Treinador ainda afirmou que Robinho era a peça que faltava na montagem do elenco
Izabella Macedo Publicado em 13/04/2020, às 17h50
No início do ano, o jornalista Alexandre Lozetti, do site Globo Esporte, entrevistou o treinador Dorival Júnior. Um dos principais assuntos da conversa foi a formação do impressionante time do Santos de dez anos atrás.
O clube da baixada foi campeão paulista e da Copa do Brasil com 111 gols em 34 jogos nos dois torneios somados.
Durante a entrevista, Dorival relembrou como foi sua contratação pelo Santos no final de 2009.
O atual técnico do Athletico afirmou que a participação do então presidente Santista, Marcelo Teixeira, foi peça fundamental para o acerto anos depois.
"Eu estava acertando com o Vasco no fim de 2008. Fui a um restaurante com a diretoria e disse: 'Para a gente dar um ponto final nessa situação, se vocês chegarem nisso aqui, está fechado'. Levantei e fui ao banheiro. E tocou meu celular. Era o Marcelo Teixeira (então presidente do Santos): 'Sei que você está acertando com o Vasco, mas abre mão e venha que eu dobro tudo. Vamos fazer um baita time aqui'", disse.
Apesar de a proposta ser um tanto quanto tentadora, Dorival foi firme em sua decisão inicial.
"Eu respondi: 'Não faria isso de jeito algum com o senhor, então não vou fazer com eles. Se eles tiverem qualquer porém, eu me levanto, vou embora e acertamos. Mas, se eles aceitarem, eu vou ficar'. E acabei acertando com o Vasco, e um ano depois indo para o Santos", contou.
O elenco do Santos de 2009 teve diversos problemas desde o início. No entanto, Dorival sabia que mesmo com a vontade da diretoria em reformular todo o time, ele tinha dois jogadores em que acreditava muito: Neymar Jr. e Paulo Henrique Ganso.
"Eles queriam reformular completamente, diziam que não conseguiriam nada com aquele time, e eu pedi calma porque tínhamos dois jogadores que ninguém tinha igual. Só que um eles chamavam de filé de borboleta (Neymar) e outro diziam que era mais lento que o Ademir da Guia (Ganso). Só que tanto o Ademir como o Paulo são dois gênios dos gramados. Eu falei que montaria o time em cima do Paulo Henrique e do Neymar. E começamos a esboçar", revelou.
O treinador ainda contou que quando chegou a treinar efetivamente o elenco, o que viu foi completamente diferente do que havia imaginado. A qualidade técnica e habilidade dos atletas impressionou tanto que Dorival afirmou:
“Fizemos só 20 minutos e a impressão que vocês deixaram é de uma equipe que vai marcar época no Santos".
Apesar de aparentemente já estar com um time campeão, a chegada de Robinho era o detalhe que faltava no Peixe.
"Sua chegada mostrou que eles podiam formar um time diferente mesmo, deu outro status, um peso maior, ainda que sem ele o time já tivesse feito grandes jogos. Contra o Corinthians, na Vila, um jogo fantástico, um toque só na bola. Aquele em que a bola parou e o Neymar deu um chapéu no Chicão", contou.
Dorival ainda exaltou a equipe que conquistou tanto no futebol brasileiro.
"Aquela equipe fez o Brasil todinho dançar. Em qualquer lugar, descíamos do avião, havia três caras brincando, fazendo uma dancinha. Na chegada ao hotel, também. Isso criou uma ligação muito próxima com o que é o futebol brasileiro, a genialidade, o improviso, a dança. Sinceramente, essa equipe tinha a essência do futebol brasileiro. O futebol sul-americano ensinou o mundo a atacar. Nunca foi de defesa, de espera", finalizou.
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Neymar Jr. 
