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Futebol / CAMPEONATO INGLÊS

Manchester United e a gestão da bilionária família Glazer

Torcida do United protagoniza diversos protestos contra a família que assumiu o controle do clube há mais de dez anos

Redação Publicado em 06/05/2021, às 08h00

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Torcida do Manchester United protesta contra a família Glazer - GettyImages
Torcida do Manchester United protesta contra a família Glazer - GettyImages

No último domingo, 2, centenas de torcedores do Manchester United protestaram em frente ao Old Trafford horas antes do clássico contra o Liverpool, em jogo válido pela 34ª rodada da Premier League. O grupo pedia a saída da família Glazer do comando do clube. Por conta da manifestação, a partida foi adiada.

Os Glazers estão no United desde 2003, quando o empresário norte-americano Malcolm Glazer fez a compra da primeira ação. Hoje, os irmãos Joel e Avram Glazer, herdeiros de Malcolm, estão no comando e já são alvos antigos da torcida pela forma como conduzem o clube.

Joel e Avram herdaram o clube de seu pai e as medidas na gestão do United não estão agradando os torcedores há algum tempo, principalmente pela abertura do capital do time inglês na bolsa de Nova York.

A torcida sempre se manifestou contra a família Glazer no comando do United. A ausência de público nos estádios, por conta da pandemia de coronavírus, deu uma amenizada nos protestos no último ano. No entanto, o envolvimento do clube na tentativa de criar a Superliga da Europa reacendeu a revolta dos torcedores.

Na temporada 2020/2021, o Manchester United ocupa a vice-liderança da Premier League, a 13 pontos do líder Manchester City faltando quatro rodadas para o fim da temporada.

Torcida do Manchester United protesta contra a família Glazer: "Nós somos United. Fora, Glazers" (Crédito: GettyImages)

Família Glazer assume o comando do Manchester United:

A família Glazer está presente na história do Manchester United desde março de 2003, quando Malcolm Glazer comprou uma participação de 2,9% do clube. Esta porcentagem aumentou antes do final daquele mesmo ano.

Em junho de 2004, esse número já representava 20% e quatro meses depois, em outubro, o Glazer já tinha uma participação de quase 30%. Dono de uma boa parte do United, Malcom fez propostas para o clube em outubro e dezembro daquele ano e conseguiu destituir três diretores.

Do que de início era apenas 2,9% de parte do Manchester United, ele conseguiu aumentar suas ações para 57%. Em maio de 2005, fez uma oferta de aquisição e atingiu mais de 76% do clube. No mês seguinte, Glazer obteve 98% de participação e o controle dos Red Devils.

Como parte da compra quase total pela família Glazer, eles passaram seus próprios empréstimos de 525 milhões de libras para o United pagar. A partir daí que começou a insatisfação dos torcedores dos Red Devils com os novos donos do clube inglês.

Em sua primeira visita ao Old Trafford, casa do United, a família Glazer não foi bem recebida pela torcida e precisou sair do estádio escoltada pela polícia por conta dos protestos.

Em 2006, a frase “Love United Hate Glazer” (Amo o United Odeio o Glazer, na tradução) começou a fazer parte das manifestações da torcida contra a família.

Em 2010, a campanha anti-Glazer com as cores verde e dourado surgiu. Foi o mesmo ano que o United chegou a 716,5 milhões de libras e os Glazers tiraram 10 milhões de libras do clube como pagamentos de taxas de gestão e administração. No ano anterior, foram retirados outras 10 milhões de libras como empréstimo pessoal.

Torcida do Manchester United protesta contra a família Glazer (Crédito: GettyImages)

Em 2012, as ações do Manchester United passaram a ser negociadas na bolsa de valores de Nova York e a família ganhou 75 milhões de libras vendendo parte de suas ações.

A família Glazer batia recordes de receita ano após ano, mas o sucesso do clube teve uma consequência negativa após a aposentadoria de Sir Alex Ferguson, em 2013. Naquele ano, o clube já não vinha tão bem e antes da saída de Ferguson, o CEO David Gill deixou o United.

Quem ocupou seu cargo foi Ed Woodward, responsável por uma gestão marcada por gastar milhões em contratações equivocadas de técnicos e jogadores e sem títulos expressivos. Com Woodward à frente do United, o time encerrou as edições da Premier League com média de 21,5 pontos atrás dos campeões.

Em 2014, Malcolm Glazer morreu e a família vendeu mais de 12 milhões de ações do clube (de 17 dólares cada), ganhando mais 129 milhões de libras. Em dezembro daquele ano, Edward, um dos irmãos Glazers, anunciou a venda de 3 milhões de libras de suas ações. Por conta de protestos da torcida, a família decidiu descartar a venda do clube por ao menos cinco anos.

Em 2015, a torcida tomou conhecimento de que os seis filhos de Malcolm iriam receber mais de 15 milhões de libras a cada ano após anunciar que haveria um dividendo para os acionistas. Em 2017, a família vendeu mais 4,3 milhões de ações (por 17 dólares cada), recebendo mais de 56 milhões de libras.

De acordo com o The Guardian, as decisões dos Glazers tiraram do United mais de 1 bilhão de libras em juros, custos, taxas e dividendos desde 2005. O último dividendo pago pelo clube, em 2019, foi de 23 milhões de libras, sendo que 18 milhões foram divididos pelos seis irmãos.

O balanço divulgado em 2020 revelou que a dívida líquida do clube aumentou de 127,4 milhões de libra para 429,2 milhões em um ano. Com a pandemia de coronavírus, a dívida passou para 455,5 milhões depois de um ano.

Por fim, em março de 2021, Avram Glazer colocou à venda mais ações do Manchester United, no valor de 70 milhões de libras. No mês seguinte, o clube se envolveu na criação da Superliga europeia.

*Fonte: The Guardian