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Futebol / ADEUS AO REI

Exclusivo: Casagrande explica ausência no velório de Pelé e cita “recaídas emocionais”

Em entrevista exclusiva ao SportBuzz, Walter Casagrande Jr. explicou a própria ausência no velório de Pelé, o Rei do Futebol: “Eu não fui exatamente por isso”

Gabriela Santos Publicado em 04/01/2023, às 19h11 - Atualizado em 05/01/2023, às 13h15

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Ex-jogador Walter Casagrande Jr durante a cobertura da Copa do Mundo do Catar - Reprodução/ Instagram
Ex-jogador Walter Casagrande Jr durante a cobertura da Copa do Mundo do Catar - Reprodução/ Instagram

Ausente no velório de Pelé, Walter Casagrande Jr, ex-jogador e atual comentarista de futebol, explicou a decisão de não dar o último adeus ao Rei do Futebol. Edson Arantes do Nascimento morreu aos 82 anos e foi velado em cerimônia que durou 24 horas no gramado da Vila Belmiro, estádio do Santos, entre os dias 2 e 3 de janeiro. 

Em conversa exclusiva com o SportBuzz, Casagrande destacou um tipo de autocuidado que tem para evitar fortes situações que o levam a ter recaídas emocionais. Ele relembrou que não compareceu ao velório dos pais e de amigos, como Sócrates - seu grande companheiro de Corinthians - e Isabel Salgado, ícone do vôlei brasileiro. 

“Para mim foi muito chocante, apesar de saber que podia acontecer [a morte de Pelé, que estava internado desde 29 de novembro] por conta das notícias. Foi muito impactante. Todo mundo sabe que sou dependente químico, fiquei internado por um ano. Estou muito bem, não bebo, não fumo, estou distante das drogas, mas eu tenho umas regras que tenho que colaborar para que eu me mantenha [bem]”, começou Casagrande.

“Eu não corro risco de recaídas para drogas, mas corro riscos de recaídas emocionais. No tratamento que tenho hoje, uso antidepressivo, ansiolítico, antipsicótico e estabilizador de humor. Tudo isso para que eu não tenha queda emocional. Eu fiquei muito tempo congelado por conta das drogas e, quando eu voltei limpo e comecei a ver a vida como ela é, as emoções passaram a bater muito fortes”, continuou.

“E eu não fui ao velório do Pelé exatamente por isso. Eu não vi o meu pai no caixão, que morreu em 2020, não vi a minha mãe, não vi o Sócrates. A última pessoa [que vi em velório] foi o Marcelo Fromer lá em 2001, mas também não vi muito. Com a morte de Gal [Costa] eu chorei muito, com o Jô [Soares], Rolando Boldrin, Isabel. E aí veio o Pelé. Não é uma justificativa [a ausência no funeral], é uma realidade dos fatos. E eu cuido disso exatamente para não ter queda emocional”, concluiu o comentarista.

Atleta do Século, Pelé estava internado desde o fim de novembro e morreu no último dia 29 de dezembro, em São Paulo, aos 82 anos de idade. O atestado de óbito divulgado apontou que o lendário jogador brasileiro faleceu por por insuficiência renal, insuficiência cardíaca, broncopneumonia e adenocarcinoma de cólon.

Pelé foi sepultado na tarde desta terça-feira, 3, Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, no litoral paulista. O velório, que foi aberto ao público, durou 24 horas e foi realizado no centro do gramado da Vila Belmiro. Depois, o corpo do ídolo santista foi carregado em um cortejo de três horas e meia pelas ruas da cidade.

Durante a cerimônia, jogadores e ex-jogadores passaram pela Vila Belmiro para a despedida do Rei. Entre os campeões mundiais pela Seleção Brasileira, compareceram apenas os ex-volantes Clodoaldo (Copa de 1970) e Mauro Silva (Copa de 1994). Vale lembrar que Pelé é tricampeão da Copa do Mundo.

A ausência de campeões mundiais pelo Brasil foi amplamente comentada por torcedores nas redes sociais e nos programas esportivos. O ex-jogador Neto e o próprio Casagrande foram um dos maiores críticos pela falta de representantes dos times que conquistaram títulos de Copa do Mundo pela seleção. 

*A entrevista completa com Walter Casagrande Jr sairá em breve.