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Em busca do Bi em Portugal, Tati destaca preparação como chave para a vitória

Brasileira avançou para as quartas do MEO Pro Portugal na manhã desta segunda-feira

Tatielle Freitas Publicado em 13/03/2023, às 13h21

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Tati Weston-Webb é a única mulher na elite do circuito mundial de surfe - Ben Reed
Tati Weston-Webb é a única mulher na elite do circuito mundial de surfe - Ben Reed

Campeã da etapa MEO PRO Portugal em 2022, Tatiana Weston-Webb segue forte para a defesa do título este ano. Única brasileira na elite do circuito mundial de surfe, a gaúcha radicada no Havaí avançou às quartas de final na manhã desta segunda-feira ao superar a portuguesa Teresa Bonvalot.

Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, Tatiana Weston-Webb falou sobre os desafios e suas vantagens nas ondas da praia de Supertubos, em Peniche.

"A etapa em Portugal é sempre muito competitiva, é um local frio e que exige muita preparação. Espero conseguir um bom desempenho para conquistar a vitória novamente, igual na última temporada. Acredito que dependendo das condições, consigo encaixar bem meu estilo de surfe, então é focar em uma boa preparação e manter uma boa estratégia para conquistar outra vitória em Peniche", destacou.

Até aqui, com duas etapas realizadas e a terceira em andamento, Tati figura na nona colocação no ranking feminino, o que a mantém no circuito - após a quinta etapa, apenas as 10 primeiras seguem na disputa. Em Pipeline, ela caiu nas quartas, ficando em quinto; em Sunset, saiu nas oitavas.

"Claro que não vencer deixa a gente frustrada, mas cada etapa também traz evolução, e consegui ficar com uma boa colocação, então agora é focar em Peniche e dar o meu melhor", avaliou a surfista de 26 anos.

Além do título, a temporada de 2023 da WSL tem outro foco muito importante para os surfistas: uma vaga nas Olimpíadas de Paris-2024, na qual a disputa do surfe será no Taiti. No feminino, são 24 vagas; oito delas reservadas às oito primeiras colocadas no circuito mundial.

"A preparação sempre é muito intensa, eu busco antes de cada etapa estar preparada o máximo possível para realizar um bom desempenho, com treinos dentro e fora d’água. Esse ano é muito importante para os atletas conseguirem manter a regularidade na competição, então meu objetivo é manter o foco nas preparações, para conquistar bons resultados no mundial e, claro, confirmar a vaga olímpica", explicou Tati.

Nascida no Rio Grande do Sul, Tatiana Weston-Webb mudou-se para o Havaí com apenas dois anos de idade. Filha de um surfista inglês e uma bodyboarder brasileira, ela optou por representar o Brasil nas competições e hoje é uma das principais fontes inspiradoras para a futura geração de surfistas.

Prova disso é que Luana Silva, nascida no Havaí e filha de brasileiros, já afirmou que se espelha em Tati; e o brasileiro João Chumbinho, um dos destaques no masculino, a escolheu para homenagear em Peniche, onde cada surfista colocou o nome de uma esportistas inspiradora em sua lycra.

"Eu fico muito feliz em representar o Brasil dentro do CT, sei que ser atualmente a única representante traz uma grande responsabilidade. Já falei com algumas meninas brasileiras que se espelham e mandam mensagens motivadoras; na etapa do Brasil, em Saquarema, eu consegui sentir esse carinho de perto. Acho demais e me sinto muito feliz com esse apoio, espero ser de alguma forma um fator incentivador para que outras meninas também tenham chance de aparecer. Existem várias surfistas talentosas como a Luana Silva, que podem representar o Brasil, mas falta mais incentivo para uma mudança notável, até mesmo das marcas. Espero poder contribuir cada vez mais para aumentar a visibilidade de surfistas brasileiras e ver mais meninas na elite mundial do surf", comentou a brasileira.

Tati revelou que começou a surfar aos dois anos de idade, ainda com boias nos braços, incentivada pela família. Sua primeira onda sozinha foi aos oito, inspirada no irmão, que já surfava. Em sua trajetória dentro do mar, ela revelou que passou por situações desagradáveis por ser mulher, que enfrentou utilizando a sua melhor arma: o surfe.

"Sim, já enfrentei preconceito no esporte. Já enfrentei algumas situações no mar, lembro uma vez de um homem passar na minha frente e pegar a onda que era pra mim e justificar que ele não poderia deixar uma série para uma menina. Mas foram situações pontuais que, claro, me deixaram chateadas, mas cada vez mais as mulheres mostram sua capacidade no esporte, conquistando lugares importantes e tornando a igualdade no esporte muito mais possível", afirmou.

A brasileira retorna para a água para enfrentar a australiana Molly Picklum pelas quartas de final em Peniche.