Empresa de arquitetura recomenda demolição do Old Trafford para construção de possível novo palco do Manchester United em terreno próximo
Redação Publicado em 26/12/2023, às 13h18
Sir Jim Ratcliffe, bilionário que comprou oficialmente parte do Manchester United, colocou em pauta a reforma do Old Trafford de volta como uma das prioridades do clube inglês. O acordo feito pelo empresário também prevê um investimento exclusivamente destinado à mudança do estádio. Porém, a empresa de arquitetura responsável pela revisão do projeto aponta que somente uma reformulação pode não ser a melhor escolha para um dos palcos mais lendários do futebol da Inglaterra, indicando a demolição do Teatro dos Sonhos.
Durante uma entrevista para o jornal “Telegraph”, o presidente da Populous, empresa que também construiu o novo estádio do Tottenham, Chris Lee, indicou que os custos de uma reforma poderiam até mesmo superar os gastos com a construção de um novo palco para os Red Devils totalmente do zero. “Não diria que me agrada, mas sinto que uma nova construção pode acabar sendo a solução mais econômica. Sim, o investimento inicial obviamente é o mais elevado entre as três opções, mas há muitos terrenos para desenvolver por lá. O United poderia continuar a usar o terreno atual enquanto as obras estão em andamento”, afirmou.
O arquiteto disse que, desta forma, o clube não teria uma queda abrupta nas receitas dos dias de jogos, com vendas de ingressos, produtos oficiais, itens de alimentação e afins. Isso seria possível porque o Manchester United é dono de um terreno muito maior que o espaço do atual estádio, podendo construir um novo praticamente ao lado do Old Trafford, que continuaria sendo usado enquanto a construção acontecesse. “Arquitetonicamente, no espaço disponível você poderia fazer algo realmente inovador e emocionante. Não haveria restrições de espaço”, completou.
A empresa teria indicado três cenários para que o clube possa ter um estádio moderno: uma reforma estrutural em absolutamente todo o Old Trafford; a remodelação do terreno com a expansão da arquibancada sul; ou a demolição da estrutura atual e a construção de um novo. De acordo com Chris Lee, a atual estrutura do Old Trafford, inaugurado em 1910, há 113 anos, ficou defasada. Torcedores que frequentam o estádio relatam que há diversos sinais de problemas, além de vazamentos e outros problemas para a utilização.
“Acredito que há um reconhecimento dentro do clube de que algo precisa ser feito. O prédio está chegando ao fim da sua vida natural. O cabeamento, o o fornecimento de eletricidade, tudo está perto do prazo de validade. E os interiores são muito apertados e difíceis em alguns lugares. Eu diria que a reformulação é crucial não apenas para manter a posição do clube, mas apenas para manter o local funcional”, disse Lee.
A família Glazer, que detém o comando do clube há décadas, já tinha uma reforma planejada e havia começado a revisão da estrutura local. Mas, o projeto não continuou como esperado, por conta da incerteza sobre o futuro do domínio dos empresários, criticados duramente pelos torcedores. A família chegou a cogitar a venda de 100% do clube, mas a oferta do zeque Jassim bin Hamad Al-Thani, do Catar, que compraria o clube totalmente, não foi realizada.
Desta forma, o caminho ficou aberto para o empresário britânico Sir Jim Ratcliffe, torcedor do Manchester United, que comprou somente 25% do time. O processo de venda se estendeu por meses, mas foi confirmado como concluído na véspera do Natal. O clube indicou que o investimento do inglês será de cerca de 1,25 bilhão de libras, garantindo que terá controle sobre o futebol dos Red Devils. Como parte do acordo, ele fornecerá um fundo de 237 milhões de libras para investimentos no Old Trafford.
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