Na época, o atual treinador Rubro-Negro comandava o Estrela Amadora, de Portugal
Izabella Macedo Publicado em 06/03/2020, às 17h35
Que o treinador Jorge Jesus é muito exigente e não gosta de ser contrariado, já ficou claro principalmente para os jogadores que são comandados por ele. Quem lembrou dos momentos ao lado do português foi o ex-Santos, Evando.
Jesus treinava o Estrela Amadora, time da segunda divisão de Portugal na temporada 2002/2003 e foi lá que foi surpreendido pelo brasileiro.
Em entrevista ao site ESPN, o jogador lembrou de quando foi colocado como meia mais centralizado em uma partida contra o Maia pela 19ª rodada da competição e disse que recebeu instruções bem claras do Mister.
"Ele pediu para eu fazer diagonais de dentro para fora e caindo nas costas dos laterais. Eu consegui fazer uma jogada, saiu uma falta e fizemos o gol. Eu fiquei por ali na ponta e joguei muito bem. O extremo, Tiago [Lemos], ficou no meio. No intervalo lá no vestiário, o Jesus me disse: 'Você pode ficar no vestiário, não volta mais para o jogo'. Eu fiquei e nós perdemos o jogo por 4 a 1", contou.
Com apenas 11 minutos do segundo tempo, Evando foi substituído por contrariar ordens do treinador. No jogo seguinte, contra o Sporting, o brasileiro foi para o banco de reservas e só entrou no fim do segundo tempo.
"Eu era titular absoluto. Ele pediu ao atleta que ficou no meu lugar para fazer a mesma coisa que eu. Nós perdemos por 1 a 0 com um gol do Jardel. No dia seguinte eu o chamei: 'Mister, quero falar com senhor. Quero saber por que o senhor me tirou do time e pediu ao atleta para fazer o mesmo que eu?'", lembrou.
"Ele olhou para mim e disse: ‘Tens personalidade’. Eu ri, e depois expliquei para ele, que respondeu. 'Vais jogar no domingo'. Jogamos em casa contra o Lamas, vencemos por 3 a 2 e fiz 2 gols. Nunca mais saí do time", disse.
Foi somente depois desses episódios que o jogador entendeu o modo de comando de Jesus.
"Eu acredito que a mensagem que ele me passou foi: Quando eu mandar fazer alguma coisa, faça. Aqui quem manda sou eu", analisou.
Apesar dos desencontros iniciais, Evando afirma que aprendeu muito ao lado do português.
"Ele falava assim: ‘Esse jogo é para pensar. Não é para jogar à toa’. Ele tinha razão sobre a estratégia. Um atleta não consegue jogar hoje em dia sem pensar na estratégia, na tática e nas qualidades do adversário", falou.
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Jorge Jesus 
