Natália Ravanhani perdeu mais de 20kg e conquistou diversos campeonatos em um intervalo de dois anos
Leonardo Fabri Publicado em 30/06/2023, às 10h23
Quem vê hoje a campeã internacional de fisiculturismo Natália Ravanhani exibindo todo o seu corpo sarado em grandes palcos nos EUA pode pensar que ela vem se preparando para ser uma grande fisiculturista desde a juventude, como a maioria dos competidores deste esporte. Entretanto, o que faz a história desta paulistana ser ainda mais inspiradora é o fato dela ter se tornado atleta logo após superar uma depressão que a fez engordar mais de 20kg.
"Meu primeiro ano nos EUA foi difícil, era sozinha, não dominava a língua, eram muitos os desafios. Eu não conseguia ter uma rotina, uma constância. Engordei mais de 20kg, parei de tirar fotos, de usar as redes sociais, usava sempre as mesma roupas - compradas em números maiores do que eu normalmente usava -, sentia dores terríveis nos joelhos, no estômago, enxaquecas. Eu sabia que não estava bem, mas não conseguia sair da zona de conforto", lembra Natália.
"Eu estava triste e isso me fazia comer mais, beber mais. Um dia tiraram uma foto minha e quando eu olhei aquela foto, eu não me reconheci. Eu tinha duas opções: mudar ou afundar ainda mais. Eu resolvi mudar. Iniciei o processo na pandemia mesmo, com nutricionista on-line e treinos no parque com ajuda de amigos. Todos os dias era uma batalha interna muito grande, mas a cada quilo que eu perdia e a cada novo músculo que aparecia, eu me animava mais", complementa.
Quando as academias reabriram - estavam fechadas devido à pandemia do covid-19 -, Natália Ravanhani mergulhou fundo na musculação. A princípio, o objetivo era saúde; porém, uma observação de sua personal trainer, que viu que ela tinha talento para se apresentar nos palcos, iniciou um novo e vitorioso capítulo em sua vida. Natália até descartou a ideia na primeira vez que foi mencionada, mas abraçou com unhas e dentes quatro meses depois, já em janeiro de 2021.
"Me lembro até hoje da nossa primeira semana ela me perguntando: 'você já pensou em competir?'. Obviamente que na época achei que ela estava louca e falei não. Após 4 meses de treino intenso, atingi o objetivo que eu queria, recuperei minha autoestima e saúde. Decidi que queria levar meu corpo ao extremo, num num outro. Foi aí que ela mencionou novamente sobre competir. Já que ter um objetivo final seria mais fácil para chegar aonde eu almejava, eu topei", conta.
O "sim" veio em janeiro de 2022, dois meses antes da primeira competição. De lá para cá, ou seja, em pouco mais de 1 ano e meio, foram inúmeras conquistas na divisão wellness, que contempla a coxas e glúteos volumosos, pouco percentual de gordura e a feminilidade do corpo: campeã do San Diego Championship; do Los Angeles Championship, com direito a conquista no overall; do Pacific USA, com outro overall; e em março deste ano, novamente o San Diego Championship; todos pela Musclecontest internacional, principal organização de fisiculturismo do mundo.
"Saí de uma pessoa com sobrepeso para uma atleta e em um ano conquistei seis primeiros lugares e dois overalls. A intenção era competir apenas uma vez, como um desafio pessoal, mas acabei me apaixonando. Bodybuilder: ou você ama ou você odeia. Conheci diversas meninas nas competições que falavam 'primeira e última vez', e eu já pensando 'quando será a minha próxima competição"'. Foi algo que realmente me apaixonei", destaca.
Inspiração para outras pessoas, Natália Ravanhani está em preparação para subir ao palco outras vezes este ano. Seus próximos compromissos são: Pacific USA, 12 de agosto, em San Diego; Sin City Showdown, 26 de agosto, em Las Vegas; Titan Grand Prix, 23 de setembro, em Anaheim; e o lendário Mr. Olympia, 31 de outubro, em Orlando, competição na qual a brasileira vai buscar uma vaga na categoria profissional da Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB).
