Fukushima, área que foi devastada há 10 anos, foi a primeira parada da chama
Redação Publicado em 25/03/2021, às 07h32
Mesmo com ares de indefinição, o revezamento da tocha olímpica começou oficialmente na noite desta quarta-feira, 24, manhã de quinta-feira, 25 no Japão, dando início a caminhada para as Olimpíadas de 2021.
O primeiro lugar que recebeu a chama que vai cruzar o país até o início dos Jogos, previstos para começar 23 de julho, não poderia ser mais simbólico. Fukushima, área que foi devastada há 10 anos por um terremoto, tsunami e o derretimento de três reatores nucleares, com 18 mil mortes, foi escolhida.
Ao todo, serão 121 dias de revezamento com 10 mil corredores esperados para cruzar 47 prefeituras até a capital Tóquio.
A cerimônia deu início no J-Village, um centro nacional de treinamento de futebol. O local foi justamente utilizado como área de preparação para o trabalho de socorro durante e após a catástrofe em Fukushima.
A primeira atleta a conduzir a tocha foi Azasu Iwashimizu, zagueira da seleção campeã da Copa do Mundo em 2011 e que ainda atual no futebol local.
Iwashimizu também foi prata em Londres 2012 e campeã asiática em 2014 pela Seleção Japonesa. Outras atletas que fizeram parte da equipe vitoriosa também participaram da cerimônia.
A capitã da seleção de 2011, Homare Sawa, alegou problemas de saúde e não participou do evento.
Como as autoridades solicitaram previamente, a grande maioria da população em Fukushima não foi às ruas para acompanhar o revezamento.
Pelo menos entre os primeiros condutores, a cerimônia correu de forma segura, sem aglomerações e respeitando os protocolos sanitários para evitar a proliferação do coronavírus.
Este, inclusive, é o evento que os organizadores e o Comitê Olímpico Internacional esperam que ajude a transformar a opinião pública no Japão a favor das Olimpíadas.
Para isso, o slogan do revezamento é "Esperança ilumina nosso caminho" e a ideia é que as Olimpíadas sejam grandiosas e uma luz no fim do túnel neste momento tão turbulento e instável no mundo todo por conta da pandemia.
Apesar disso, muitos japoneses temem que o revezamento e as Olimpíadas prejudiquem a pandemia com o aumento do contágio, já que o "Mundo todo" estará reunido no mesmo lugar.
Também existe a oposição ao custo crescente da realização das Olimpíadas, agora oficialmente estimado em 15,4 bilhões de dólares. Inclusive, várias auditorias sugerem que é o dobro disso, enquanto um estudo da Universidade de Oxford diz que essas são as Olimpíadas mais caras já registradas.
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