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Outros Esportes / FUTEBOL AMERICANO!

Do mosteiro à final da Liga BFA feminina: conheça a história de Luana Abreu

Defensora conta emocionante história de como o FABR mudou sua vida; defensora passou quase metade da vida em diversos mosteiros do País

Valinor Conteúdos Publicado em 11/11/2022, às 15h00

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Do mosteiro à final da Liga BFA feminina: conheça a história da linebacker Luana Abreu - Arquivo pessoal e May Abreu
Do mosteiro à final da Liga BFA feminina: conheça a história da linebacker Luana Abreu - Arquivo pessoal e May Abreu

Uma das pilares da Portuguesa FA, a linebackerLuana Abreu tem uma história de vida bastante incomum. A defensora passou quase metade da vida em diversos mosteiros do País, com o intuito de ser monja na Igreja Católica. Contudo, há cerca de três anos, desistiu desse sonho, mudou-se sozinha para São Paulo e, incentivada por amigas, conheceu e se apaixonou por futebol americano.

Natural de Goiânia, Luana destaca a importância do período religioso em sua trajetória, mas ressalta que, com o passar do tempo, percebeu que gostaria de ter outras experiências em sua vida.

“Eu percebi que, com passar dos anos, lá não era mais o meu lugar. O meu ideal e objetivo de vida não estavam mais alinhados com o que era proposto pela vida religiosa. Então, vi que o melhor era sair e continuar a minha vida aqui fora, e foi o que eu fiz”, conta a atleta, que hoje cursa o oitavo período da faculdade de psicologia.

“Decidi vir para São Paulo morar sozinha para começar algo novo, até porque fiquei a metade da minha vida no mosteiro”, completa.

Incentivada por amigas que conheceu na capital paulista, foi convidada a ir a um treino da Portuguesa e se encantou pelo esporte da bola oval.

“Aqui em São Paulo conheci algumas meninas que praticavam esportes, e uma delas jogava na Portuguesa. Ela me convidou para ir ao treino, eu fui e foi amor à primeira vista. Nunca mais parei”, afirma.

Hoje, ela está consolidada no clube, conquistou o Campeonato Brasileiro promovido pela CBFA e vai estar em campo na final da Liga Brasileira de Futebol Americano (Liga BFA), neste sábado (12), a partir das 14h, no Croco Stadium, em Curitiba-PR, contra o Curitiba Silverhawks. Será o segundo confronto entre ambas. Na primeira fase, o duelo terminou 7 a 0 para as paranaenses.

Confira a entrevista exclusiva com Luana Abreu para a Valinor Conteúdo:

– Luana, o que o futebol americano representou para você após deixar o Mosteiro?

Foi um marco muito importante, pois é um esporte que exige, além do físico e do emocional, uma postura de conduta como pessoa, que é um dos pilares da Portuguesa: a gente tem que ter atitude acima da média sempre. Além de ser algo totalmente radical e diferente, como já era no mosteiro. Somos realmente uma família, que é o nosso grito de guerra: “One Team, One Family” (um time, uma família, em tradução livre).

– A sua família apoia a sua decisão de deixar o mosteiro?

A minha família não é muito religiosa, então eles ficaram imensamente felizes quando eu saí (do mosteiro). Só não gostaram muito da ideia que eu tive de vir morar sozinha em São Paulo.

– Como foi a sua readaptação à vida aqui fora? O FABR ajudou nesse processo?

Foi bem difícil, pois foram muitos anos dentro do mosteiro. Com certeza, o FA me ajudou, principalmente porque, no mosteiro, um dos pilares é a vida fraterna e a convivência com as outras monjas. E isso eu percebi na Portuguesa. Faz parte da nossa filosofia ser realmente uma família. Meu primeiro aniversário fora do mosteiro foi o time todo que organizou. Fizeram churrasco, levaram bolo e foi muito especial saber que o que estamos construindo vai além do esporte.

– Além do futebol americano, você pratica outro esporte?

Eu jogo futsal e society com um grupo grande de amigas, e também nos juntamos para fazer a corrida da Bravus.

- Como foi conquistar o Campeonato Brasileiro da CBFA?

Foi algo indescritível e bem difícil de nominar, pois a Lusa vem com foco desde 2019 e, mesmo com pandemia, não desviamos do nosso objetivo, nos unimos nos treinos online, nos estudos de posição e de jogadas, fora a preparação individual de cada jogadora. Não foi do nada que construímos uma defesa forte e sólida para esse campeonato.

- Vocês têm um grande desafio que é vencer o Curitiba Silverhawks. O que fazer de diferente da primeira partida, para conquistar o título dentro da casa das adversárias?

Acredito que tivemos vários fatores internos que contribuíram para o último resultado, mas que já foram ajustados. A ansiedade de atuar pela primeira vez contra o Curitiba, que é um dos grandes do futebol americano feminino no Brasil, já foi superada. Para esta decisão é concentração nas jogadas, ganhar jarda após jarda, e fazer o que treinamos. É um duelo muito importante, mas não podemos esquecer que, além da seriedade do momento, ali está o coração de cada atleta: mulheres que são sensacionais, fazendo o que gostam.

– Como parar o ataque adversário? Essa vai ser a chave da campanha?

O jogo anterior foi muito disputado, as duas defesas se destacaram muito e, por detalhes, tomamos um TD já bem no final. Já fizemos ajustes para que isso não aconteça novamente. Esperamos que possamos levar a melhor dessa vez. Treinamos muito para isso estamos preparadas fisicamente e mentalmente.

– Quais os principais pontos fortes da Portuguesa FA para esta decisão?

Primeiramente, diferente da primeira fase, vamos ter o coordenador ofensivo presente. Além disso, vamos com o elenco completo. Da última vez, muitas não puderam estar em campo e outras tiveram que dobrar nas posições, sem contar o cansaço da viagem. Mesmo assim, demos um bom trabalho, mas o principal é que estamos indo com muita vontade de vencer.