O Covid-19 teve início na China em 2019 e já se espalhou pelo Japão, Europa e América do Sul
Marcello Sapio e Lucas Miluzzi Publicado em 09/03/2020, às 17h00
Um dos assuntos mais falados no mundo atualmente é o Coronavírus. Além de afetar a economia e o turismo mundial, a epidemia também teve um grande impacto no mundo esportivo.
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, “Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19)”. No Brasil, já são 17 infecções confirmadas e 674 casos de suspeitas do vírus.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu para que a epidemia fosse chamada pelo nome de “COVID-19”. A China, local mais afetado, teve 80.735 infectados e 3.119 mortos devido ao Coronavírus. Logo quando o vírus tomou a proporção de epidemia, a Federação Chinesa de Futebol (CFA) cancelou os campeonatos locais, mas ainda não há data prevista para o retorno.
Paulinho, ex-jogador do Corinthians e atual Guangzhou Evergrande, disse que cogitou a voltar para o Brasil por causa do surto do COVID-19 na China. O volante chegou a treinar no CT Joaquim Grava, mas já voltou para a equipe chinesa, mesmo sem saber quando será o retorno dos campeonatos.
A CFA prorrogou a decisão para março, ou seja, em alguns dias saberemos quando as competições chinesas de futebol irão voltar. Hulk, Oscar, Paulinho e Roger Guedes são alguns dos nomes que estão na China, mas que foram procurados por times brasileiros, como o Corinthians, Palmeiras e o Atlético Mineiro.
O futebol não foi o único esporte afetado pelo COVID-19. A Federação Internacional de Basquete (FIBA) cancelou o pré-olímpico de basquete 3x3, uma das novidades das Olimpíadas de Tóquio em 2020. O tradicional pré-olímpico de basquete, que aconteceria na Índia, também foi cancelado. O país faz parte da Ásia e o grande fluxo de pessoas poderia ser prejudicial tanto para os torcedores quanto para os jogadores.
A Itália também está sofrendo com o Coronavírus. A Federação Italiana de Futebol (FIGC), responsáveis pelo Campeonato Italiano, decidiu adiar alguns jogos da rodada 25 e 26 da Serie A TIM. A partida entre Juventus e Inter de Milão, que aconteceu neste domingo, 8, foi feita de portões fechados para o público por causa da epidemia que já teve 7.375 casos confirmados e 366 mortes no país.
Juventus e Milan, jogo de volta da semifinal da Copa da Itália, também foi adiada e ainda não há data para acontecer. Já na Inglaterra, tanto o técnico quanto a diretoria do Newcastle decidiram que os jogadores não podem ter contato com torcedores, para não comprometer o estado de saúde dos jogadores.
A Premier League também divulgou uma nota nesta quinta-feira, 5, proibindo os jogadores e árbitros de apertarem as mãos uns dos outros até segunda ordem. As partidas não foram canceladas e os horários continuam os mesmos, mas os 20 clubes da Premier League estão sujeitos à nova regra.
Na América do Sul, os países também estão tomando providências para proteger as populações do COVID-19. Barcelona SC e Independiente Del Valle, partida pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, aconteceu no Equador, que já soma dez pessoas infectadas, iria ser de portões fechados, mas Pedro Pablo Duart, Governador da província de Guayas, confirmou que a partida seria aberta para o público.
"O vírus mais perigoso é o medo. Retomemos nossas atividades e atuemos com responsabilidade. Não deixemos que o temor nos vença. Apenas de nós depende diminuir a possibilidade de contágio. As medidas preventivas são necessárias para toda atividade. Esse deve ser o compromisso. Junto ao Barcelona SC e seguindo as recomendações do Ministério da Saúde Pública, a partida com o Independiente Del Valle se jogará com público neste 4 de março", confirmou Pedro Pablo.
¡El virus más peligroso es el miedo! Pero no nos vencerá. El país debe continuar. @Lenin@ottosonnenh@BarcelonaSC@AlfaroMorenopic.twitter.com/A0rjEA2jMu
— Pedro Pablo Duart (@PedroPabloDuart) March 3, 2020
Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), se reuniu com o Comitê Organizador dos Jogos para discutir a questão do coronavírus. Na última quarta-feira, 4, Bach, anunciou que as datas de realização das Olimpíadas de Tóquio vão permanecer as mesmas: de 24 de julho a 9 de agosto.
"Posso dizer que na reunião do Conselho Executivo do COI nem a palavra cancelamento tampouco a palavra adiamento foram mencionadas. Estamos totalmente comprometidos e continuamos trabalhando com a força-tarefa, e o mesmo é verdade para o Comitê Organizador", afirmou.
Entretanto, a ministra japonesa, Seiko Hashimoto, os Jogos Olímpicos poderão sim ser adiados. Isso porque, após uma reunião do Parlamento, ela afirmou que no contrato assinado com o COI há uma cláusula que permite os que Jogos sejam adiados até o final do ano.
Caso seja cancelada, esta não será o primeiro caso de cancelamento das Olimpíadas. As edições de 1916, em Berlim, 1940, em Tóquio, e 1944, em Londres, foram canceladas por causa das duas grandes guerras que aconteceram no período.
O Dr. Alexandre Piva Sobrinho, médico infectologista, pesquisador e presidente da Comissão de Infecção Hospitalar do Complexo Hospitalar Padre Bento e do Hospital Bom Clima de Guarulhos, atua como consultor de Vigilância Epidemiológica na Prefeitura Municipal de Guarulhos e em relação ao Coronavírus, conversou com exclusividade ao SportBuzz sobre a situação.
“Os principais meios de contágio do novo Coronavírus, ou o COVID-19, são: vias respiratórias, contato físico e objetos e superfícies contaminadas. As vias respiratórias são as gotículas provenientes do espirro, tosse, saliva e falas dos indivíduos infectados”, explicou.
“Já o contato físico é o aperto de mão, beijo, abraço. Objetos e superfícies é no transporte público, corrimão, maçaneta, celulares, teclas de computador, etc”, concluiu.
Já sobre as Olimpíadas, o Dr. Alexandre afirmou que não há a necessidade de adiar o evento.
“Pela experiência em epidemias anteriores, o número de casos tendem a diminuir em quatro a seis meses em média. Portanto, o número de casos atualmente no Japão passa de mil e se diminuir com o passar dos meses até julho, acredito que o evento não seja adiado”, disse ele.
Sobre a medida de fechar os estádios, Dr. Alexandre afirmou que é recomendável evitar aglomerações. Ou seja, as pessoas estarão próximas umas das outras em um estádio, além da grande chance de estar em contato com objetos que estão contaminados.
Como prevenção para o COVID-19, o Dr. Alexandre recomendou evitar contatos próximos com pessoas com infecções respiratórias agudas, lavar frequentemente as mãos ou usar o álcool em gel 70%, usar lenços descartáveis para a higiene nasal, cobrir o nariz e a boca ao espirrar e tossir, evitar tocar nas mucosas olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos, manter os ambientes bem ventilados, evitar contatos próximos com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
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