Principal torneio do mundo é realizado ininterruptamente desde 2005
Realizado sem interrupções desde 2005, o Mundial de Clubes pode não acontecer no ano que vem. Isso porque, de acordo com o site "UOL", a Fifa não incluiu o evento em seu orçamento para 2022 e a ideia é que não aconteça para que haja uma readequação no calendário.
A pandemia atrapalhou os planos de todos os clubes ao redor do mundo, e a entidade máxima do futebol não ficou de fora.
Ela impediu a realização de um Mundial de Clubes remodelado, com 24 participantes, oito europeus e seis sul-americanos, que aconteceria entre junho e julho de 2021 na China.
Com torneios de seleções, como a Eurocopa e a Copa América, adiados de 2020 justamente para o meio deste ano ficou inviável estrear o novo Mundial, que ocuparia no calendário o espaço da deficitária Copa das Confederações.
Como ainda tem um contrato com a empresa chinesa de comércio online para o Mundial, a Fifa teve que manter o formato com sete clubes para 2021, sendo os campeões de cada confederação, mais um representante do país-sede, que jogarão em dezembro no Japão.
No entanto, tudo indica que está será a última vez com esse regulamento, até porque o patrocínio com os chineses vai acabar.
Em entrevistas recentes, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, falou em mudar o calendário a partir de 2025, já que o ciclo 2020-2024 já tem datas fechadas. Ele tem até pedido que pessoas com sugestões, mesmo cidadãos comuns, enviem essas ideias à Fifa.
Em conversas de bastidores, Infantino é mais enfático e diz que é fundamental uma mudança radical no calendário para conseguir preservar jogos de seleções ao mesmo tempo em que aumenta os torneios de clubes, que hoje têm enorme potencial comercial.
E é justamente nessa mudança radical que passa a criação do Mundial turbinado, que visa também frear movimento rebelde de alguns clubes que pensam em criar uma liga independente.
Só que a Fifa não sabe quando poderá realizá-lo, e 2022 se tornou complicado por um motivo simples, é ano de Copa do Mundo, que será disputada no Qatar entre novembro e dezembro para fugir do calor do meio do ano no Oriente Médio.
Essas datas inviabilizam a manutenção do Mundial no formato atual disputado em dezembro e atrapalha planos de se jogar um torneio importante de clubes no meio do ano, já que será umas das últimas oportunidades das seleções se preparem para a Copa realizando amistosos nas datas-Fifa.
A publicação destaca que o orçamento da Fifa em 2022 é todo voltado para a Copa do Mundo, como já é de praxe nesses anos.
Com ela, a entidade espera arrecadar US$ 4,6 bilhões, cerca de R$ 25,5 bilhões, receita enorme que é gerada pela Copa do Qatar com valores de direitos de transmissão, patrocinadores, marketing e ingressos.
Depois de ter prejuízo de US$ 684 milhões, aproximadamente R$ 3,8 bilhões em 2020, por conta da pandemia que cancelou campeonatos e exigiu ajuda financeira aos filiados, a previsão da Fifa é ter um lucro líquido de US$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 8,3 bilhões em 2022.
Em 2021 a previsão é de prejuízo de US$ 518 milhões, aproximadamente R$ 2,88 bilhões, ainda sob impacto da pandemia.
Além da Copa do Mundo, a Fifa prevê para 2022 a realização de apenas outros três campeonatos: as duas Copas femininas de base, Sub-20, na Costa Rica, e Sub-17, na Índia, adiadas de 2020, e a repescagem para a Copa do Mundo feminina de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia.
Também vai acontecer o The Best, prêmio dos melhores do futebol no ano anterior, e os torneios eFifa, de videogame. Todo esse combo, nas contas da Fifa, deve gerar uma receita de cerca de US$ 80 milhões, cerca de R$ 446 milhões.
A Fifa passou a organizar o Mundial de Clubes sem interrupção e nesse formato com sete concorrentes em 2005, no Japão.
Em 2000, no Brasil, organizou seu primeiro campeonato de clubes com oito participantes, em parceria com a empresa de marketing esportivo ISL, mas a falência do patrocinador encerrou o formato, que teria sequência em 2001 na Espanha.