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Copa do Mundo / MULHERES NA VOZ

Globo terá narração feminina pela primeira vez na Copa do Mundo 2022

Ao SportBuzz, Natália Lara e Renata Silveira falaram sobre a emoção de se tornarem as primeiras mulheres na narração de uma Copa do Mundo pela Rede Globo; confira

Giulia Vanni Publicado em 21/09/2022, às 20h52 - Atualizado às 20h57

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Renata Silveira e Natália Lara, à esquerda, serão as narradoras da Globo na Copa do Mundo - Reprodução/ Instagram
Renata Silveira e Natália Lara, à esquerda, serão as narradoras da Globo na Copa do Mundo - Reprodução/ Instagram

Integrantes da equipe da Rede Globo, Natália Lara e Renata Silveira ficarão marcadas na história ao se tornarem as primeiras mulheres a narrar uma Copa do Mundo pela emissora. Além de comentaristas capacitadas como Renata Mendonça e Ana Thaís Matos, a Globo também contará com o auxílio de grandes jogadoras de futebol, como Formiga, Tamires e Cristiane, nos comentários.

A presença de mulheres na narração, ainda que limitada, abre muitas portas em diversas áreas do jornalismo esportivo. O Sportbuzz conversou com as narradoras e, em exclusividade, buscou entender o sentimento, a emoção e a representatividade que é finalmente fazer parte do maior evento futebolístico do mundo.

A jovem Natália Lara explicou um pouco de como é importante a conquista. “A presença de nós, mulheres, dentro da Copa, faz valer a pena toda a nossa trajetória, nosso esforço, nossa dedicação durante todos esses anos. A luta de muitas mulheres que vieram antes de nós, que estão em outras áreas, que a gente cresceu juntas nessa, para que a gente pudesse chegar no momento em que mulheres que estarão em casa, acompanhando, às vezes não veem esporte no dia a dia ou até mesmo aquelas que são torcedoras, que gostam e que vão se sentir representadas pela primeira vez dentro de uma Copa do Mundo. Isso, para mim, faz tudo valer a pena. A gente nunca viu isso antes”, afirmou.

Ao narrar Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, você está falando com o público que acompanha futebol, que gosta de futebol, que é fanático. A partir do momento que você vai narrar uma Copa do Mundo, você está falando para todo mundo. É totalmente diferente o que eu vou fazer nessa Copa, porque o público que eu vou falar é bem maior e mais amplo. Que bom, vamos ter mais pessoas, milhares de pessoas, ouvindo uma voz feminina narrando futebol, narrando a Copa do Mundo”, complementa Renata Silveira.

Globo terá equipe feminina para a Copa do Mundo de 2022
Globo terá equipe feminina na transmissão para a Copa do Mundo de 2022 (Crédito: GttyImages)

Renata também falou sobre o impacto que isso tem nas mulheres, que muitas vezes desconhecem a profissão de narradora ou não enxergam espaço. “O mais legal de tudo é você poder ser exemplo, poder ser espelho. Me tornei a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo, em 2014, e me apaixonei sem nunca ter visto uma mulher narrando antes”, introduziu.

A gente tem uma virada de página em 2018. De 2018 até 2022, a gente tem muita coisa pra contar. Outras narradoras surgiram por concursos e porque nós estávamos ali, servindo de espelho pras outras meninas. É muita esperança para 2026. Eu tenho certeza que vou ter diversas outras companheiras narradoras, que serão exemplo para que outras meninas liguem a televisão e falem ‘caramba, mulher também narra futebol?’. É a parte mais legal de tudo isso”, complementou. Renata, hoje, é uma das principais vozes na narração esportiva no país, não só feminina.

Sobre o ambiente do Catar e a cultura em relação às mulheres, Natália Lara afirma a importância da questão: “Estou vendo muito conteúdo legal sendo feito, contando um pouco mais sobre como é o país, como as mulheres dentro do Catar são tratadas. Eu acho que essa Copa, justamente pela grande presença feminina que a gente vai ter lá, pela crescente mundial de representatividade, vai trazer um ponto de atenção, um ponto de luz sobre a discussão do direito da mulher. Essa Copa traz várias questões sociais importantes”, disse.

Tendo em foco a narração de uma Copa do Mundo desde o início, Natália se prepara para o grande e emocionante momento. “Saber que eu posso fazer parte disso, que eu posso escrever essa história, nesse momento, é incrível. É um sonho realizado. Quando eu entrei na área de narração esportiva, em 2018, foi para narrar uma Copa do Mundo. Eu iniciei a minha trajetória em busca de uma Copa”, confessou.

A Copa do Mundo terá início no dia 20 de novembro e a cobertura será integralmente feita pela Rede Globo. A presença das mulheres no jornalismo esportivo é um movimento crescente nos últimos anos. O feito de mulheres narrando a Copa do Mundo na principal rede televisiva do país do futebol, que um dia pareceu tão distante, hoje é realidade.