Barrios no início, mas após a saída do argentino tornou-se titular absoluto e referência no setor ofensivo.

Pelo clube aurinegro foi campeão da Bundesliga por dois anos consecutivos (2011 e 2012), além de vencer também a Copa da Alemanha em 2012 e a Supercopa da Alemanha em 2013. Esteve na equipe finalista da Champions League na temporada 2012/13, marcando quatro gols contra o Real Madrid na semifinal da competição – o primeiro a atingir esta marca na história.

Lewandoski comemora mais um título pelo Bayern de Munique
Lewandowski comemora mais um título pelo Bayern de Munique (Crédito: GettyImages) 

Naquela edição continental, no entanto, o time então comandado pelo técnico Jürgen Klopp perdeu para o rival Bayern de Munique na final. Ele encerrou seu contrato com o Dortmund em julho de 2014, sendo um dos principais artilheiros da Bundesliga: 74 gols em 131 jogos; 103 em todas as competições.

Destaque na Alemanha, foi contratado pelo Bayern em janeiro de 2014. Inicialmente, o vínculo seria para cinco anos, mas permaneceu no clube bávaro até junho de 2022. Foi no clube da capital que escreveu de vez seu nome na história do futebol mundial. Seu cartão de visitas foi digno de um artilheiro: 25 gols na primeira temporada. No segundo ano, foi artilheiro do campeonato nacional com 30 bolas na rede.

Lewa foi artilheiro do Campeonato Alemão em várias edições e conquistou oito títulos de Bundesliga consecutivos. Sua passagem pelo Bayern de Munique ainda somou os troféus da Copa da Alemanha, Supercopa da Alemanha, Supercopa da UEFA, Mundial de Clubes, além da Champions League 2019-20, edição em que foi o artilheiro com 15 gols.

Suas impressionantes temporadas de 2019/20 e 2020/21 o levaram às principais honrarias individuais da carreira. Ele foi eleito o melhor jogador do mundo pelo FIFA The Best por dois anos consecutivos e ainda ficou com a segunda melhor marca no Bola do Ouro da France Football, que elegeu Lionel Messi como o destaque do ano passado.

Lewandowski foi eleito o melhor do mundo em 2021
Lewandowski foi eleito o melhor do mundo em 2021 (Crédito: GettyImages) 


Deixou o Bayern com marcas individuais e coletivas históricas: foram 344 gols em 375 jogos. A artilharia calibrada o consagrou como o artilheiro da Bundesliga por sete anos (2014, 2016, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022) e igualou o recorde do lendário Gerd Müller.

Em 2021, com 41 tentos, bateu outra marca de Müller como o maior goleador em uma única edição da Bundesliga. Com 312 tentos no total, Lewa é o segundo maior artilheiro da história da competição nesta era, desde 1963, a 53 do ídolo alemão.

Hoje com 34 anos e campeão de tudo, rumou para novos caminhos e decidiu realizar um sonho de infância: defender o Barcelona. Lewa foi contratado pelo clube catalão para fazer parte da reformulação da equipe comandada por Xavi Hernández. Em seis jogos até aqui, já são nove gols marcados, com direito à hat-trick na estreia da Champions League.

Com a camisa da seleção polonesa não poderia deixar de ser menos histórico: é o maior artilheiro do país com 76 gols anotados em 132 partidas disputadas. Espera-se que a marca seja ampliada na Copa do Mundo de 2022. Lewa e Polônia farão sua estreia no dia 22 de novembro, contra o México, no Estádio 974. 

Lewandowski em ação pelo Barcelona
Lewandowski em ação pelo Barcelona (Crédito: GettyImages) 

Klopp, a figura paterna

Em carta aberta publicada pela “The Players Tribune” logo após ser eleito o melhor jogador do mundo em 2019/20, Lewandowski relembrou e homenageou seu pai – um dos principais responsáveis por sua carreira. Krzysztof, como se chamava, morreu quando o jogador tinha apenas 16 anos e não chegou a ver o filho atuando como jogador profissional.

“Eu tive que realmente encarar o troféu para acreditar no que eu conquistei. Na verdade, sendo honesto, ainda não acredito totalmente. Na Polônia, temos um complexo de inferioridade. Nunca tivemos um melhor do mundo. Sentimos que ninguém é bom o suficiente. Garotos da Polônia não deveriam ser melhores do mundo”, escreveu.

Lewandowski e Klopp, pelo Borussia Dortmund (Crédito: Getty Images)

Homenageando o pai, Lewandowski afirmou que encontrou a figura paterna em Jürgen Kloop, na sua chegada ao Borussia Dortmund, em 2010. Ele conta que a relação começou com uma aposta, na qual pagava 50 euros a cada treino que não conseguia marcar 10 gols. No entanto, a situação reverteu e ele passou a receber o dinheiro do treinador.

“Eu estava desesperado para deixar minha marca e Jürgen queria me desafiar, então fizemos uma aposta nos meus primeiros meses [no Borussia]. Se eu marcasse dez gols numa sessão de treino, ele me daria 50 euros. Se não, eu daria 50 euros a ele. Nas primeiras semanas, eu tive que pagar quase sempre, ele ria. Mas depois de alguns meses, as coisas mudaram, eu estava ganhando dinheiro. Então ele disse: ‘Pare. Já chega, você está pronto’”, contou.

Lewa conta que um dos momentos que marcou sua relação com Klopp aconteceu após uma derrota na Liga dos Campeões. Ele questionou o técnico o que ele esperava por parte do atacante. Ele afirmou que a conversa foi um ponto de virada em sua mentalidade, já que marcou um hat-trick logo depois.

“Foi o ponto de virada para mim. Foi uma coisa mental, algum tipo de problema. E acho que tem algo a ver com meu pai. Na época não pensei nisso. Mas agora percebo que minha conversa com Jürgen foi como uma daquelas que eu gostaria de ter tido com meu pai. Um daqueles que eu não conseguia ter em muitos, muitos anos. Eu poderia falar com Jürgen sobre qualquer coisa. Eu poderia confiar nele. Ele é um homem de família e tem muita empatia pelo que acontece em sua vida privada”, relatou o jogador.

Elogiando o técnico, o camisa 9 ainda conto que, além de ter sido uma figura paterna, Klopp era como o “professor chato da escola”, daqueles bem exigentes. Ele relatou que o alemão pediu que fosse mais calmo e tocasse mais na bola, além de ser mais direto e rápido. “Ele não era só uma figura paterna para mim. Como técnico, ele era como o professor chato. E digo isso da melhor maneira possível. De qual professor você lembra mais? Do que facilitava as coisas? Não, você lembra do chato, que era rígido, que te botava pressão. Jürgen era assim. Ele não ficava contente com um estudante “nota 6”. Ele queria estudantes “notas 10”. E não por ele, mas por você”, disse.