Meio-campista alemão e multicampeão pelo Real Madrid afirma que violações aos direitos humanos são um dos principais motivos que o impedem de atuar na Arábia Saudita
Depois de muitos jogadores e muito dinheiro ser gasto no mercado futebolístico da Arábia Saudita, as movimentações abriram uma discussão sobre o uso desse dinheiro e a tomada de decisões dos atletas sobre seus objetivos na carreira. Craques como Neymar Jr., Karim Benzema, Cristiano Ronaldo, Sadio Mané, entre outros, aproveitam os salários astronômicos recebidos. Porém, o meio-campista Toni Kroos, ídolo do Real Madrid, fez questão de destacar os problemas que giram em torno do êxodo de jogadores de futebol para o continente asiático.
Em uma entrevista concedida ao Sports Illustrated, o alemão falou sobre os principais casos de atletas que foram seduzidos pelos altos valores do futebol saudita. Segundo o meio-campista, o dinheiro tem sido o ponto principal para a abertura do novo mercado, sendo que ele não considera isso saudável para o esporte.
“Dizem que lá se joga um futebol ambicioso, mas tudo gira em torno do dinheiro. No fim, é uma decisão pelo dinheiro e que vai contra o futebol. E assim começa a ficar difícil para o futebol que todos conhecemos e amamos", alfinetou Toni Kroos.
No Real Madrid desde 2014, o alemão foi grande companheiro do jogador que pode ser considerado como responsável por essa mudança. Em dezembro do ano passado, Cristiano Ronaldo acertou sua transferência para o Al Nassr, após rescindir com o Manchester United. Na Arábia Saudita, já acumula 25 gols em 29 partidas.
Para Kroos, a tomada de decisão de Ronaldo, já veterano e com a carreira consolidada, é diferente da escolha de jovens atletas. Além disso, fez questão de pontuar que as violações dos direitos humanos que acontecem na Arábia Saudita são um ponto muito negativo que interferiria numa possível ida ao país.
“Todos têm que tomar essa decisão por si mesmos, como Cristiano Ronaldo, que optou por fazer isso no fim de sua carreira. Mas é complicado quando jogadores que estão na metade da carreira e têm qualidade para jogar nos melhores clubes da Europa decidem tomar esse caminho. A falta de direitos humanos me impediria de ir (para a Arábia Saudita)”, afirmou o alemão.
