Atacante do Santos revelou que foi alvo de ofensas racistas após ter sido substituído no final do segundo tempo; Ângelo cobrou atitude da Conmebol
Lucas Miluzzi Publicado em 25/05/2023, às 07h24
Ângelo, do Santos, revelou ter sido vítima de racismo na derrota para o Audax Italiano, em partida que foi realizada no Chile, durante a noite da última quarta-feira, 24. Na oportunidade, o atacante foi chamado de "macaco" por um torcedor enquanto deixava o campo após ter sido substituído aos 32 minutos do segundo tempo. O atleta saiu do outro lado do gramado para agilizar a substituição e foi atacado com gritos e ofensas racistas.
"Foi um torcedor. Quando eu saí eles começaram a me xingar, normal. Coisa de jogo sul-americano. Quando fui chegando perto da bandeirinha para sair, um torcedor me xingou de "mono, hijo de puta" e fazer gestos de macaco. Acabei xingando ele de volta e pedi para o auxiliar fazer algo. Só que, como sempre, as pessoas se omitem, não fazem nada. São cúmplices de atos racistas. É complicado porque a gente fala, faz vídeo, divulga para não fazer isso e as pessoas continuam fazendo. Espero que a Conmebol tome uma ação. Olhem as câmeras do estádio, da televisão e não só fale "basta de racismo". Que a Conmebol tome atitude", contou em entrevista para o "De Olho no Peixe".
Segundo o jogador do Santos, após a derrota de 2 a 1 para o Audax Italiano, mesmo com tudo que tem acontecido no mundo do futebol em relação ao racismo, as pessoas tendem a continuar cometendo o mesmo tipo de erro: É incrível. Sai na mídia. Todo mundo repudia, comunica. É incrível como as pessoas não amadurecem. Não aprendem. Basta de racismo. É algo que machuca muita gente. Que a punição seja feita".
Ângelo fez um longo desabafo após ter sofrido racismo na partida contra o Audax Italiano. Ele relembrou do 'Caso Vini Jr", que ainda continua em debate na Espanha, e pediu que as ações sejam mais efetivas. De acordo com o atacante do Santos, as falas e campanhas contra os atos racistas não são suficientes. O atleta quer receber mais do que apoio, ele quer atitude das autoridades locais e esportivas.
"Tem que ter atitude. Não adianta só falar, divulgar, fazer nota, comunicar. Basta disso, de racismo, de ser cúmplice. Só falar. Tem que começar a ter atitude, punição. Algo que as pessoas olhem e falem que não pode haver mais, que tem que respeitar as pessoas. Não só no futebol, em todos os esportes, no dia a dia. As pessoas não aprendem. É incrível como aconteceu recentemente com o Vinícius Jr. e aconteceu agora. Aconteceu na Libertadores também. É incrível como o ser humano não aprende. Está aqui minha indignação, espero que a Conmebol faça alguma coisa. Que seja atitude, não só comunicado ou hashtag. Tem que ter atitude", finalizou.
"O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes na partida de hoje.
O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável.
Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente", escreveu.
