Arbitragem do jogo entre Operário-PR x São José-RS confirma ter recebido presentes; a prática é comum no futebol brasileiro, mas time pode ser denunciado e punido
Vivendo uma fase decisiva da Série C do Campeonato Brasileiro, o São José-RS reclamou em suas redes sociais da entrega de sacolas personalizadas do Operário-PR para os árbitros da partida válida pela segunda rodada do quadrangular da competição. Diante dos protestos do clube visitante, a arbitragem relatou em súmula que recebeu as cortesias, mas devolveu os presentes ao diretor do time mandante.
Operário-PR e São José-RS se enfrentaram em jogo que aconteceu em Ponta Grossa, no último domingo, 10, às 16h, com vitória do time do Paraná por 2 a 0. A publicação do Zeca sobre os brindes entregues na sala do árbitro de vídeo aconteceu antes mesmo da bola rolar para a disputa.
Na súmula, o juiz da partida relatou que “a equipe de arbitragem não aceitou a cortesia deixada no vestiário da arbitragem de seis sacolas com camisas e mais quatro sacolas com camisas que foram deixadas na entrada da sala do VAR. As mesmas foram devolvidas para o diretor geral do clube mandante, Rodrigo Sautchuk, após o término da partida”.
O ordenamento jurídico desportivo não proíbe que os clubes de futebol entreguem brindes à arbitragem. Aliás, a prática é bem comum no futebol brasileiro, mas os juízes não costumam relatar em súmula. De acordo com o presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB-PR, Eduardo Vargas, o regulamento geral não impede. Mas, ele diz que algumas questões de compliance e integridade justificam a postura da arbitragem neste caso, principalmente por conta das suspeitas de manipulação de resultados no esporte.
Segundo o advogado do Operário-PR, Alessandro Kishino, em conversa com o “GE”, o clube está esperando a posição da Procuradoria sobre o oferecimento de denúncia. De acordo com ele, é possível sim haver alguma punição, mas que o time irá apresentar defesa. A pena, neste caso, seria de uma multa que pode variar de R$100 a R$100 mil.
Ivan da Silva Guimarães Junior, do Amazonas, foi o árbitro da partida, auxiliado por Uesclei Regison Pereira dos Santos (AM) e Dimmi Yuri das Chagas Cardoso (AM). O quarto árbitro foi Antonio Carlos Pequeno Frutuoso (AM) e o VAR foi comandado pelo carioca Philip Georg Bennett.
