Atleta do salto com vara afirmou que a indecisão da entidade obriga treinamentos em espaços com risco de infecção
Izabella Macedo Publicado em 18/03/2020, às 14h57
Em meio a pandemia de coronavírus ao redor do mundo, praticamente todos os campeonatos foram paralisados e tiveram seus jogos suspensos por tempo indeterminado. Até mesmo a Libertadores, Copa América e Mundial de Clubes tiveram suas datas alteradas para a prevenção dos atletas e torcedores.
Indo na contramão da decisão das principais entidades, o Comitê Olímpico Internacional (COI) optou por não cancelar ou adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio, que acontecem entre os dias 24 de julho a 9 de agosto.
A decisão dos membros gerou muita polêmica entre os atletas que participarão da competição e também em quem olha de fora, já que as Olimpíadas geralmente contam com um grande número de pessoas e evitar aglomerações é um dos pontos de prevenção pedidos pela Organização Mundial da Saúde.
Mesmo causando revolta, os atletas não podem parar de treinar, já que se realmente os Jogos Olímpicos acontecerem, eles precisam estar em forma e prontos para competir.
No entanto, a atual campeã olímpica de salto com vara, a grega Katerina Stefanidi, tem criticado muito a decisão do Comitê avaliando que ela coloca a todos em perigo.
"Não é sobre como as coisas serão em quatro meses. É sobre como as coisas estão agora. O COI está querendo que a gente se mantenha arriscando nossa saúde, a saúde da nossa família e a saúde pública treinando todos os dias? Estão nos colocando em perigo agora, hoje, não em quatro meses", publicou em suas redes sociais.
Na última terça-feira, 17, o COI divulgou um comunicado onde explicou sobre a preparação dos atletas, mas ao longo do texto não entrou em detalhes sobre o risco de exposição que estão sofrendo.
"O COI incentiva todos os atletas a continuarem se preparando para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 da melhor maneira possível", iniciou.
"Em alguns países, os atletas estão até achando difícil continuar com seus horários regulares de treinamento. O COI é tranquilizado pela solidariedade e flexibilidade demonstradas pelos atletas, as FIs e os CONs, que estão gerenciando esses desafios em vários esportes", disse em outro trecho.
A atleta de heptatlo, a britânica Katarina Johnson-Thompson, também reclamou sobre a postura do COI e afirmou estar com dificuldades para manter a mesma rotina de treinos.
"Eu me sinto sob pressão para treinar e manter a mesma rotina, algo que é impossível", afirmou em entrevista à BBC.
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