Doze jogadoras têm saídas do São Paulo confirmadas, logo após a eliminação do Campeonato Paulista; denúncias de atletas apontam para descaso e desmanche da equipe em 2023
Ligia de Toledo Saicali Publicado em 16/12/2022, às 15h08
As jogadoras do São Paulo lamentaram a eliminação do Campeonato Paulista para o Santos no último domingo, 11, com o placar de 3 a 2 a favor das Sereias, em pleno Morumbi. No entanto, a despedida do torneio não foi o único acontecimento preocupante para os torcedores do Tricolor Paulista.
No final do ano, além da saída do treinador Lucas Piccinato, doze atletas encerraram seus vínculos com o clube, tanto nas categorias de base quanto na equipe profissional. Entre os desligamentos, está o de Thaís Regina (encaminhada para o Flamengo), que foi capitã do time na última temporada. Formiga, ícone que defendeu a Seleção Brasileira, também anunciou o seu adeus ao Soberano.
O descaso com as atletas, que denunciaram o tratamento interno da instituição, seria um dos principais fatores que justificam o movimento no São Paulo. A própria camisa 8, de saída do Tricolor, apontou que as jogadoras deveriam devolver uniformes usados para serem “reaproveitados” pelo elenco que ingressar no ano seguinte.
“Esse problema de entrega de uniformes já vem desde que o São Paulo retornou. A gente viu polêmica com Cris, estrutura e tal. Infelizmente a gestão que tem hoje, que é a mesma daquela época, só algumas pessoas que mudaram de cargo, mas permanece da mesma forma”, destacou a veterana ao blog Dona Campinho. De acordo com a volante, a prática já havia sido adotada em temporadas passadas.
“Então, terminou a temporada tem que devolver tudo e se não devolver uniformes de treino e viagem não recebe as únicas camisas que têm de jogo. Só recebe se devolver isso. Muitas meninas não vão ficar”, completou. O mau relacionamento das atletas com Piccinato – o qual afirmou que o último embate contra o Santos, na semifinal do Paulista, “foi um dos piores jogos dentro do São Paulo” - também teria alimentado a crise interna na equipe feminina.
Outra demontração que indica falta de prestígio com as jogadoras do São Paulo pôde ser identificada em relação aos espaços físicos. Na semifinal do Brasileirão contra o Internacional, o mando do Tricolor ocorreria na Arena Barueri, mas torcedores criticaram a postura do clube pelas redes sociais e exerceram pressão suficiente para que a partida fosse realizada no Morumbi.
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