“Milhares de pessoas morrem todos os dias no Oriente Médio”, diz capitão de time da segunda divisão do Campeonato Turco
O jogador turco Aykut Demir, do Erzurumspor, chamou atenção nesta terça-feira, 1, por se recusar a vestir uma camiseta em manifestação promovida pelo time contra a guerra na Ucrânia, que foi invadida pelas forças militares da Rússia na última semana. O capitão não seguiu o gesto dos companheiros antes da partida contra o Ankaragucu, pela segunda divisão nacional.
Após ser alvo de críticas pela atitude antes da bola rolar, o jogador se justificou. Ele alertou sobre os outros conflitos que acontecem diariamente ao redor do mundo e não recebem o mesmo destaque midiático. Após o início da guerra no Leste europeu, entidades do esporte mundial determinaram sansões contra torneios na Rússia e atletas russos.
“Milhares de pessoas morrem todos os dias no Oriente Médio. Eu também me sinto mal. Compartilho a dor de pessoas inocentes”, disse ao jornal “Fanatik”. “Aqueles que ignoram a perseguição estão fazendo essas coisas quando isso acontece na Europa. Não gosto de usar essa camisa porque não foi feita para esses países”, completou.
Os jogadores e profissionais brasileiros que estavam em times da Ucrânia começaram a desembarcar no Brasil na manhã desta terça-feira, 1. Os atletas de Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev saíram do país europeu no início da semana, dias após a invasão das forças militares da Rússia em território ucraniano. Os atletas e familiares viveram momentos de tensão desde a última quinta-feira.
Ex-Corinthians, o volante Maycon, que tem contrato com o Shakhtar, foi o primeiro atleta a desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Junto com sua esposa e filhos, o jogador veio para o Brasil em voo que saiu de Frankfurt. Antes de chegar na Alemanha, Maycon e sua família passaram pela Romênia depois de escapar da Ucrânia.
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“Numa palavra não daria para definir esses últimos dias. Foi uma mistura de sentimentos, de terror, de medo. Depois uma sensação de alívio, de gratificação por poder sair e com todos bem - afirmou Maycon, que estava há quatro anos no futebol ucraniano e disse ter ficado surpreso com a guerra”, disse o volante aos jornalistas presentes no aeroporto.