Conheça a história de Jigoro Kano e as filosofias do judô
Rafaela Bertolini Publicado em 28/07/2021, às 13h14
De acordo com a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), o judô é o esporte individual que mais garantiu medalhas olímpicas para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos. Com 22 medalhas no total, a trajetória de vitórias teve seu início nos Jogos de Munique de 1972, com Chiaki Ishii. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021, o Brasil está sendo representado por 13 atletas no judô, sendo eles Eric Takabatake, Rafael Buzacarini, Eduardo Yudy, Rafael Macedo, Gabriela Chibana, Larissa Pimenta, Rafael Silva, Ketleyn Quadros, Maria Portela, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman e Daniel Cargnin - que, na madrugada de domingo (25), trouxe para casa a medalha de bronze na categoria de peso-meio-leve.
O judô é uma arte marcial proveniente do jiu-jitsu japonês, criado por Jigoro Kano, que estudou a fundo a modalidade, selecionou e classificou as melhores técnicas do jiu-jitsu, adotando assim o nome Judô, que significa “caminho suave”. A sua intenção era criar um lugar para “estudar o caminho”, tornar o ensino da arte marcial como um esporte, desenvolver uma linha filosófica baseada no conceito ippon-shobu (luta pelo ponto perfeito) e um código moral. Foi assim que Kano, em 1882, fundou o Instituto Kodokan.
A filosofia e código moral do judô é de fazer com que seus praticantes crescerem como pessoas, seguindo oito princípios básicos: cortesia, coragem, honestidade, honra, modéstia, respeito, autocontrole e amizade. A luta acontece no tatame e tem como objetivo derrubar o adversário, obrigando seus ombros encostarem no chão, imobilizá-lo por trinta segundos ou prendê-lo com uma chave de braço.
Com a organização da Kodokan, Mestre Kano buscou aprovar os regulamentos do Judô e estreou como o primeiro membro asiático no Comitê Olímpico Internacional em 1909, propagando a mensagem do esporte para todo o mundo. Mas o esporte só passou a fazer parte do programa olímpico a partir de 1964, em Tóquio.
No Brasil, a imigração japonesa foi extremamente importante para a introdução do esporte. De início, o movimento ocorreu sem instituições organizadoras e foi apenas no final da década de 20 e início da década de 30 que os imigrantes conseguiram organizar as práticas do judô no país. Mas a criação da Confederação Brasileira de Judô só aconteceu em 1969 após o esporte ter se tornado modalidade olímpica em 1964, com a necessidade de formar a delegação brasileira de judô. Esta somente foi reconhecida em 1972 com a medalha de bronze de Chiaki Ishii.
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