Após eliminação na primeira rodada de Roland Garros, Medvedev e outros tenistas fizeram coro contra as bolas utilizadas no Grand Slam; entenda
Gabriela Santos Publicado em 31/05/2023, às 14h17
Daniil Medvedev, número dois do ranking mundial da ATP, falou sobre as bolas usadas em Roland Garros após a eliminação na primeira rodada do Grand Slam, na última terça-feira, 30. Segundo o russo, o objeto favorece o estilo de jogo do brasileiro Thiago Wild, do espanhol Carlos Alcaraz e do grego Stefanos Tsitsipas.
O russo, um dos favoritos a levar o título francês, destacou o impacto das bolas nesta edição do major. Para ele, o vento também foi crucial para comprometer suas jogadas diante de Wild, brasileiro que o eliminou na primeira rodada.
Na minha opinião, os jogadores que têm, não sei como dizer, um jogo de pulso, como meu adversário de hoje (Thiago Wild), Carlos (Alcaraz) e Stefanos (Tsitsipas), têm uma grande vantagem com essas bolas porque podem criar um domínio fácil, o que eu não tenho”, disse Medvedev.
“Foi muito difícil com o vento. Mas é estranho, porque estava ventando desde o primeiro dia, uns seis dias atrás, na mesma direção, sempre no centro. Não me lembro disso nos anos anteriores. Não foi fácil, mas tudo bem, faz parte do jogo”, explicou.
“Com essas bolas pesadas, ajustar com o vento não foi fácil. Ele estava controlando quase todos os pontos, e eu sofrendo muito, principalmente do lado contra o vento. Foi basicamente por isso que foi difícil e porque eu perdi”, completou o russo.
Decepcionado com o resultado na primeira rodada do torneio no saibro, Daniil afirmou que precisará de um tempo para assimilar a derrota. Ele ganhou apoio na reclamação sobre as bolas no major parisiense. Roberto Bautista também se manifestou sobre o material da mesma marca que fornece suas raquetes, a Wilson.
“Está ficando muito pesada e gorda. E se está ensolarado e quente, então a bola voa mais. Não quero imaginar essa bola na chuva ou com uma superfície muito pesada. É uma bola com a qual você pode se machucar em partidas longas”, disse.
“Ela favorece os caras de dois metros que têm muita força e que geram muito impacto. Muitas vezes você acerta uma bola mal tocada e ela vai para dentro”, completou.
Segundo os jogadores, o problema é que a bola ganha muito peso após algumas jogadas e isso se torna um obstáculo para os tenistas que não implicam tanta força na troca de passes. O francês Benoit Paire também se manifestou sobre as bolas.
“Elas são ridículas, ficam grandes em dois segundos. Bolas novas não duram um jogo, são um lixo. Você não pode jogar tênis com esse tipo de bola. Você não pode atacar, não pode avançar, e é impossível acertar um ace”, disse Paire.
“É um outro estilo de tênis, que exige qualidades físicas. É uma questão de quem consegue manter a bola na quadra por mais tempo. Meu jogo é baseado no saque e na batida agressiva, mas a bola simplesmente não se move”, completou.
Por fim, o número 2 do mundo comentou sobre sua relação com o saibro depois da conquista do título em Roma: “Bem, não mudou, uma vez que sempre que termina fico feliz. Então estou feliz de novo. Não importa, uma vez [eliminado] nas quartas, outra nas oitavas, muitas na primeira rodada. Hoje, com o vento e quadra seca, fiquei com a boca cheia de saibro desde o terceiro game, e não gosto disso. Não sei se as pessoas gostam de comer barro, de ter barro na bolsa, no tênis, nas meias. Talvez algumas pessoas gostem. Eu não”, começou.
“Em Roma foi inacreditável. Nunca pensei que fosse ganhar um torneio no saibro, especialmente um Masters 1000. No próximo ano estarei talvez ainda mais motivado para tentar repetir o sucesso deste ano”, finalizou.
