Uma história emocionante de barreiras e superação aliada ao esporte
Redação Publicado em 08/03/2020, às 16h00
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como objetivo relembrar todas as lutas e causas alcançadas pelas mulheres no decorrer dos séculos, que ajudaram a mudar diversas situações impostas ao gênero feminino.
O esporte sempre fez parte desse cenário considerado machista e, ainda hoje, impõe limites e barreiras a diversas atletas, de diferentes modalidades ao redor do mundo - com pretextos como a perda da feminilidade até a falta de investimento em mulheres na sua categoria esportiva. No entanto, mesmo com percalços, o número de mulheres no esporte tem crescido cada vez mais e inspirado mulheres fortes ao redor do mundo. Uma dessas atletas que possui histórias incríveis para contar é Yusra Mardini.
De origem síria, Yusra Mardini nasceu em Damasco no dia 25 de março de 1998. Desde pequena, alimentava uma mistura de interesse e medo pelas piscinas profundas, até o dia que resolveu se aventurar aos poucos na atividade. De repente, se viu nadando extremamente bem, entrando para competições e ganhando, sob a orientação do seu técnico (que também era seu pai).
Aos 13 anos, porém, a nadadora viu seu mundo de pernas para o ar, quando seu país entrou em Guerra Civil pela busca de democracia, e as piscinas já não conseguiam abafar o som do mundo ao seu redor. A violência foi aumentando com o passar dos dias, as ruas foram tomadas de tanques de guerra e o som de disparo e gritos ficavam cada vez mais comuns, assim como as notícias ruins. Após um bombardeio destruir sua casa, a família encontrou uma forma de fazer com que Yusra e sua irmã mais velha, Sarah, chegassem até a Alemanha, acompanhadas de um primo que já iria fazer a viagem.
Uma parte da travessia em busca do refúgio devia ser feita de barco, e após uma tentativa falha, no meio da noite o barco saiu novamente. A embarcação, que comportava 6 pessoas, estava levando 20 passageiros a bordo. O motor começou a falhar e a água começou a invadir o barco, das 20 pessoas presentes, apenas 4 sabiam nadar, Yusra e Sarah eram duas delas.
Nesse momento, a atleta, sua irmã e as outras duas pessoas tomaram uma incrível atitude de coragem e se atiraram na água para puxar o barco. Yusra tomou a frente da embarcação e, com uma corda em uma das mãos, ajudou a puxar o barco, enquanto os outros o empurravam, nadando para salvar não só sua vida, mas de todos ali.
Após exaustivas três horas e meia, eles chegaram à praia. Foram parar em um campo de refugiados, mas Yusra continuou indo bem longe. Chegou a Berlim, se encontrou de novo no esporte, e sua paixão a levou até as olimpíadas muito antes do que ela esperava. Em 2016, foi montado um time Olímpico formado por refugiados. Yusra se juntou a eles, competiu, participou das classificatórias e, mesmo não tendo ganhado nenhuma medalha naquele ano, está determinada a conquistar o pódio no Jogos Olímpicos em 2020.
Veja abaixo livros que podem te interessar sobre o assunto:
1. Butterfly: From Refugee to Olympian, My Story of Rescue, Hope and Triumph (Versão em inglês): Essa versão do livro em inglês conta a trajetória de Yusra Mardini. Detalha sua vida como refugiada em busca do triunfo esportivo, sua conquista de espaço nas Olimpíadas e as superações de uma menina que entregou todas as suas forças e salvou sua vida nadando. Para ultrapassar barreiras, fronteiras e preconceitos.
2. Histórias de Ninar Para Garotas Rebeldes: O livro reúne cem histórias de mulheres que representam força, garra e muita inspiração para as gerações seguintes. São modelos extraordinários de transformação e motivação, muito além do que as antigas histórias de princesas conseguem mostrar. No podcast que leva o mesmo nome, a história de Yusra também é contada em forma de áudio.
3. O mundo psicossocial da mulher no esporte:Comportamento, gênero, desempenho: esse livro analisa como mulher, esporte e sociedade se entrelaçam em um cenário cheio de controvérsias, barreiras psicológicas e a inserção cada vez mais numerosa do gênero feminino nas diversas modalidades, inclusive nas mais radicais.
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