Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, Felipe Giaffone falou sobre a temporada da Mercedes e Lewis Hamilton e analisou a disputa entre Charles Leclerc e Max Verstappen; confira
Gabriela Santos Publicado em 06/05/2022, às 18h00
Até aqui, a temporada de 2022 da Fórmula 1 tem mostrado que Charles Leclerc, da Ferrari, e Max Verstappen, da RBR, estão firmes na disputa pelo campeonato de pilotos. Comentarista de automobilismo da “Bandeirantes” e piloto na Copa Truck, Felipe Giaffone concedeu entrevista exclusiva ao SportBuzz para falar do ano competitivo na F1.
Se por um lado o piloto holandês da RBR briga pela defesa do título, por outro, Lewis Hamilton e Mercedes - principais rivais de Verstappen e Red Bull no ano passado – vêm sofrendo com o W13 na atual temporada. A equipe alemã ocupa a terceira colocação no mundial de construtores, e o heptacampeão é apenas o sétimo entre os pilotos.
Canal SportBuzz - Confira a entrevista completa:
“É uma temporada em que os fãs de Lewis Hamilton não estão muito felizes. O fato é que eu os vejo [piloto e Mercedes] no final do ano, sim, brigando por corridas e vitórias, mas acho que demora um pouco e [a temporada] está mais na mão da Ferrari e Red Bull. Eu fiquei até meio surpreso nesta última corrida (GP da Emília-Romagna) porque eu realmente achava que a Ferrari tinha o melhor carro, principalmente de corrida, mas não, são carros de conceitos diferentes”, começou Giaffone.
“[Temos] uma Ferrari um pouquinho melhor de curva, menor entre eixos e um pouco mais ágil, e uma Red Bull, ao contrário do que era no ano passado, um pouco mais rápida de reta, nas curvas de alta. São características diferentes. Então, provavelmente numa pista como Monaco, a Ferrari vai ser melhor, coisa que a Red Bull era no ano passado. E nas pistas mais rápidas talvez a Red Bull [leve a melhor]. Isso é legal porque talvez traga um equilíbrio entre as duas”, acrescentou.
Diante dos resultados ruins da Mercedes, que ainda tenta ajustes no monoposto, Toto Wolff, chefe da equipe, vem prometendo mudanças para a temporada. Em quatro etapas, o time conseguiu dois pódios: o terceiro lugar de Hamilton no Bahrein e o terceiro lugar de George Russell na Austrália. Finalizando entre os cinco primeiros em todos os GPs até aqui, o jovem britânico é o quarto colocado no mundial de pilotos.
“Acho que demora um pouco. Há especialistas que digam que na Espanha (em 22 de maio), a Mercedes apresente uns upgrades que talvez funcionaria melhor este assoalho. Se conseguirem fazer esse conceito atual funcionar, acho que [leva] umas três ou quatro corridas [para se acertarem]. Caso contrário, será para o final do ano”, respondeu o comentarista sobre o tempo que a Mercedes levará para reagir.
Felipe ainda destacou que a Ferrari pode ser a campeã da temporada. Questionado sobre sua aposta, respondeu: “É um chute, mas se fosse para falar eu ainda acho que a Ferrari está ‘um golinho’ à frente. Como um carro, como um desenvolvimento, como um motor. Eu jogaria a minha ficha no [Charles] Leclerc. Acho que ele vai ter um escudeiro imenso com o Carlos Sainz... Acho que vai ser apertado e torço para que seja igual ao ano passado, na última corrida”.
A quinta etapa da temporada de Fórmula 1 será disputada neste final de semana, nos dias 6, 7 e 8 de maio, com o Grande Prêmio de Miami, nos Estados Unidos. O circuito fará sua estreia na categoria depois que o Autódromo Internacional de Miami foi incluído no calendário de 2022.
Os dois primeiros treinos livres foram realizados nesta sexta-feira. A terceira sessão de atividade está marcada para sábado, às 14h (de Brasília), pouco antes da classificação, programada para começar às 17h (de Brasília). A corrida da etapa de Miami será no domingo, 8, às 16h30 (de Brasília). No Brasil, o evento será transmitido pela Band.
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A frustração com os resultados no GP da Emília-Romagna é um alerta para a Ferrari?
“Eu acho que eles tomaram um susto. Em toda a mídia especializada todos acharam que a Ferrari ia andar melhor em Ímola, mesmo na situação de chuva. Só que não foi o que aconteceu. É um carro totalmente novo, com um regulamento muito diferente, acho que nem as equipes ainda sabem direito [o que vai acontecer]. Isso tudo é uma teoria. Acho que ainda virão muitos upgrades já que estão desenvolvendo os carros ainda. O regulamento mudou tudo ‘da água para o vinho’. Acho que nas próximas provas começam a vir com upgrades que podem deixar mais igual [a disputa]. A tendência, desde que os americanos assumiram o controle, é ‘espremer’ para que o mais lento do grid fique mais próximo do mais rápido. Eles estão acostumados com isso, pensando mais no show e acho que estão certíssimos. As equipes boas seguirão sendo as equipes boas e ganhando corridas, mas eles querem um grid muito mais compacto. A tendência é essa: durante esse ano as equipes irem ‘se copiando’ e como o regulamento ficará estável até 2025, acho que vai ficar cada vez mais competitivo.”
Por que os carros de Hamilton e Russell estão tão diferentes?
“Quando você não está no seu ano ou momento bom tudo acontece de uma forma difícil e parece que tudo dá errado no carro de um... Como estão andando lá para trás, estão tentando uns tiros para tentar entender o carro, mas são tiros errados de acerto. Para mim, o Russell, neste momento, está mais empolgado do que o Hamilton, isso é normal... O Hamilton está sofrendo por isso: com um colega de equipe muito bom e mais empolgado”.
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O novo regulamento equiparou as equipes ou só estamos vendo a manutenção de duas equipes no topo?
“É normal [equipes se destacarem] toda vez que muda um regulamento. Por exemplo: todo mundo achava que a Mercedes ia dar o ‘pulo do gato’ quando apresentou o carro em Barcelona, com um conceito diferente, achando que a equipe ia acabar com todo mundo, mas foi um tiro errado. Eles não conseguiram fazer um assoalho. A parte diferente do carro é eficiente, mas está chacoalhando muito. Quando a Mercedes ‘curar’ isso, se é que vai ‘curar’, deve ficar competitiva. Mas toda vez que tem uma mudança grande de regulamento, o normal é ter duas [equipes brigando]. Nesta mudança de regulamento não é nenhuma surpresa ter duas equipes na ponta. Ainda bem que temos duas equipes e ainda bem que temos Sérgio Pérez e Carlos Sainz andando mais próximos do que estávamos acostumados, por exemplo, como Hamilton e Bottas, ou mesmo Verstappen e Pérez do ano passado.”
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