Jogadores da Espanha rejeitam convocação e buscam brecha para evitar punição

Alexia Putellas, atual melhor jogadora do mundo, e outras atletas convocadas pela seleção da Espanha nesta segunda-feira, 18, usaram suas redes sociais para compartilhar um comunicado no qual explicam a decisão de não aceitar o chamado da nova treinadora da equipe nacional, Montse Tomé.

Tomé, que é a mais nova comandante das campeãs mundiais, chamou 23 jogadores, incluindo 19 que assinaram na semana passada um manifesto renunciando a jogar pela Espanha até que haja mudanças na Real Federação Espanhola de Futebol. A estreia da treinadora acontece na próxima sexta-feira, 22, diante da Suécia, pela Liga das Nações da Uefa. Depois disso, a seleção espanhola joga contra a Suíça, no dia 26.

• Vítima de polêmica na Copa, Jenni Hermoso não é convocada na Espanha

A inclusão das atletas causou surpresa, fazendo com que o grupo se manifestasse nas redes sociais mostrando repúdio. Além de Alexia Putellas, outras jogadoras como Mapi León, Irene Paredes, Aitana Bonmatí, Mariona Caldentey, Patri Guijarro e Cata Coll, todas do Barcelona, Misa Rodríguez e Teresa Abelleira, ambas do Real Madrid, também compartilharam a nota em seus perfis. As espanholas mantêm a posição firmada anteriormente, mas agora prometem estudar “as possíveis consequências legais” às quais acreditam terem sido expostas pela entidade.

“Como jogadoras profissionais de elite e após todo o acontecido no dia de hoje, estudaremos as possíveis consequências legais às quais nos expõe a RFEF ao nos colocar em uma lista em que tínhamos pedido para não ser convocadas por razões já explicadas publicamente e com mais detalhes para a RFEF, e com isso tomar a melhor decisão para o nosso futuro e para nossa saúde”, diz o comunicado.

• Mesmo com saída de Rubiales, jogadoras da Espanha boicotam seleção

De acordo com o jornal catalão “Sport”, as espanholas consultaram profissionais do meio jurídico e sindical e foram orientadas a se apresentar nesta terça-feira, 19, no centro de treinamentos da seleção, em Las Rozas. No comunicado, as jogadoras antecipam uma estratégia para justificar a renúncia: o atraso no anúncio da lista, que aconteceu cinco dias antes da primeira partida. A Fifa existe que as convocações sejam feitas 15 dias antes. “Parece relevante assinalar que a convocação não se realizou a tempo, em conformidade com o artigo 3.2 do Anexo I do Regulamento sobre o Estatuto e Transferências de Jogadoras da Fifa, pelo qual entendemos que a RFEF não se encontra em posição de nos exigir que aceitemos a convocação”, dizia outro trecho.