Meio de rede do Brasília contou que prestou queixa ao delegado da partida da Superliga, mas que ainda vai pedir punição a quem o ofendeu
Na primeira fase da Superliga Masculina, a partida entre Brasília x Natal poderia ter ganhado destaque pelos ataques magistrais, ou pelos bloqueios precisos. No entanto, não foi assim que aconteceu, e o confronto foi marcado por conta de um ataque homofóbico sofrido pelo meio de rede Dutra, do time da capital federal.
"Aí, saca logo, seu baitola! Essas foram as palavras do indivíduo que me ofendeu. Estava vestido com a camisa amarela do Brasil. Assim ele foi identificado", escreveu o jogador em suas redes sociais.
Desde que denunciou o caso, Dutra está recebendo cada vez mais de várias pessoas. Tiffany, primeira jogadora trans a atuar na Superliga, foi uma das que abominaram o ataque sofrido pelo jogador. Dutra revelou que a pessoa foi pedir desculpas, mas que ele fez questão de denunciar o caso ao delegado da partida, e que ainda vai pedir punição ao agressor.
"Bom, hoje perdemos um jogo importante, fico triste, mas o que mais me deixou triste foi o ato de discriminação que eu fui obrigado a ouvir em relação à minha orientação sexual", começou escrevendo Dutra no stories do seu "Instagram".
"Uma palavra de uso pejorativo para me insultar! Graças a Deus, vários torcedores ouviram e mostraram quem foi. E reportei ao árbitro e delegado sobre o acontecido antes da minha ação de saque! Por fim, ele seguiu até onde pude perceber no ginásio, me pediu perdão e eu não aceitei esse perdão. Não vou aceitar isso calado. Então vim aqui expor essa situação! Falei para o delegado que não aceito. É inadmissível isso no século 21", continuou.
"Eu segurei a onda o jogo inteiro com vontade de falar poucas e boas para esse cara! Segui o jogo com um nó na garganta! Espero que ele seja notificado. O delegado responsável sabe quem foi. Vôlei Funvic, e isso não deve ficar impune", disse.
Em contato com o site "GE", a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) informou que vai analisar a súmula e o relatório do delegado da partida da Superliga Masculina para então decidir que atitudes vai tomar sobre o assunto. Em nota, a entidade disse que "repudia qualquer forma de violência, preconceito ou desrespeito".
"A CBV preza pela inclusão e igualdade, e repudia toda forma de violência, preconceito ou desrespeito. A súmula e o relatório do delegado da partida serão analisados para adoção das medidas cabíveis", informou.
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