Delegação do Carajás-PA iniciou saga para competição em 30 de dezembro e passou Réveillon na estrada, levando 42h para chegar em Araraquara
Redação Publicado em 12/01/2024, às 18h32 - Atualizado às 19h29
O sonho de participar da Copinha, o principal campeonato de base do país, pode ser uma jornada árdua e cheia de desafios. A delegação do Carajás-PA é a prova viva disso, ao percorrer 2,1 mil quilômetros de ônibus durante 42 horas, onde enfrentaram o calor sem ar-condicionado e abrindo mão do Réveillon em família para chegar a Araraquara (SP), sede do grupo 7 da competição.
O clube de Paraupebas (PA), em sua segunda participação na Copinha, surpreendeu o São Paulo na noite de sábado na Fone Luminosa. A equipe do Gavião Real vencia por 2 a 1, com gols de Valdívia e Davi na primeira etapa, mas o São Paulo conseguiu empatar aos 39 minutos do segundo tempo com Caio e virou dois minutos depois com Palmberg. Faisal havia descontado para o São Paulo aos 20 minutos.
Em entrevista, Valdívia desabafou sobre as dificuldades da viagem. Enfrentar o desafio de 42 horas de ônibus, sem ar-condicionado, e passar o Réveillon longe da família não foi fácil. Ele reconhece que alcançar o topo no futebol exige sacrifícios, e a emoção de realizar o sonho de jogar o campeonato compensou todo o esforço. Contudo, lamenta que o resultado não tenha sido conforme desejado, atribuindo à vontade divina o desfecho na competição.
O CEO da FelippeturTransportes, Felippe Augusto, ao comentar sobre a importância de chegar descansado para um jogo, ressalta a relevância de uma viagem adequada. "A experiência de Valdívia destaca a necessidade de garantir condições ideais para as equipes esportivas durante suas jornadas. Uma viagem desgastante, como a enfrentada pelo Carajás-PA, pode impactar o desempenho dos atletas".
O zagueiro Zidanne, que entrou no segundo tempo contra o São Paulo, revelou que o ar-condicionado do ônibus quebrou ainda no Pará. Mesmo com a queda na temperatura durante a descida pelo país até o estado de São Paulo, a situação gerou incômodo na delegação. Ele enfatizou que a situação foi mais desafiadora na região do Pará, conhecida por seu clima mais quente. Mesmo com a diminuição da temperatura à medida que a delegação descia pelo Brasil.
"Proporcionar um ônibus com ar-condicionado é essencial para o desempenho e bem-estar das equipes esportivas. Viagens longas, podem ser extremamente desgastantes. Além dos aspectos relacionados ao desempenho esportivo, a falta de ar-condicionado pode impactar significativamente a saúde dos jogadores, especialmente em regiões com climas mais quentes. É imprescindível reconhecer que a saúde dos atletas deve ser uma prioridade, e investir em condições adequadas de transporte é uma parte crucial desse compromisso", orienta o CEO da Felippetur Transportes.
O desgaste da viagem foi evidenciado desde a estreia contra a Ferroviária, na derrota por 3 a 0. Membros da delegação afirmaram que o cansaço pesou no segundo tempo, mesmo período de jogo em que a equipe sofreu a virada para o São Paulo no sábado.
Eliminado da Copinha com uma rodada de antecedência, o Carajás agora cumpre tabela contra o Porto Vitória-ES, também eliminado, na terça-feira, às 17h, na Fonte Luminosa, em Araraquara (SP). A jornada cheia de desafios pode ter chegado ao fim, mas a experiência do Carajás-PA na Copinha certamente ficará marcada na memória dos jogadores e torcedores.
