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Como os atletas lidam e convivem com suas dores?

Apesar dos esportistas estarem acostumados com lesões e contusões em suas carreiras, elas requerem atenção

Redação Publicado em 08/03/2021, às 15h52

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Como os atletas lidam e convivem com suas dores - Andre Ouellet/Unsplash
Como os atletas lidam e convivem com suas dores - Andre Ouellet/Unsplash
Dor é sinônimo de esporte. Atletas de alta performance, acostumados com jogos e duelos decisivos, estão habituados com essa sensação. Alguns até apreciam o desafio de “forçar a dor”, para testar seus limites e saber até onde o corpo pode aguentar. Atualmente, fisiologistas e preparadores físicos conseguem monitorar suas performances para terem a certeza de que atitudes prejudiciais não sejam tomadas.
Especialistas afirmam que a dor pode restringir a capacidade de concentração e minar o potencial de desempenho de um atleta. Quanto maior a dor, menor será o seu rendimento, não só fisicamente, mas também em aspectos psicológicos. A relação entre a dor e o esporte é repleta de desafios para os esportistas, e também para as comissões técnicas que os acompanham.
Ao mesmo tempo, existem análises científicas de que o exercício físico aumenta a tolerância à dor e seu limiar, ou seja, o mínimo de estímulo necessário para o indivíduo senti-la. Esse processo acontece a partir da liberação de endorfina, que tem efeito analgésico no corpo humano. Ela é capaz de proporcionar uma sensação prazerosa após a prática do exercício. Isso acontece muito entre atletas. Assim, é natural ouvir em uma entrevista pós-jogo um jogador dizer que só depois de um tempo após receber uma pancada é que ele começou a sentir dores.
Atletas que disputam esportes de contato, como lutas, futebol e rugby, podem ter maior tolerância à dor do que atletas de outras modalidades. Apesar da dor ter um forte componente subjetivo e de difícil mensuração, o fator psicológico parece influenciar nesses casos. Dados mostram que esses atletas se queixam menos e, ainda, aguçam os mecanismos de enfretamento da dor conforme se envolvem mais com a modalidade.
Outro ponto importante, que extrapola os limites do psicológico e tem a ver com a dor esportiva e a maneira como os atletas lidam com ela, é que o corpo dos atletas consegue ativar uma série de processos químicos adaptativos e de reação à dor. Em momentos de estresse, o organismo aumenta ainda mais essa guerra química, produzindo grandes quantidades de adrenalina e noradrenalina. Essas substâncias são importantes no controle da pressão arterial e do metabolismo, e conferem ao corpo maior tolerância à dor.
Mas nem tudo é tão simples ou automático. Para que um corpo possa dar esse tipo de resposta, é natural que ele seja treinado. Por isso, atletas amadores precisam estar atentos aos sinais. Estudos indicam que alguns indivíduos não respondem aos estímulos nocivos da mesma maneira. Ao intensificar a exposição do corpo à dor prolongada, esses estímulos tendem a aumentar ainda mais a sensação da dor a longo prazo.
Por isso, o tratamento da dor deve ser feito sempre com muita responsabilidade. Ainda que testar os limites corporais seja algo saudável, é preciso fazer uma espécie de manutenção, como se fosse um carro. Consultar fisioterapeutas, acupunturistas e outros especialistas pode ser um fator decisivo para que o atleta mantenha o alto rendimento por mais tempo e tenha mais sucesso na carreira.
Não à toa, muitos ex-atletas se queixam de dores, muitas vezes insuportáveis, em articulações e estruturas mais acometidas por problemas de desgaste, como joelho e coluna. Já é comprovado que atletas de alto nível são mais suscetíveis a desenvolverem doenças artríticas antes mesmo de entrarem na fase idosa.
Ainda existe o problema das lesões, que nem sempre são tratadas da maneira adequada, e que, por força do momento de cada atleta, os obrigam a continuar a competir. É aí que entram em ação os medicamentos de controle da dor, os chamados pain killers, ou analgésicos, em português.