Líder do ranking mundial, João Chumbinho concedeu entrevista exclusiva ao SportBuzz e projetou a segunda metade da temporada na WSL
Guilherme Assumpção Publicado em 26/05/2023, às 10h51 - Atualizado às 15h03
São 22 anos de idade e muita maturidade dentro do mar! Esse é João Chianca, mais conhecido como João Chumbinho. Líder do ranking mundial nesta temporada da WSL, o brasileiro já fez três semifinais e conquistou o título na etapa de Peniche, em Portugal. Agora, ele está pronto para encarar o maior desafio do ano visando o título mundial.
Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, João Chumbinho abriu o coração e avaliou a temporada que vem fazendo na elite do surfe mundial. Dono da lycra amarela, ele tem a missão de encarar ondas desafiadoras e que nunca foram surfadas por ele. Mas o atleta se mostrou animado com o ano que vem tendo e comemorou os resultados obtidos dentro do mar.
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"Tem ido tudo muito bem, graças a Deus. Uma temporada que a gente planeja. Treinamos muito para as coisas acontecerem do jeito que tem acontecido. Cada etapa é uma guerra, é você voltar para casa, se reagrupar e juntar aquela quantidade de energia necessária para cada evento. É muito desgastante. Você não tem tanto intervalo entre as etapas. Essa é a parte mais difícil de conciliar".
Tem acontecido as coisas do jeito que a gente planejou no início da temporada. A gente sempre mira os melhores resultados. Parece que as coisas mudaram muito rápido, mas a gente tenta aproveitar o momento, tenta aproveitar as oportunidades da melhor maneira e é isso que tem acontecido".
A partir deste sábado, 27, João Chumbinho vai ter a chance de se manter na liderança do ranking mundial. Para a etapa do Surf Ranch, o brasileiro se mostrou preocupado e animado ao mesmo tempo. Por nunca ter surfado a onda artificial, ele avaliou o desafio que vai ter que superar, mas conseguiu transformar a dificuldade em motivação.
"Estou visando surfar etapa por etapa. Eu sei que vão ter etapas que nunca surfei. Puxar a pressão do 'final five' e da lycra amarela não vai me ajudar. Vou tentar usa toda minha energia para me adaptar. O Surf Ranch tenho encarado como o maior desafio do ano, desde o início da temporada venho falando que ali vai ser o maior desafio. Eu não tenho nem ideia porque nunca surfei a onda".
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"Estou com a cabeça muito boa, com as pessoas certas do meu lado. Tenho tentado aproveitar ao máximo e conhecer os lugares que sempre sonhamos conhecer. É para isso que a gente trabalha, para isso que a gente vive. Não tem do que reclamar. Não quero apressar as coisas de maneira alguma. Quero viver cada etapa como se fosse a última".
"Ao mesmo tempo que pode ser uma pedra no teu sapato, pode ser sua maior vantagem. Você descobrir um lugar onde você se identifica perfeitamente. Quem sabe essa segunda perna da temporada não seja como a primeira foi para mim. Quem sabe eu não vou ter uma segunda parte do ano tão boa quanto a primeira. A gente não sabe...".
Questionado pelo SportBuzz sobre sua estreia na elite do surfe mundial, João Chumbinho fez questão de citar o aprendizado que obteve com tudo o que aconteceu. No ano de 2022, o surfista deu show na primeira parte do ano, mas enfrentou grandes adversários e acabou sendo eliminado no meio da temporada. Tudo isso apenas o motivou!
"O impacto que o meu primeiro ano teve foi em termos de experiência, já não estava vivendo aquilo pela primeira vez. Tinha visto a maneira como as coisas acontecem no circuito mundial. Um lugar bem menos amigável do que todo mundo pensa. A gente está ali para dar o nosso melhor. Tomando conta somente das nossas coisas, não se preocupando com os outros. É uma lição de vida".
Sempre temos espaço para evoluir. Sabia que eu tinha muito a melhorar, ser um cara mais duro, mais frio. Minhas tomadas de decisões teriam que melhorar. Eu sabia que teria que ser menos inocente e ir para cima".
Sempre pensando etapa por etapa, João Chumbinho não quis focar muito na briga por vaga nas Olimpíadas de Paris-2024. Apesar de estar cada vez mais perto do sonho olímpico, o surfista evitou pensar na possibilidade e reconheceu que os brasileiros prometem vir forte na busca pelas duas vagas via ranking mundial da WSL.
"A briga olímpica vai ser uma das melhores parte do tour. Ainda mais no nosso país. Vejo sendo bastante acirrada. O melhor jeito de lidar com isso é surfar os eventos da maneira certa, colocar sua energia nos momentos certos. Se você ficar pensando muito na frente, vai acabar deixando as coisas escaparem. Ainda tem coisa para acontecer. Tem muito preparo e muito mental envolvido".
