TJD-RJ aceitou o pedido feito pelo Fluminense, e já solicitou as imagens do circuito interno do Nilton Santos na partida em que Gabigol foi vítima de racismo
Nesta terça-feira, 8, o TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro) acatou ao pedido feito pelo Fluminense e abriu um inquérito para apurar a denúncia feita por Gabigol, do Flamengo, de que teria sido vítima de racismo. Logo depois do Fla-Flu do último domingo, 6, imagens do momento começaram a circular nas redes sociais.
Na divulgação da decisão da abertura da investigação, a presidente do tribunal, Renata Bacelar, pediu que fossem anexadas ao caso as imagens do circuito interno do Estádio Nilton Santos, palco do clássico confronto entre as equipes, válido pelo Campeonato Carioca, e que terminou com a vitória do Fluminense por 1 a 0.
"Diante das alegações contidas na peça apresentada a esta presidência, determino a instauração de inquérito, na forma do artigo 81 do CBJD, para apurar os fatos narrados pelo denunciante; diga-se, de louvável iniciativa. Encaminhe-se à douta Procuradoria para determinar o que entender cabível. Após, voltem, para nomeação de auditor processante, se for o caso", escreveu a presidente do tribunal.
Já na segunda-feira, 7, o procurador do TDJ-RJ, André Valentim, em entrevista ao portal "UOL" contou que não seria possível fazer uma denúncia sem que uma imagem conclusiva constasse na mesma, ainda que o caso tenha sido relatado na súmula da partida pelo árbitro Alexandre Vargas Tavares de Jesus.
"Sem imagem não tem como denunciar. Gritaram 'macaco', mas como vou denunciar sem ver de onde veio?", disse André Valentim.
🚨VEJA: Torcedores do Fluminense cometem racismo chamando Gabigol de macaco durante a saída dele de campo
— CHOQUEI #BBB22 (@choquei) February 6, 2022
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"Tomei conhecimento após a partida através da mídia, da circulação de um vídeo nas redes sociais, onde torcedor (s) localizado (s) no setor oeste inferior, destinado a torcida visitante (Fluminense), supostamente ofendem com gritos racistas, o atleta Gabriel Barbosa da equipe CR Flamengo. Não foi possível identificar da minha posição dentro do campo o suposto grito com ofensa racista ao atleta", escreveu o árbitro na súmula da partida.
No programa "Redação SporTV" desta segunda, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, já havia dito que enviaria o pedido ao TJD-RJ para uma apuração conjunta. O mandatário ainda declarou que por enquanto, o Tricolor não tem nenhuma comprovação jurídica de que a injúria racial tenha sido dita ao jogador.
"A posição do Fluminense é de que o áudio ainda é inconclusivo, solicitamos as câmeras e os possíveis áudios que tenham no estádio. Neste momento, juridicamente, o Fluminense não tem comprovação de que a frase dita no meio daquele tumulto foi exatamente aquela que as pessoas acham que foi dita e, se ela foi dita, nós repudiamos integralmente. Por isso estamos buscando apurar os fatos e tentar descobrir quem disse a frase, se a frase é aquela. Nossa intenção é descobrir quem foi, coibir e punir. Se for sócio do clube, será devidamente punido, nós não toleramos esse tipo de atitude", informou o presidente.