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Outros Esportes / AUTOMOBILISMO

Rubens Barrichello abre o coração e analisa os principais momentos da carreira

Piloto conta como aconteceu a ordem para deixar Schumacher vencer a corrida, em 2002

Guilherme Assumpção Publicado em 04/10/2019, às 18h17

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Rubinho detalha qual é seu maior sonho e projeta o futuro de sua carreira - GettyImages
Rubinho detalha qual é seu maior sonho e projeta o futuro de sua carreira - GettyImages

Em entrevista concedida ao site Globo Esporte, Rubens Barrichello abriu o coração e detalhou os principais momentos de sua carreira. A conversa tratou das vitórias do piloto, a polêmica ordem da Ferrari, em 2002, as desavenças e brincadeiras com Schumacher e o sentimento atual de Rubinho em relação à sua carreira. Aos 47 anos de idade, o piloto afirma estar muito feliz e analisa sua contribuição para o automobilismo.

Em um dos momentos, Barrichello declarou o seu amor à alta velocidade e afirmou que muitas pessoas não queriam que ele continuasse correndo, pois acreditavam que não era necessário provar mais nada em sua carreira.

“No dia em que eu estava para fechar o contrato para continuar na Fórmula 1, entre o 19º e o 20º ano, ouvi muitas pessoas falando que eu não precisava mais provar nada, que eu já tinha 39 anos, que podia ir para casa. Mas por que vou para casa se gosto tanto do que faço? Acordo sorrindo e durmo agradecido, ou acordo agradecido e durmo sorrindo. Realmente faço o que amo. Tenho muita gratidão por fazer aquilo que gosto. Nos EUA, eu pego, boto o kart na picape, vou para a pista com o filho, boto óleo na corrente e saio para andar. Não tem coisa mais legal do que lembrar da minha infância com essa história. Sou um apaixonado pelo que faço”, afirmou o piloto da Stock Car.

Rubinho detalhou, também, sua relação com Michael Schumacher e contou como aconteceu o pedido da Ferrari para que ele deixasse Schumi vencer a corrida no GP da Áustria. 

“A oito voltas do final, ele fala: “A gente vai realizar o combinado”. E eu questiono: “Qual combinado?”. Ele fala: “O combinado de deixar o Michael passar”. Falei que não havia nada combinado. A gente não sentou para conversar disso. Eu entrei na última volta já pensando. Eu queria fazer para que todo mundo visse. Essa situação acontecia de vez em quando, e eu sempre deixei muito claro que o Schumacher era melhor que eu, 70% a 30%, 80% a 20%, tanto faz. Mas na hora em que eu era os 30% mais rápido, cara, me deixa ganhar”, relembrou o brasileiro.

Barrichello comparou suas habilidades com as do alemão e garantiu que quando estava em um dia bom, ninguém conseguia superá-lo. ”Só ele (Schumacher). Só ele. Ele era especial. Falei 70%-30%, mas pode ser uma quantidade muito menor. Pode ser 51%-49%. Não tem como falar isso, mas as pessoas diriam que no meu dia eu era imbatível. O que acho é que o Schumacher tinha menos dias ruins”, garantiu o pai de Eduardo e Fernando.

Em seguida, o piloto afirmou que é mais feliz na Stock Car do que foi na Fórmula 1. Ele explicou que o momento de visitação dos torcedores nos boxes das equipes antes das corridas é uma experiência incrível e que, ali, sente todo o carinho das pessoas com a sua trajetória dentro do automobilismo. Analisou, também, a maneira como os torcedores brasileiros tratam os ídolos do país e considera que os principais esportistas não são reconhecidos da maneira que deveriam.

“Eu acredito que o brasileiro não é devidamente reconhecido. Não é o Rubinho, o Massa, o Senna. É o Guga, a Daiane. Já peguei as crianças fazendo chacota de um esportista na Olimpíada. Falei: 'Vem cá, dá uma cambalhota pra eu ver. É difícil, né?'. É muito difícil fazer qualquer coisa sob pressão. No momento em que existe a chacota, pro humor, que alguém vai rir, não tem problema. Mas se continua, se vai por muito tempo, mostra que a gente não reconhece o que é feito”, concluiu o experiente piloto.

Para finalizar, Barrichello disse qual é o sonho que ainda não realizou e quais são os planos para o futuro de sua carreira. “Por enquanto, estou na Stock Car, outro dia testei um carro de rally, vou correr nos EUA. Espero ter velocidade para realizar meu grande sonho, que é Le Mans, as 24 horas, com meus dois filhos(Eduardo, de 18 anos, e Fernando, de 14). Esse é meu sonho”, afirmou o importante piloto da história do automobilismo.