Ex-ginasta, Lais Souza ficou tetraplégica em um treinamento para as Olimpíadas de Inverno de Sochi de 2014; ex-atleta revelou que teve medo de ser morta
Lais Souza, ex-ginasta brasileira, abriu o jogo sobre os abusos que sofreu por parte de cuidadores após ficar tetraplégica em um treino para as Olimpíadas de Inverno de Sochi de 2014. Em entrevista ao “Café com Mussi”, a ex-atleta, que sofreu um acidente em prática de esqui (modalidade que também havia começado a disputar, em 2013), revelou as violências pelas quais passou ao ser uma pessoa com deficiência.
“Já fui abusada antes, quando tinha quatro anos, e depois do acidente, que foi quando realmente fiquei super vulnerável. Foram abusos inesperados. Eu estava totalmente vulnerável: deitada, dormindo... não estava nem vendo o que estava rolando. E não tenho sensibilidade em 100% do corpo”, explicou Souza.
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“Sinto que está tudo certo e a pessoa se aproveita daquilo. Se eu deitar de barriga, acabou, não sei o que está rolando, porque tenho pouca sensibilidade. São muitos procedimentos que preciso fazer de barriga para a baixo. Isso é só um exemplo”. Atualmente, com 34 anos, Lais foca em dar palestras e se dedicar às artes plásticas. Ela também contou que temeu pela sua segurança após denunciar os abusos sofridos.
Simplesmente denunciei. Em alguns casos, me deu medo. Fiquei com medo de a pessoa vir atrás e me matar. Não houve ameaça, só medo e insegurança mesmo. A maioria dos abusos foi quando eu estava quase dormindo. Já aconteceu tanto com homem quanto com mulher. Com homem gay, mulher gay... é uma parada estranha, mas a gente tem que se educar e ver mais essas coisas”.
