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Futebol / RUMO A SÉRIE B!

Confira oito fatores determinantes para o rebaixamento do Vasco no Brasileirão!

Equipe carioca vai disputar a Série B do campeonato nacional na próxima temporada

Redação Publicado em 26/02/2021, às 07h42

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Jogadores do Vasco em campo lamentando o rebaixamento - GettyImages
Jogadores do Vasco em campo lamentando o rebaixamento - GettyImages

Quando Alexandre Campello confirmou sua candidatura à presidência do Vasco, o possível presidente disse, em entrevista ao site "Globo Esporte", uma frase que posteriormente viralizou entre os torcedores e que entrou para a história do clube.

"Tenho observado nas mídias, nos grupos de WhatsApp, e hoje o vascaíno está feliz, está tirando onda. Coisa que há muito tempo a gente não via", disse.

Naquela época, o time então comandado por Ramon Menezes era o quarto colocado no Brasileirão, com um jogo a menos do que os rivais na parte de cima da tabela.

A campanha surpreendente, no entanto, aos poucos foi cainho. Depois de cinco vitórias nos nove primeiros jogos, a equipe só venceu cinco das últimas 29 partidas que disputou na competição.

Com novos treinadores, Ricardo Sá Pinto e Vanderlei Luxemburgo não conseguiram reerguer o time e Jorge Salgado assumiu como presidente em 22 de janeiro, e o clube amargou o quarto rebaixamento para a Série B.

O Gigante da Colina terminou em 17º lugar no Brasileirão 2020, com 41 pontos, mesma pontuação do Fortaleza só que com saldo de gols pior (-10 a -19). 

Confira os motivos determinantes listados pelo site "Globo Esporte" para que o Vasco fosse para Série B:

Crise financeira

Durante o mandato de Alexandre Campello, as dificuldades financeiras foram as protagonistas.

Vale lembrar que o dirigente herdou muitos problemas quando assumiu em janeiro de 2018, mas também as soluções encontradas por ele não evitaram o atraso de salários, a falta de pagamento de compromissos importantes e a dificuldade para contratar reforços.

Inclusive, a folha salarial foi motivo de discórdia entre Campello e os dirigentes do clube.

Adriano Mendes, vice-presidente de controladoria e João Marcos Amorim, vice-presidente de finanças saíram em janeiro do ano passado por entenderem que o presidente pretendia gastar mais do que o clube poderia pagar. Como um exemplo, eles foram contra a contratação de Cano.

Ao longo de toda a temporada, o Vasco teve em média, uma folha salarial de R$ 4 milhões. Os jogadores conviveram com atrasos, assim como os funcionários e atualmente ainda existem débitos: dezembro e 13º de 2020 e janeiro de 2021.

O Vasco ainda sofreu com o não pagamento a fornecedores. No começo de 2020, a comida servida no CT foi cortada pela empresa responsável e a energia elétrica em São Januário quase foi cortada por falta de pagamento.

Erros em contratações

A falta de recursos levou o Vasco a investir pouco no elenco, até porque o clube carregava erros do passado que pesaram no orçamento.

Juntos, Breno e Ramon, por exemplo, custavam quase R$ 600 mil por mês. A dupla não jogava desde 2018 e se despediu em dezembro de 2020. Reserva na maior parte do Brasileirão, Werley tem um dos maiores salários do elenco.

Independentemente disso, o Vasco investiu pouco, mas foi certeiro no início do ano passado.

O clube trouxe apenas Cano e Benítez, argentinos que foram protagonistas na temporada. Nos dois casos, não houve pagamento aos clubes: o centroavante estava livre depois de deixar o Independiente, de Medellín, e o meia veio emprestado do Independiente, da Argentina.

No início do ano, o Vasco renovou os contratos de Fellipe Bastos e Guarín. O colombiano rescindiu no meio do ano praticamente sem entrar em campo e o volante, com quatro gols e vice-artilheiro do time no ano, não teve o contrato renovado depois de desentendimento com Sá Pinto.

Importantes em 2019, Rossi, Richard e Henríquez não ficaram para 2020. Já durante a temporada, Marrony e Raul, insatisfeitos, foram vendidos a Atlético-MG e Bragantino.

Se o início da temporada foi complicada, não se pode dizer o mesmo da janela de meio de ano do Vasco. Com o Brasileiro em andamento, o clube trouxe outros 10 nomes, na gestão de André Mazzuco (executivo) e José Luis Moreira (vice de futebol)

Na maioria nunca antes vistos pelo torcedor, quase ninguém vingou, apenas Léo Matos, Marcelo Alves e Leo Gil, que são titulares. Parede e Jadson, por exemplo, pouco jogaram e já foram embora.

O angolano Toko Filipe sequer entrou em campo. Com contrato até o fim do ano, o colombiano Gustavo Torres se atrasou cinco dias ao se reapresentar no início do ano e sequer foi relacionado desde que Luxemburgo chegou.

Instabilidade política

É impossível calcular o quanto isso atrapalhou, mas ao longo do Brasileiro o Vasco vivenciou a eleição mais conturbada de sua história. O processo eleitoral foi arrastado, desgastante e respingou no futebol.

A reeleição de Alexandre Campello foi constante alvo de críticas e o pleito influenciou em decisões da diretoria.

O cenário político e a pressão sobre o dirigente tiveram um peso grande na decisão. E a frase de Campello, tempos depois, virou motivo de chacota.

O peso da eleição no futebol, no entanto, vai muito além da demissão de Ramon. O pleito foi judicializado, houve duas votações e acima de tudo, indefinições. O novo presidente deveria ter sido conhecido na primeira quinzena de novembro, mas apenas em 17 de dezembro o TJ-RJ definiu que Jorge Salgado seria o mandatário no próximo triênio.

Mesmo depois da decisão do TJ, o candidato Leven Siano e alguns de seus apoiadores entraram com diversas ações na Justiça.

Quando o partido Solidariedade entrou com ação no STF no início de janeiro, por exemplo, Leven disse não ter dúvida de que a corte acolheria o pedido e o tornaria presidente. Porém, o ministro Dias Toffoli negou o pedido já depois da posse de Salgado, ocorrida em 22 de janeiro.

Crias e medalhões decepcionaram

A montagem do elenco foi falha, mas esperava-se muito mais de quem estava no grupo.

Animado com sucesso de Talles em 2019, o Vasco apostava na base e principalmente no camisa 11. O atacante não vingou na temporada e deixou a desejar, principalmente depois que fraturou o pé esquerdo em fevereiro e pouco jogou no primeiro semestre.

Desde que voltou não conseguiu se aproximar do nível de atuações do ano anterior e somou apenas três gols e seis assistências.

A base do Vasco ainda conta com Juninho, Gabriel Pec, Bruno Gomes, Andrey, Ricardo Graça, Vinícius, Caio Lopes, Miranda, Cayo Tenório, Lucão. Todos tiveram oportunidades, alguns viveram bons momentos, mas oscilaram, o erro, talvez, tenha sido depositar tanta esperança na garotada em um ano tão tumultuado em São Januário.

Falhas na defesa

Apesar de contar com jogadores de bom nível técnico no setor, principalmente Leandro Castan e Ricardo Graça, o setor defensivo foi um problema em 2020.

Geralmente com uma proteção insuficiente dos homens de meio-campo, o volante mais pegador deles, Bruno Gomes, só passou a ser regularmente utilizado por Vanderlei Luxemburgo, a defesa mostrou muita fragilidade.

Como resultado, o Vasco terminou como uma das defesas mais vazadas do Campeonato Brasileiro, atrás apenas de Goiás, Botafogo e Bahia, a 17ª pior, com 56 gols sofridos. Não chegou a nenhuma final de turno no Carioca, caiu cedo na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana.

O foco de gols girando em torno de Cano

Contratado sem pagamento a outro clube, Cano desembarcou nos braços da torcida tendo seu nome gritado por centenas de vascaínos no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. E provou em campo que foi o principal e um dos poucos acertos da diretoria na temporada.

Reclamação da arbitragem

As reclamações do Vasco contra a arbitragem ocorreram durante todo o campeonato, mas se intensificaram na reta final. Só na gestão de Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, há três lances citados: falta em Andrey no terceiro gol do Bragantino, a não expulsão de Gregore, do Bahia, e o gol de Rodrigo Dourado, do Inter.

Em todo o Brasileiro, árbitros alteraram a decisão de campo 18 vezes contra o Vasco após consulta ao VAR.