Campeão Mundial de Surfe falou sobre início de carreira difícil e recepção em sua terra natal
Lucas Miluzzi Publicado em 26/12/2019, às 14h25
O Campeão Mundial de Surfe, Ítalo Ferreira, está desfrutando do título e anda com a agenda cheia de compromissos. Na manhã desta quinta-feira, 26, o jogador esteve no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo, e falou sobre o difícil início em sua carreira e também a dura infância no Rio Grande do Norte.
Nascido em 6 de maio de 1994, o atleta nasceu no mar e desde pequeno surfava nos mares potiguares. Com muitas dificuldades enfrentadas em sua infância, Ítalo comentou sobre o sonho de se tronar um campeão mundial no esporte e como foi a recepção em sua volta à terra natal.
"Tenho um pouco de vergonha, sou tímido e tinha muita gente. A gente saiu na cidade no carro de Bombeiros, coisa que nunca imaginava. Foi incrível! Olhava para trás e tinha muito carro. Olhei para meu pai e falei: 'Lembra quando você vendia ticket do ônibus para poder comprar coisas para casa e ia para casa a pé? A polícia tá parando a rua para gente passar, agora. Que loucura, né? Tem que acreditar'", disse.
Ainda relembrando a grande decisão em Pipeline, no Havaí, Ítalo contou que depois de vencer o título um filme veio em sua cbeça com diversos momentos que o moldaram para chegar naquela decisão.
"Vinha várias histórias, vários momentos da minha vida, as dificuldades da minha mãe e do meu pai, perda dos meus familiares. Isso, realmente, dá forças, te deixa gigante. Acredito que, às vezes, aconteçam coisas em nossas vidas para nos blindar, nos deixar mais forte mentalmente para alcançar os objetivos.", revelou.
Outra grande dificuldade pela qual o surfista passou foi vencer Gabriel Medina em uma final que entrou para a história do esporte. Para o atleta potiguar conviver com o surfista era um grande sonho e um desafio, por muitas vezes não chegou a acreditar que era possível vencer seu rival.
"Foi a história mais bonita que Deus escreveu para mim. Imaginei uma coisa na minha mente. Pensei: 'Não sou tão bom. Vim aqui para treinar, ganhar experiência, confiança'. Via o Gabriel passando e ficava com medo. Não sentia que iria acontecer. Orava todos os dias, me apoiei em Deus. Tenho muita fé. Ele me mostrou o melhor caminho e fui crescendo.", contou
Hoje em dia o surfista conta com todo um staff que cuida de toda a sua carreira e com os melhores materiais esportivos para ter um bom desempenho dentro do mar. Mas no passado não era bem assim e ele contou como foi no início de sua carreira e as diversas pranchas de isoporque usou.
“Pegava escondido porque não tinha prancha. Via alguns dos meus primos surfando com prancha de verdade e não podia me divertir, aí achei a alegria na tampa. Quando meu pai viajava para entregar peixe, pegava a tampa e ia surfar.", confidenciou.
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Ítalo Ferreira 
