O ‘trash talk’ faz parte da cultura de alguns esportes, especialmente no basquete da NBA; confira exemplos do fenômeno e seu impacto nas quadras
Com os playoffs da NBA esquentando na temporada, o ‘trash talk’ fica em evidência para os espectadores da maior liga de basquete do mundo. Embora em algumas modalidades esportivas o respeito absoluto seja inegociável, as provocações também fazem parte de disputas competitivas, principalmente no universo do basquete, das lutas e, em alguns contextos, do futebol.
Especificamente na NBA, o trash talk representa um grande elemento cultural na interação entre os jogadores. O fenômeno pode ocorrer em comemoração a uma vitória, em resposta a uma provocação feita anteriormente pelo adversário, ou simplesmente ser executado com o objetivo de distrair e desestabilizar os rivais do outro lado da quadra.
Jimmy Butler sobre o incidente com Grant Williams:
— Coast to Coast Brasil | NBA (@brasilcoast2) May 20, 2023
"É apenas uma competição. Isso me deixa com uma vontade muito maior de vencer.
Eu o respeito, só não sei se sou a melhor pessoa para o trash talk." pic.twitter.com/mXZvht9O0e
Grandes nomes da liga fizeram bom uso desse recurso: Michael Jordan, Gary Payton, Kevin Garnett, entre outros. O trash talk pode ser eficaz o suficiente para mudar o curso de uma partida. Em 1993, quando Reggie Miller (à época, dos Pacers) foi provocado por Spike Lee, fanático pelos Knicks, o jogador devolveu as palavras conforme convertia consecutivas cestas. O time de Nova Iorque saiu derrotado, e boa parte da torcida culpou o cineasta pelo placar.
Nas finais da Conferência Leste, o desentendimento de Jimmy Butler com Grant Williams, de acordo com o próprio craque do Miami Heat, foi essencial à virada do elenco sobre os Celtics. Durante os playoffs deste ano, os atletas trocaram farpas em quadra enquanto convertiam cestas e chegaram a encarar um ao outro no meio da partida, como em uma luta de UFC.
O trash talk resultou em uma corrida (‘run’) de 22 pontos da franquia da Flórida contra 9 do adversário. “Sim, motivou. Mas isso é só a mais pura competição. Ele acertou um grande arremesso e começou a falar comigo. Eu gosto disso. Gosto mesmo. Me faz entrar no jogo muito mais. Aumenta a vontade de vencer que tenho bem mais. Me faz sorrir, de fato”, disse Butler sobre o caso.
O camisa 22 também já 'deu o troco' ao fazer um T com os braços, em referência ao pedido de tempo em quadra, a comemoração de Al Horford. O gesto havia marcado presença anteriormente, quando os Celtics eliminaram o Heat na última temporada. Agora, o time de Miami lidera a série contra o elenco de Massachusetts em 3 a 0.
Ainda neste ano, pelo lado do Oeste, Dillon Brooks, do Memphis Grizzlies, chamou LeBron James, craque dos Lakers, de “velho” em uma entrevista pós-jogo. O ‘Rei’, por sua vez, pontuou que responderia em quadra, o que de fato aconteceu: o elenco do Tennessee foi eliminado pelos californianos nos playoffs após uma grande reação do veterano de 38 anos.