Ucrânia: Atacante brasileiro tenta mudar de cidade para deixar o país

No início da madrugada desta quinta-feira, 24, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou que suas tropas invadissem a Ucrânia. Muitas pessoas então começaram a sair do país para tentar se proteger do conflito e, em meio a isso, jogadores brasileiros que atuam no futebol ucraniano tem vivido completo pesadelo. Em conversa exclusiva com o SportBuzz, o atacante Lucas Rangel, do Vorskla Poltava, contou um pouco de como está o clima no país.

“O clima na cidade é de pânico geral. Porque as pessoas estão correndo aos supermercados que estão fechando, alguns estão abertos ainda. Gasolina, a gente só pode abastecer 20 litros por carro, 20 litros não vai muito longe. Os bancos estão dando apenas 200 dólares por família, e isso não é muito, porque de uma hora para outra os preços aumentaram que foi um escândalo. E o clima é de tensão máxima aqui”, contou Lucas.

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O brasileiro, que mora em Poltava, afirmou que, até o momento, sua cidade não foi bombardeada e que pretende deixar o país o mais rápido possível. “Assim que acordei, fui lavar a cara e a sirene da cidade tocou, que é o alerta de emergência. Isso porque a minha cidade não foi bombardeada ainda, foi apenas Kharkiv, que é aqui do lado, por isso eu fiquei muito preocupado [...].

"O meu pensamento é um só: sair do país. Amanhã mesmo, de manhã, eu e meus amigos vamos pegar dois carros e vamos tentar sair do país. O trânsito está muito complicado, mas não adianta esperar sentado”, afirmou o jogador. Lucas Rangel nos contou que fica aliviado por não estar com sua família neste momento, já que a esposa e os filhos estão à salvo no Brasil, mas que realmente está muito preocupado e triste por estar passando por esta situação.

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“Neste momento, em Poltava, eu estou com quatro amigos, todos jogadores e um deles está com a esposa. Graças a Deus minha família não está comigo, está no Brasil. Querendo ou não é um motivo para eu ficar um pouco mais tranquilo porque se trata só de mim aqui. Mas estou preocupado, porque não sou o único ser humano aqui, tem mais seres humanos, não só os estrangeiros como os ucranianos também. Por isso fico muito triste com tudo isso que está acontecendo”, disse ele.

Por fim, Rangel contou que tentou entrar em contato com a embaixada brasileira, que fica localizada em Kiev, na capital da Ucrânia, mas não obteve o respaldo necessário neste momento de risco.

“Eu liguei para a embaixada brasileira. Eles disseram que estão recebendo muitas ligações, pediram para ter paciência e para que a gente se inscrevesse no site que, por lá, eles dariam informações para nós, mas até agora eles só mandam a gente ficar dentro de casa, que é o ‘lugar mais seguro’, sendo que, neste momento, não tem lugar seguro. Tudo pode acontecer. É desesperador este momento que a gente está vivendo. É a primeira vez que passo por isso e espero que seja a última, não desejo isso para ninguém”, desabafou.

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