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Fórmula 1 / DIA DAS MULHERES

Por que ainda há poucas mulheres no automobilismo?

Conforme aumentam as demandas por igualdade de gênero nos esportes, as modalidades a motor tentam acompanhar o ritmo; o caminho, porém, ainda é longo

Lena Buhler, piloto da F1 Academy - Getty Images
Lena Buhler, piloto da F1 Academy - Getty Images

Esta sexta-feira, 8, está sendo marcada pelo Dia Internacional das Mulheres. Ao redor do globo, representantes do gênero debatem caminhos para alcançar a igualdade em todas as áreas, como o mercado de trabalho, a política, e os esportes, por exemplo. Enquanto algumas modalidades desportivas parecem mais avançadas no combate ao machismo, outras ainda demonstram atraso.

O automobilismo, em especial, segue sendo uma categoria com pouco espaço para minorias sociais, como mulheres, pessoas negras e pessoas de menor condição financeira. Embora figuras femininas estejam representadas nos bastidores, como na engenharia de veículos e estratégia de corridas, poucas delas são vistas no lugar de prestígio do esporte sobre rodas: nas pistas.

Uma pesquisa recente da iniciativa “More Than Equal”, que tem o comentarista e ex-piloto David Coulthard como um de seus fundadores, mostrou que 40% do público que consome Fórmula 1 é formado por mulheres. Essa realidade não se reflete no esporte, já que, segundo informações da plataforma “Meio e Mensagem”, a cada 100 pilotos profissionais, apenas 7 são do gênero feminino.

Os bloqueios são perpetuados até por pessoas ativas na categoria. Helmut Marko, conselheiro da Red Bull Racing, chegou a dizer que a Fórmula 1 é “muito física” para mulheres. Curiosamente, ele conduz o tricampeão da escuderia de licença austríaca, Max Verstappen, cuja mãe foi piloto de kart, embora não tenha seguido carreira.

Historicamente, a falácia da incapacidade física foi utilizada contra as mulheres em outros contextos esportivos, como no Brasil, que impediu legalmente a prática do futebol feminino por quatro décadas. Mesmo que o cenário pareça desanimador, algumas vozes e instituições se unem ao lado transformador da pauta.

O heptacampeão Lewis Hamilton utiliza a sua visibilidade para lançar luz ao tópico. “Desde que estou na Fórmula 1, só há homens. E mais, não temos dado importância suficiente a este problema. Não prestamos atenção suficiente ou damos importância à falta de diversidade de gênero na categoria”, disse o britânico em entrevista ao jornal espanhol “Marca”.

Com a modernização de ideias e valores, há o vislumbre da igualdade. Apenas recentemente, em 2022, a Fórmula 1 lançou o programa F1 Academy, com o objetivo de desenvolver o automobilismo feminino. É importante ressaltar que outras categorias já fizeram história, como a Indy e a NASCAR com Danica Patrick, ou, em um exemplo mais atual, a Porsche Cup, com a brasileira Antonella Bassani, a primeira campeã mulher do torneio, aos 17 anos de idade.

Por fim, nada impede mulheres de correrem, exceto pelo machismo. Uma pesquisa da Michigan State University, que utilizou dados como frequência cardíaca, capacidade respiratória e temperatura corporal como parâmetros, apontou que pilotos do sexo feminino reagem tão bem aos estímulos da pista quanto homens com até dez anos a mais de experiência.