Os jogos começaram! Então, confira a história das edições passadas para entrar no clima olímpico
Eduardo Colli Publicado em 02/08/2021, às 09h44
Abertura: 15.set.2000 – Encerramento: 01.out.2000
Abertura Oficial: Governador Geral da Austrália, William Deane
Juramento dos Atletas: Rechelle Hawkes
Juramento dos Árbitros: Peter Kerr
Acendimento da Pira: Cathy Freeman
Participantes: 199 + 4 atletas olímpicos individuais
Total de Atletas: 10651 Homens: 6582 – Mulheres: 4069
Brasil (Atletas): 205 Homens: 111 – Mulheres: 94
Esportes: 31 – Eventos: 300
Sydney, capital do estado da Nova Gales do Sul e principal centro urbano da Austrália – uma das cinco nações com representantes em todas as Olimpíadas desde 1896 –, realizou sem dúvida nenhuma, “os melhores Jogos Olímpicos da era moderna”, declaração do então presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, opinião totalmente compartilhada por atletas, treinadores, dirigentes, jornalistas, torcedores e dos telespectadores de todo o mundo.
No congresso de escolha da sede de 2000, realizado em 1993, após vencer Berlim, Manchester e Istambul na primeira fase, Sydney venceu Pequim por apenas dois votos.
Sem problemas financeiros, a cidade recuperou a área desabitada na Baía de Homebush, local do moderno e funcional Parque Olímpico, com: o Estádio da Austrália – maior Estádio olímpico de todas as edições com capacidade para 110.000 pessoas – que custou US$ 690 milhões, o Superdome – ginásio utilizado
pela Ginástica e o Basquetebol –; os Estádios de Hóquei na Grama e Beisebol; o Parque para o Tiro com Arco; o maravilhoso Parque Aquático totalmente coberto; o espaço multiuso Dome para quatro eventos simultâneos com capacidade para 28.000 pessoas e, ainda, os Centros de Esportes e de Tênis.
Ocupando aproximadamente 10 mil m2, com 513 casas permanentes, 355 apartamentos e 336 casas modulares, construída com respeito ao meio ambiente, abastecida por energia solar, evitando o desperdício de água e eletricidade, a Vila Olímpica é um exemplo a ser copiado.
A tocha viajou por dez dias na Grécia, seguiu de avião para a Ilha de Guam, no Pacífico Sul e daí desembarcou na Austrália, onde pela primeira vez, graças a substâncias químicas, mesmo submersa, permaneceu acesa por 40 minutos. Percorreu 12 países e foi conduzida por 8.300 pessoas, e com todas as luzes do estádio Olímpico apagadas, iniciou-se o revezamento final com as maiores estrelas olímpicas australianas.
Inicialmente com a grande campeã Betty Cuthbert, mesmo em cadeira de rodas, seguida de Shirley Strickland, Shane Gould e Dawn Fraser, que a entregou para Cathy Freeman, atleta de origem aborígine, que, postada no centro de uma cascata de água, acendeu a pira olímpica, ponto alto da cerimônia de abertura realizada no dia 15 de setembro.
O governador-geral da Austrália, Sir William Deane, representando a Rainha Elizabeth II, declarou abertos os Jogos, que contou com a participação de 10.651 atletas, 4.069 mulheres e 6.582 homens – que durante os Jogos acabaram com o estoque de 50.000 preservativos da Vila Olímpica –, e disputaram 28 esportes divididos em 300 eventos.
No juramento, a jogadora australiana de Hóquie na Grama, Rechelle Hawks pediu “uma Olimpíada sem drogas”, reforço da campanha do COI contra o doping, que apresentou um número reduzido de oito testes positivos, mas produziu grande impacto na mídia mundial, com a cassação da medalha de ouro da romena Andrea Raducan, na prova Individual Geral da Ginástica.
Visando a uma maior aproximação, as delegações da Coréia do Norte e do Sul, carregando uma bandeira representando a península da Coréia, desfilaram juntas, iniciativa aplaudida de pé pelo público.
Ao final da disputa da prova da Maratona, realizada no dia 1º. de outubro, a cerimônia de encerramento, foi marcada por um espetáculo de fogos de artifícios que se iniciou no Parque Olímpico e terminou na Ponte de Sydney, situada a vários quilômetros de distância.
Com receitas brutas de US$ 2,6 bilhões, o lucro dos Jogos foi de US$ 798 milhões.
Frente: a deusa Nike da vitória segurando uma palma na mão esquerda e uma coroa de louros do vencedor em sua direita, ao lado a inscrição: ““XXVII OLYMPIAD SYDNEY 2000” (´XXVII Olimpíadas SYDNEY 2000´).
Verso: a Ópera House, a tocha olímpica e os anéis olímpicos.
Jogos | Atleta | País | Esporte | Total | Ouro | Prata | Bronze | ||
XXVII - Sydney | Masculino | Ian Thorpe | Austrália | Natação | 5 | 3 | 2 | 0 | |
Feminino | Leontien Zijlaard-Van Moorsel | Holanda | Ciclismo | 4 | 3 | 1 | 0 |
Michael Fred Phelps II nasceu no dia 30 de junho de 1985 na cidade americana de Baltimore, Maryland,
Aos 15 anos estreou em Sydney onde obteve o quinto lugar nos 200m borboleta, o vencedor da prova foi o também americano Tom Malchow.
Cinco meses depois, aos 15 anos e 9 meses, Phelps bateu o recorde da prova e se tornou o mais novo nadador de todos os tempos a quebrar um recorde mundial na natação.
Steven Redgrave, aos 38 anos, comandando o barco britânico do quatro sem patrão, conquistou sua quinta medalha de ouro consecutiva, com 38 segundos de vantagem sobre os italianos. “Nós abrimos a uma dianteira confortável e ninguém veio atrás de nós”, disse Redgrave.
Seu grande amigo e colega de equipe, Matthew Pinsent – que chegou ao terceiro ouro consecutivo – fez análise bem diferente: “os italianos nos perseguiram desesperadamente nos últimos 200 metros, mas em momento algum pensamos em perder”.
Abraçados, os dois caíram na água e foram muito festejados por todos os presentes, afinal todos – inclusive seus adversários – no íntimo torciam para que o seu feito, menor apenas que o dos húngaros Aladár Gerevich e Pál Kovacs que ganhou, respectivamente, sete e seis medalhas de ouros na Esgrima, se realizasse.
Com aplicações diárias de insulina, Redgrave que luta desde 1996 contra a diabete afirmou à uma televisão americana: “qualquer um que me vir novamente em um barco tem minha permissão para atirar em mim”. Porém, ele voltou para mais uma Olimpíada e conquistou mais um ouro.
Ano Prova Tempo Recorde
1984 Quatro com 6:18.64
1988 Dois com 6:36.84
1992 Dois sem 6:27.72
1996 Dois sem 6:20.09 Olímpico
2000 Quatro sem 5:56.24
Graças ao incrível desempenho de Pieter van den Hoogenband que marcou 48.30 – acima do seu recorde Popov, desta vez nos 100 metros livres acabou-se. Popov – prata na prova – ficou a 39 centésimos de ser o único nadador masculino a vencer a mesma prova três vezes consecutivas.
Na semifinal dos 200 metros livres, Hoogenband estabeleceu uma nova marca mundial com 1:45.35 dois centésimos à frente de Ian Thorpe.
No dia seguinte, como um relógio suíço, o holandês repetiu seu tempo e desta vez com mais folga levou o ouro, 48 centésimos à frente de Thorpe. Fechou o pódio o italiano Massimiliano Rosolino.
País de grande tradição esportiva, a Holanda sempre conquistou medalhas em vários esportes, mas em Sydney, seus triunfos podem ser creditados às performances de três atletas: os nadadores Pieter van de Hoogeband e Inge de Bruijn e a ciclista Leontien Zijlaard.
Responsáveis por 14 medalhas, 8 de ouro, os três conquistaram a metade das medalhas de seu país. Para que se tenha uma noção da dimensão da performance, considerando suas conquistas como a de uma nação, eles terminariam os Jogos na 14ª posição, à frente de potências olímpicas como Polônia, Japão, Bulgária, Grécia, Suécia, Espanha e Turquia, e muito à frente do Brasil e sua pífia performance: 52ª colocação.
Na natação, sem grandes nomes no feminino, Inge venceu os 50 livres nos quais anotou 24.13 nas semifinais e novo recorde mundial, os 100 livres com 53.77, outra marca mundial, e os 100 borboleta, mais um recorde mundial com o tempo de 56.61.
No revezamento 4 x 100, última a cair na água, sua equipe estava em sexto lugar, após 50 metros já ocupava a terceira colocação e ao final da prova tocou a borda em segundo lugar, atrás apenas dos Estado Unidos – formada por Amy Dyken, Dara Torres, Courtney Shealy e Jenny Thompson –, que registrou novo recorde mundial com o tempo de 3:36.61.
As conquistas de Inge que em 1996 pareciam um sonho, pois a falta de dedicação aos treinos a tirou dos Jogos de Atlanta. Em 1997, passou a ser treinada pelo norte-americano Paul Bergen e com muitas horas dentro das piscinas. Os resultados não demoraram a confirmar seu talento.
O show de Leontien Ziljaard começou com a vitória na prova da perseguição individual, em que venceu a francesa Marion Clignet; continuou debaixo de chuva na prova de estrada, superando a alemã Hanka Kupfernagel e a lituana Diana Ziliute; e terminou na prova de estrada contra o relógio, com 37 segundos de vantagem sobre a norte americana Mari Holden, com a favorita francesa Jeannie Longo-Ciprelli apenas em terceiro.
De quebra, Leontien chegou em segundo lugar na prova por pontos. Atuação que faz dela a maior ciclista olímpica de todos os tempos.
Ano Prova Tempo
1984 Estrada contra o relógio 31:11.53
2000 Perseguição individual 3:33.360
2000 Estrada contra o relógio 42:00.781
2000 Estrada 3h:06:31
Poucos analistas e estudiosos acreditavam que os números de medalhas estabelecidos nos primeiros Jogos Olímpicos poderiam ser repetidos, já que a competitividade atual não autoriza tal previsão.
Entretanto, a carreira de Birgit Fischer-Schmidt derrubou qualquer previsão. Aos 38 anos, em sua quinta participação – foi obrigada a ficar de fora dos Jogos de Los Angeles-84 devido ao boicote – acrescentou mais duas medalhas de ouro à sua vitoriosa carreira totalizando sete primeiros lugares nos Jogos.
Com mais três medalhas de prata, sua marca supera a do sueco Gert Fredriksson.
Sua primeira medalha de ouro foi conquistada em Moscou, no K – 1. Em Seul venceu as provas do K – 2 e K – 4. Ganhou ainda as provas do K – 1 em Barcelona, e do K- 4, em Atlanta.
Conquistou ainda 27 títulos mundiais entre 1977 e 1999.
Em Sydney, Birgit ganhou a primeira medalha de ouro ao lado de Katrin Wagner, na prova do K-2 500 metros
No K-4 1000 Metros, atuou ao lado de Anett Schuck, Manuela Mucke e Katrin Wagner, superando a equipe húngara, ex-campeã mundial.
Ano Prova Tempo
1984 K1 – 500 metros 1:57.96
1988 K2 – 500 metros 1:43.46
1988 K4 – 500 metros 1:40.78
1992 K1 – 500 metros 1:51.60
1996 K4 – 500 metros 1:31.077
2000 K2 – 500 metros 1:56.996
2000 K4 – 500 metros 1:34.532
2004 K4 – 500 metros 1:34.340
Nascido na zona rural da província de Guantánamo, no dia 22 de abril de 1967 – já próximo de atingir a idade limite do Boxe olímpico (34 anos) – o peso pesado cubano Félix Sávon Fabré contrariou todos os prognósticos e mesmo mais lento e sem sua demolidora pegada conquistou seu terceiro ouro olímpico.
Igualou-se assim ao compatriota Teófilo Stevenson e ao húngaro Laszlo Papp, verdadeiras lendas do esporte.
A vitória na final, apesar das evidentes demonstrações de desgaste e de um ferimento no olho esquerdo, veio com a boa vantagem de 21 a 13 sobre o russo Sultanahmed Ibzagimov.
Ano Categoria
1972 Pesados
1976 Pesados
1980 Pesados
Maior esperança dos australianos, Ian Thorpe “O Torpedo” confirmou em parte tal expectativa.
Venceu os 400 metros livres com novo recorde mundial de 3:40.59, com tempos parciais de 52.64, 1:48.86 e 2:45.09.
No revezamento 4 x 100 livres, a Austrália entrou na piscina com Michael Klim que marcou 48.18, novo recorde mundial. Enquanto o americano Anthony Ervin ficou 71 centésimos atrás. O tempo dos nadadores seguinte foi 48.48 de Chris Fydler, 48.71 de Ashley Callus e 48.30 de Ian Thorpe, totalizando 3:13.67 contra 3:13.86.
No vôlei feminino, pela segunda vez, o Brasil enfrentou o “A equipo de los sueños” de Cuba – a melhor equipe de Voleibol feminino de todos os tempos na eleição da FIVB – nas semifinais.
Mesmo ganhando o primeiro set, não resistiu e perdeu a partida por 3 sets a 1. Na final, as cubanas lideradas por Regla Bell, Regla Torres, Ana Ivis Fernández e Mireya Luis – presentes nas três conquistas – em uma partida muito disputada bateram a seleção da Rússia por 3 a 2, com parciais de 25-27, 32-34, 25-19, 25-18 e 15-8.
Destaques individuais: a cubana Regla Torres – que conquistou sua primeira medalha de ouro em Barcelona com apenas 17 anos –, maior pontuadora de sua equipe e melhor jogadora da final.
Jogos Vitórias Derrotas Sets a favor Sets contra Pontos a favor Pontos
contra
1992 5 8 0 15 5 268 238
1996 8 6 2 19 9 362 292
2000 8 7 1 23 8 729 600
Alexander Karelin é de tal forma importante para a Luta Olímpica, que sua história em Sydney, com a derrota na final dos pesados merece todo o destaque.
Conhecido como o “Urso da Sibéria”, invicto durante 13 anos, considerado o melhor lutador do estilo greco-romano, por seus números pode ser considerado o maior lutador olímpico de todos os tempos.
Frio como a temperatura de sua terra natal, com 1,90 m de altura, 135 kg de peso, e cabeça totalmente raspada impõe medo em qualquer adversário.
Sua estreia internacional ocorreu em 1985 e até chegar a Sydney ele havia conquistado três títulos olímpicos – único lutador com essa marca –, 11 mundiais e 14 europeus, deixando em sua trajetória muitos adversários com braços, pernas e costelas quebrados.
Em Sydney, apesar de difíceis lutas nas fase anteriores, na final contra o americano Rulon Gardner, Karelin ainda era apontado como o grande favorito ao título. Entretanto, quando o duro e amarrado combate acabou, Gardner tornou-se o novo rei da luta greco-romana ao vencer o russo por 1 a 0.
Ao regressar aos seus países os dois lutadores foram recebidos por solenidades semelhantes: Karelin foi recepcionado e consolado pelo presidente russo Vladimir Putin, que declarou que ele continuava sendo o “guerreiro imbatível da Rússia, uma lenda viva das alturas do Olimpo”; Gardner foi recebdio pelo então candidato
a presidente – posteriormente eleito – George W. Bush, pelo seu vice Dick Cheney e os governadores de Wyoming, Utah, Idaho e Colorado, tornando-se um herói nacional.
Quando se aposentou, Karelin somou 887 vitórias e apenas duas derrotas. Ele foi derrotado em 1887 pelo compatriota Igor Rostorotsky e perdeu a final olímpica em 2000.
Ano Estilo Categoria
1988 Greco-romana Pesado
1992 Greco-romana Pesado
1996 Greco-romana Pesado
Com três triunfos: 100 metros rasos, 200 metros rasos e revezamento 4x400m e duas de bronze: salto em distância e no revezamento 4x100m, a americana Marion Jones conseguiu um feito inédito, 5 medalhas na mesma edição do atletismo, mas em outubro de 2007, confessou o uso de esteróides anabolizantes e devolveu as medalhas.
Em um comunicado, o presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diak (que em 2020 foi condenado por corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro) afirmou: "Marion Jones será sempre lembrada com uma das maiores fraudes da história do esporte".
Em 2008, Marion ainda foi condenada a seis meses de prisão por falso testemunho em duas investigações federais, participação em uma rede de tráfico e administração de doping e fraude bancária.
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